22.4.14

Borderlands (2013)


Este foi a grande surpresa da semana, eu sempre “adquiro” muitos filmes e muitas vezes começo a assistir os primeiros minutos para decidir ou seguir vendo e geralmente muita coisa eu não termino de assistir, é um controle de qualidade com alguns parâmetros que sigo e sempre funcionam comigo. O lugar onde “compro” os filmes deixa sempre suas prateleiras cheias e muitas vezes tem aqueles filmes baratíssimos de Tv a cabo e sem o menor conteúdo. Um exemplo de parâmetro que nunca falha por exemplo é filmes de catástrofe onde os scans do filme não mostram catástrofes e sim fotos de um drama familiar.

Na Segunda a noite comecei a assistir este filme e nos primeiro minutos eu fiquei pensando se realmente deveria seguir assistindo mas aos poucos o filme foi melhorando e fui até o fim e gostei bastante dele. Hoje em dia 5% dos filmes que são lançados utilizam aquela filosofia “Bruxa de Blair” onde os protagonistas supostamente são pessoas reais que filmaram um evento e onde este evento é uma coisa real. Geralmente estes filmes são filmados pelo próprio autor mas as vezes uma rateada da produção mostra um ângulo impossível de ser filmado pelo próprio ator/pessoa real envolvida na trama.

O Borderlands por sua vez trapaceou mas fez isto por um bem maior que foi a coerência com o tipo de abordagem Bruxa de Blair. O filme se passa no interior do Brasil onde uma equipe do Vaticano viaja para cá para analisar fenômenos ocorridos em uma igrejinha perto de Belém. OS primeiros 10 min do filme tem muita coisa em Português e um pessoal ouvindo funk carioca. Estes investigadores ficaram hospedados em uma casa e logo, o filme se passa todo nesta casa e na igreja que está sendo investigada e o que foi feito então?

Um dos caras da equipe é especialista em tecnologia e ele então encheu a casa de câmeras com a desculpa de que tudo deveria ser filmado, encheu de câmeras a igreja e logo temos vários planos de uma mesma cena e não fica aquela coisa chata de filmagem em primeira pessoa.

Bem, um dos membros é fanático por tecnologia, Gray é seu nome e filmará os fenômenos durante a investigação, outro é escocês e é religioso e bebe o dia inteiro e é um cara sério, meio amargurado e logo tudo isto será explicado, no decorrer da trama. Eles esperam um último membro da equipe que é de um nível superior na hierarquia da Igreja. E é muito mais cético que os outros e apesar de acreditar em Deus e na igreja ele não acredita em milagres, nem agora nem nunca e diz que isto que mancha a imagem da igreja.  Temos ainda o padre que relatou os fenômenos para o Vaticano e mostra um vídeo filmando o acontecido e, durante boa parte do filme eles tentam encontrar explicações de como a coisa foi forjada, porém aos poucos a equipe ou pelo menos a parte menos cética começa a acreditar nos fenômenos.

Tomei vários sustos porque o áudio não era tão bom durante as cenas normais, porém quando algum fenômeno acontecia estourava as caixas de som, muito provavelmente pro pessoal pular nas cadeiras de cinema. O filme é bem legal e vai ficando cada vez melhor conforme a trama vai se desenrolando, no fim até o Padre Calvino (sim, aquele do Dan Brown) aparece como um suposto expert em fenômenos paranormais. Falar mais seria estragar o resultado mas aconselho bastante para os aficcionados por suspense e terror.

The Boys from Abu Ghraib (2013)


Desde que a civilização humana existe a história foi sendo escrita e sempre foi recheada de fatos horríveis, assim como estórias bonitas, marcos importantes e alguns destes marcos que mudaram o “caminho” do mundo.  No filme “2001 – Uma odisséia no espaço” de Stanley Kubrick temos um excelente exemplo disso, neste filme os marcos eram materiais e referenciavam idades da vida em nosso universo.

Apesar do ano ser o mesmo, em 2001 tivemos o tombamento das torres gêmeas através supostamente de aviões controlados por terroristas da Al Khaeda. Seja de quem for a culpa do ocorrido (Lars Von Trier tem excelentes explicações em Dogville e Manderlay, eu concordo com ele) quando este incidente ocorreu o mundo passou por um marco e a vida mudou consideravelmente. Com as torres caiu a confidencialidade das informações pessoais de civis que até hoje respingam e chocam algumas pessoas com a forma como dados de pessoas estão sendo vigiados.  A liberdade de ir e vir, principalmente em solo americano foi comprometida, se você tem traços orientais ou é muçulmano então a vida mudou consideravelmente.

O incidente  das torres desencadeou uma série de guerras e abusos por parte dos norte americanos e seus aliados em países do oriente médio.  Um dinheiro absurdo foi gasto para enviar tropas para Iraque e Afeganistão para supostamente acabar com a ameaça terrorista e este filme se passa durante a campanha no Iraque, após o “julgamento” e morte de Saddam Hussein.

O filme inicia com Jack, um soldado americano, comemorando o dia da independência com sua família pouco antes de partir para o Iraque. Quando chega no Iraque ele e seu esquadrão são enviados para a prisão de segurança máxima de Abu Ghraib, a maior prisão de segurança máxima do mundo. Prisão onde Saddam e mais de 40 mil pessoas foram presas e torturadas. Na primeira noite passam por um susto, são atacados por morteiros diariamente  porém os dias que seguem são de muita calmaria e Jack fica sabendo da ala onde ficam os presos e que esta ala precisa de pessoas para cuidar dos presos e logo se candidata a vaga. Larga a “tranquilidade” pois apesar de estarem no Iraque e numa guerra, aquela ala da prisão onde antes estava não participavam praticamente da guerra.

Logo na chegada a ala de segurança o soldado  que trabalha lá vai dando informações a Jack sobre o que fazer e principalmente como tratar os presos. Todos eles terroristas e seu instrutor fala para adquirir o respeito deles, nunca falar com os presos e várias medidas de segurança para impedir que ele perca o controle dos terroristas que vivem lá. Ele começa a ver uma série e de abusos ao ser humano, fica sem entender porque do tratamento desumano que os supostos terroristas passam, diversas formas de tortura, humilhações e etc. Em sua cabeça ele pensa que os americanos deviam estar dando exemplo tratando os presos com um mínimo de dignidade. Mas ao contrário disso e vê uma série de formas diferentes de tortura e que muitos do que estão lá talvez não tenham culpa alguma.

Contrariando as instruções do outro militar ele começa a conversar com um dos presos que fala inglês perfeitamente, estudou na Inglaterra e é  educado, bem diferente dos outros presos. Ao mesmo tempo um dos presos morre numa cela e ele tenta incansavelmente reviver o defunto com massagem toráxica e respiração boca-a-boca. Logo a sua tentativa é rechaçada pelo seu outro colega que cuidava dos presos, assim como seus amigos de esquadrão que num primeiro momento riem dele por fazer algo pelos “terroristas”. Enquanto vê as torturas dos presos vê que todas  as suas viagens de volta aos Estados Unidos são canceladas, adiadas e se vê preso e o que era pra serem 180 dias se torna um ano.

Cuidado! spoilers...

Um dia, cansado de ver seu “amigo” ser torturado ele confronta os soldados americanos sobre isto, durante a discussão o interrogador e torturador do seu amigo muçulmano diz pra ele que o preso que ele tanto tenta defender acaba de confessar o crime e como construiu uma bomba que matou 17 inocentes.  Ele vai então perguntar para seu amigo e descobre que foi enganado por todo aquele tempo, o preso inclusive fala que as 17 pessoas não eram inocentes e neste momento seu mundo cai e ele começa a tratar todos os presos com o mínimo de dignidade, caixas de som altíssimas durante todo seu turno com White Zombie ( More Human Than Human) a todo volume, espancamentos e muitas outras coisas, resumindo, ele se torna as pessoas que inicialmente condenou em virtude dos adiamentos de seu retorno a casa, a traição do seu suposto amigo muçulmano. E mesmo que eu já tenha contado boa parte do filme a cereja do bolo está no final. O mais engraçado pra mim foi saber que o diretor e roteirista do filme foi o próprio soldado retratado (e no final vocês me entenderão porque a surpresa). De qualquer forma é um grande filme.


O almoço

Esta semana sai pra almoçar com um pessoal aqui do trabalho. Fato este que me trouxe de volta para o turno da tarde meio desconsertado, chateado e porque não dizer triste com meus colegas mas principalmente triste com as opiniões deles, opiniões estas que são compartilhadas por uma maioria muito grande dos brasileiros, coisa que é refletida na mídia ou seria a mídia que faz os brasileiros terem estas opiniões?

Um deles eu já tinha traçado um certo perfil que desprezo muito, aquele tipo de cara que compartilha no facebook as “crônicas” toscas da Shehezarade, matérias de apoio ao Bolsonaro, pessoas anti-Dilma e outra pá de valores rasos, elitistas (aquele que era classe média antes de muita gente se tornar classe média) e por ae vai. Um deles era servidor e é de esquerda até certo ponto, apoia a Dilma, PT e etc. Além destes tinham outros três que não sabia realmente em qual lado estavam.

Um destes três que não conhecia, num papo sobre aborto falou algo do tipo “de que adianta liberar o aborto se as pessoas (os pobres claro) são induzidas a reprodução por causa do bolsa família”. Tipo, pobre não pode ter filhos na opinião desta figura, além disso, ao invés de melhorar a situação dos pobres, uma desigualdade que sem dúvida nós todos somos culpados. O fato mais gritante disso tudo é que este cara faz mestrado em TI, provavelmente um mestrado na UFRGS ou seja, pago pelo governo. Neste caso ele acha que é justo o governo pagar o mestrado dele (coisa que ele poderia pagar) mas dar bolsa família para várias famílias para que elas possam ter um auxílio para comer já é outro papo. Estudo sim, comida não, ou seria estudo para a classe média desde que os pobres não comam.

Uma hora se comentou educação, situação das escolas sem professores, salas de aula aos pedaços e por ai vai e neste momento até falei que tinha estudado em escola pública e que no meu tempo, início dos anos 80 não era tão ruim. Neste momento alguém falou que era época de João Figueiredo ou seja, ditadura, governo militar e isto me calou. Para mim fica bem óbvio que o meu caso era raro ou mesmo, eram outras situações. Um número muito menor de alunos e mais ainda, que os anos que o Brasil passou no governo militar e afundou economicamente como um submarino acabou por destruir todo capital que poderia ser empregado em escolas. Esta pessoa ainda comentou “Viu? Nem tudo era ruim na ditadura” e achei isto um absurdo mas vendo que tem gente nova por ai, menos de 30 anos querendo a ditadura de volta sem nem ter pego o fim dela como eu peguei não é de se espantar.

Pessoal comentando também sobre a CPI da Petrobras, que a Dilma/PT não querem, sinceramente não vejo muito sentido fazer a CPI da Petrobras se a CPI do trensalão, a CPI mineira e tantas outras que envolvem os outros partidos (DEM, PSDB e etc) não ocorram. E esta minha posição não está defendendo o PT, eu defendo é fim da hipocrisia. Odeio muitos políticos petistas e acho que devem ser punidos como está acontecendo mas, é meio absurdo que só os petistas sejam punidos. Meses atrás Eduardo Azeredo renunciou ao sem mandato e o processo que sofreria por desvio de dinheiro público, formação de quadrilha, crimes iguais aos cometidos pelos petistas vai acabar prescrevendo em virtude da lentidão da justiça, para os tucanos, claro porque os petistas, um crime que aconteceu muito depois já estão na cadeia pagando.

Em outro momento, alguém do meu lado citou o Aécio, que chamei de ladrão, me falou que eu perguntasse para os mineiros pois “os mineiros adoram ele”, sim, os mineiros adoram o Aécio (de acordo com a globo, folha, estadão, etc) assim como baianos adoravam o ACM e os paulistas adoram o Malluf e os gaúchos adoraram a Ieda e o Brito. Brasil é o único país onde pobre é de direita, lê jornais que apoiaram a ditadura no Brasil e hoje apoiam os empresários que mandam no Brasil. Para a ZH e a Rbs por exemplo os cobradores e motoristas que estavam de greve eram criminosos por pedirem melhores condições de trabalho e salários, um direito de todo trabalhador. Em contra partida não falam nada sobre os empresários do transporte público (é público mesmo?) que lucram muito mais do que o permitido por lei e fazem a opinião pública se voltar contra o povo. Chega ao ridículo do pessoal reclamar que a Carris não dá dinheiro porque é pública sendo que a empresa pública é do povo(precisei explicar isto) e existe para suprir as necessidades do povo (seja ele rico ou pobre). Atenção amigos, escolas públicas também não dão lucro, elas existem porque o estado precisa dar educação para seu povo assim como hospitais. Aliás, este pessoal RICO que conheço estudou em escolas particulares e não aprenderam nada, sorte minha ter estudado em escola pública ou ter aproveitado o ensino que me foi passado.

Eu fico extremamente triste por viver num país, num mundo assim. Tem momentos que me dá vontade de nem conversar com algumas pessoas para não ouvir este tipo de coisas, já exclui amigos de meu convívio por causa disso e continuarei excluindo pois estas pessoas não são apenas burras, são elitistas, são egoístas e não vêm que todos temos direitos iguais não apenas os antigos da classe média ou rica mas os novos classe média, os classe baixa enfim, todos temos direitos iguais e não é o saldo no banco que vai dizer o quanto posso ou devo. No facebook então nem se fala, ativismo digital sem conhecimento é terrível.

Better Living through the chemistry (2014)


No ultimo fim de semana assistimos a este filme que estava engavetado no meu HD por um bom tempo. Isto quer dizer que não dávamos nada por ele e tal e assistimos e me surpreendi. Percebi várias conexões com Beleza Americana um filme que pra mim é uma das grandes obras de arte do cinema.

O título em português é “Rolou uma química” e não chega nem aos pés do original que também é o nome do disco mais conhecido do DJ e produtor Fatboy Slim.

O filme trata do “renascimento” de Douglas Varney, um farmacêutico dominado pela mulher e por todos a seu redor. É aquele cara que diz amém pra tudo e guarda todas suas frustrações (por dizer Amém) para si mesmo e tem sua vida modificada, para sempre quando vai fazer uma entrega de medicamentos para um de seus clientes. Os medicamentos na verdade são drogas controladas e prescritas por médicos, aquelas drogas que mataram muitos atores e outras celebridades nos últimos anos como Michael Jackson, Hillary Duff etc.

Sem querer soar repetitivo mas a “química” entre Elizabeth, a cliente e Douglas, o farmacêutico “rolou” e os dois começaram a conversar sobre a vida de cada um. Ela, casada com um Sr mais velho com problemas de coração e incrivelmente rico. Ele numa vida pacata com filho, uma esposa que não dava a mínima pra ele e a todo momento o ridicularizava, tomava decisões que ele não concordava. O sogro também não morria de amores por ele e o achava um meio homem. Elizabeth logo começou a incitá-lo a mudar de vida, a primeira delas foi utilizar os medicamentos que vendia para uma maior satisfação pessoal e depois para ambos fugirem juntos e largarem suas famílias. Aos poucos Douglas começa a mudar e isto rende momentos interessantíssimos no filme. Num problema na escola, o filho dele enfrenta problemas que, a mãe ao invés de lidar, buscar soluções já pensa em processar a escola e simplesmente empurra para baixo do tapete, ele por sua vez entende muito melhor os problemas do filho e num momento digno, sai junto com ele para praticar um terrorismo leve em... sua própria farmácia que ainda tinha o nome do sogro, que tinha recém se aposentado mas o aconselhou (e ele aceitou) a deixar o mesmo nome e não usar o seu próprio mesmo sendo ele o dono da farmácia.

Bem como falei antes, o filme lembra um filme que pra mim foi excelente eu adoro vinganças e principalmente redenções pessoais, dar aquele basta em tantas coisas que nos incomodam e o filme é muito verossímil, conheço vários amigos iguais. Michelle Monaghan, também conhecida como esposa do Marty, no True Detective está excelente, Sam Rockell também e principalmente Olivia Wylde, em pensar que seriam Jennifer zzz Gardner e o Jeremy Renner o casal principal do filme, ainda bem que ambos não puderam participar, provavelmente o filme não teria sido tão incrível com eles ali.
Para fechar então este texto com absoluta dignidade digo ainda que uma das melhores e mais lindas atrizes de Holywood, Jane Fonda faz uma pequena ponta no fim e é a narradora do filme. Ela com certeza foi uma farmacêutica inconformada desde os anos 60, uma mulher que mudou sua realidade e tudo que a incomodava diversas vezes ao longo de sua vida.

13.3.14

Major Key Recordings

O verão praticamente terminou, o ano começou (passamos do carnaval) e durante os dois meses que passaram conseguimos gravar muitas coisas.

Os baixos finalizaram ainda semana passada num intensivo que eu e o Aquiles fizemos em nossos encontros, regados a churrasco e ceva. Por enquanto o que está realmente pronto é a cozinha, o gordo nosso baterista tinha terminado em Dezembro em nossa única sessão de gravação de baterias. As guitarras, ao menos a minha parte está com 75% das bases prontas e apenas Bright Horses ainda não tem tudo da base. Quanto as partes do Maurício ainda não temos nada, infelizmente.

Ontem a noite escutei as tracks e diria que vai ficar hiper massa. Ainda temos muito trabalho, a mixagem vai consumir um tempo gigante, muita coisa ainda nem foi editada e provavelmente até o momento de liberar a primeira música, ainda teremos muitas ideias de arranjos, soluços de guitarras e que deverão entrar neste disco. Ainda não sabemos o nome que terá e nem mesmo a arte da capa, não sabemos nem se estaremos vivos ou se a Major Key vai estar viva, só saberemos que terminou quando ele definitivamente ser lançado.

Este será o primeiro disco que estou gravando que foi gravado em minha interface nova velha. A qualidade, comparada com os outros discos, é impressionante. Mas preciso concordar que nem sempre é legal você fazer tudo sozinho, é sempre bom uma outra perspectiva do som, uma pessoa pra ajudar conversando antes de cada take enfim, não achei tão legal quando as outras vezes, trabalhar de engenheiro, produtor, compositor e intérprete das coisas. Este problema ainda vai aumentar ainda mais quando começarmos a gravar as vozes, tanto na captação quanto mixagem e masterização. É sempre chato ouvir sua própria voz e na mixagem, cada um dos canais são escutados novamente várias vezes durante a mix e os vocais geralmente são os que mais incomodam.

Rakta no Black Stone Tattoo & Estudio (19/02/2014)

Na última quarta estivemos no Black Stone para assistir aos shows de Sileste e Rakta. O Black Stone para quem não conhece é um estúdio, com dimensões pouco maiores que as habituais e que permite que pessoas entrem na sala de ensaios para curtir o som e na Quarta-Feira não foi diferente.

 Sileste é uma banda de São Leopoldo que engloba músicos conhecidos do underground do vale dos sinos. Com pouco mais de 2 anos a banda já lançou um álbum (excelente) intitulado Sileste com a produção do nosso querido Andrio (Medialunas/HangOvers). O som da banda é feito através de guitarras muito bem manipuladas, um kit minimalista de bateria que fornece todo ritmo que a banda precisa e não possui baixo e provavelmente seria uma redundância um baixo ali pois as guitarras fazem os graves, os médios os agudos e os ruídos para a poesia de Everton Cidade o poeta maldito de São Leopoldo.
O show estava excelente como quase todos que assisti e, assistir aquilo tudo dentro do estúdio foi de lavar a alma.

 Depois que a Sileste desligou seus amplificadores a Rakta começou a montar seu palco para mais tarde destruir tudo. A banda é formada por meninas e também figuras carimbadas do underground paulistano e com muita vontade de fazer performances únicas, Lou Reed dá um risinho de satisfação ali no canto. A banda além de contar com os habituais guitarra+baixo+bateria+ teclados possui também um theremin que fica dialogando com o celular da vocalista a todo instante. Adicione nesta mistura todos os vocais passando por camaras de eco, reverbs e tu tem um som muito mas muito maluco e diferente.



 Quando fiquei sabendo que rolaria esta turnê e que felizmente passaria por Porto Alegre fui atrás do som delas e fiquei emocionado com o vídeo delas tocando na rua, eu sou suspeito pois adoro este tipo de coisas de pessoas tocando na rua surpreendendo e sequestrando atenção dos transeuntes, pessoas voltando da escola,indo pro trabalho e que pararam pra assistir aquela devastação. A impressão que dá ( e confirmei depois) é que cada show é único e cada música soa diferente em cada show (Lou Reed dá...ok, todos entenderam a piada). É impressionante o carisma das meninas, todas se divertindo muito e a impressão que dava era que, a coisa tá tão lá dentro delas, o som do Rakta que elas estava completamente alheias as pouco mais de 30 pessoas que se acotovelavam pelo estúdio, eu como sou meio anti-social, sentei no chão, na frente dos pedais da guitarrista Laura Del Vechio (depois ela me mandou sumir dali) e foi impressionante o impacto o chão tremendo a cada chute no bumbo ou palhetada no baixo. Os vocais com eco e o som, que alguns insistem em reduzir ao Pós Punk (provavelmente pelo Chorus nas guitarras) é denso, cheio de camadas, tempo que se alterna no meio da música e contagia.

 Falamos com algumas delas antes do show e eu disse que era a coisa mais original que tinha escutado em um bom tempo. Como exercício, concordando comigo ou não que elas são originais pra caramba faça um teste e verifique quantas bandas você escutou nos últimos 4 anos que realmente eram originais, realmente uniam estilos, arranjos conhecidos mas, que traziam uma sonoridade nova, eu raramente vejo coisas assim e olhe que eu escuto música o dia inteiro no mínimo uns 20 anos.

Nem vou comentar o fator injustiça de bandas como esta não serem conhecidas e reconhecidas pelo grande público. Até porque seria redundância, algum filósofo ou bêbado uma vez falou que, quanto mais diferente o som menos pessoas irão gostar e se identificar e no meu caso, espero que tanto Rakta quanto Sileste fiquem por aqui mesmo.

Warpaint – Warpaint (2014)


Depois de uma longa espera, ao menos lá em casa (esperamos pelo show em POA também mas não vieram e odiamos elas por dois dias) finalmente saiu o segundo disco das meninas do Warpaint. O disco foi produzido por Flood e Nigel Godrich (Radiohead, Ultraista, Beck, Pavement, Travis) e posso dizer que a mão do Nigel nesta estória foi o que diferenciou um pouco este, do anterior. As músicas seguem a mesma temática de outras gravações e apresentam uma coesão maior entre os músicos.

O disco anterior que também demorou um bom tempo pra sair devido a vários fatores, mas principalmente pela troca de bateristas praticamente constante e apesar do som ser o mesmo, em alguns momentos ainda mostrava uma banda se formando. Depois deste disco uma extensa turnê sem troca de integrantes deixou elas afiadíssimas juntas. Nos primeiros minutos já se percebe que é um trabalho conjunto e de fórmulas extensamente testadas durante a tour. Um reflexo preciso das apresentações ao vivo com todas elas de olhos fechados dançando e tocando, cantando como sereias todas ao mesmo tempo. Outra diferença marcante é o uso e abuso de novos instrumentos, troca de instrumentos, o que não mudou é a troca de vocalistas nas músicas. A baixista (e atriz nas horas vagas) que pra mim é a alma da banda é quem manda e é a culpada por você escutar 10 segundos de uma linha de baixo e ela ficar na tua cabeça nas próximas 12 horas.

O resultado é excelente e os timbres estão perfeitos. A cozinha e os graves da bateria estão muito bem representados, é mais um excelente trabalho destas cheiradoras de cola que nunca decepcionaram em nada que lançaram até agora.


8.3.14

Dum Dum Girls – Too True (2014)



Nas últimas semanas foi lançado o terceiro disco das Dum Dum Girls intitulado Too True. A banda tem como líder e compositora Kristeen Welchez (Dee Dee) e contou com a mesma equipe de produção dos outros discos, Richard Gottehrer e Sune Rose Wagner (The Raveonettes), porém traz mudanças claras e perceptíveis tanto no que se refere aos instrumentos quanto a voz de Dee Dee quanto sua concepção gráfica e estética.

Richard Gottehrer, Alonzo Vargas, Dee Dee (of Dum Dum Girls), Joe LaPorta, and Sune Rose Wagner

Dois anos atrás durante a turnê do último disco(End of Daze) a cantora teve problemas nas cordas vocais e por pouco não teve que acabar definitivamente com sua curta e produtiva carreira musical. Na época shows foram cancelados e então começou toda produção para o novo disco. As mudanças na forma de cantar são visíveis e até as músicas antigas nos shows das últimas semanas estão sendo cantadas de forma diferente. Uma análise superficial minha identificou uma busca muito maior pela adolescência da cantora e em bandas , filmes e livros e coisas que influenciaram ela de alguma forma nos seus primeiros dias de descoberta. 
Percebo muita influência de Brandon Welchez, seu marido e vocalista da excelente Crocodiles. Percebo também um uso excessivo de Chorus nas guitarras, efeito utilizado a exaustão nos anos 80 e para muitos críticos, um segundo deste pedal em uma música já denuncia Pós Punk, teoria minha depois de ouvir as resenhas do Rakta (mas esta é outra história, para mais tarde, provavelmente). Outra coisa que não passou despercebida foi o som da bateria que apesar de serem acústicas foram “manipuladas” com efeitos para dar uma cara ainda mais oitentista para o álbum.


A procura pelos shows aumentou bastante e diria que foi dado um passo acima na carreira das meninas ( que contam agora com um guitarrista extra, o primeiro homem a tocar na banda), este ano ainda participaram do David Letterman pela primeira vez e o nervosismo da vocalista é evidente.

As músicas tem a mesma força dentro do disco e poucas que se sobressaem mais do que as outras que na minha opinião são Lost Boys and Girls Club (pra mim a música mais diferente que a banda já fez, comparando com os outros discos), Rimbaud Eyes e Evil Blooms. A capa é claramente inspirada no Bangerz, da Miley Cyrus e os clipes estão seguindo a temática de outros vídeos delas e com uma carga “apelativa” um pouco maior (se você me entende), todos a cargo da amiga Tamaryn (não confundir com a banda de mesmo nome). Recentemente ainda a banda fez, juntamente com o conhecido Brett Easton Elis um curta de 11minutos com Dee Dee atuando e a música Too True.


7.2.14

Greve dos rodoviários

Quando vão abrir as contas das empresas de ônibus de Porto Alegre?

Quando vão conferir as planilhas e cálculos que regem o valor das passagens e os custos das empresas de ônibus de Porto Alegre?

Quando vão fazer uma CPI ou ao menos divulgar (em todas as mídias) porque Fortunati ainda não obrigou os empresários responderem as duas questões acima?

Porque o grupo RBS continua criminalizando os rodoviários?

 ...que acreditem, são seres humanos iguais a você que está neste momento chamando-os de vagabundos porque estão exercendo seus direitos e estão fazendo uma greve mais do que justa. Ainda pra você que os chama de vagabundos, você sabia que as férias, o décimo terceiro foram conquistados por gente que faz greve, que protesta e que lutou por seus direitos no passado e talvez seja por isto que você não precise fazer uma greve.

Quando políticos (principalmente a presidenta) irão acordar para os problemas que estão sendo apontados pela população, os manifestos, o rolezinho, as greves, será que estamos todos errados (nós menos o Paulo Santana, o Fortunati, o Aécio, e a lista segue)? Se as coisas não forem resolvidas urgentemente os prejuízos serão ainda maiores, para todos, população, prédios, empresários, políticos.

Quando homosexuais serão executados nas ruas até que este crime seja realmente criminalizado e tenha uma pena condizente?

Até quando vão comemorar que presidiários sejam mortos dentro do presídio?

Até quando vão reclamar do bolsa família? Vão considerar que o pessoal que recebe o bolsa família é vagabundo, que estão tentando comprar votos. Até quando tu vai continuar achando que o ser humano menos favorecido que você não é teu irmão, que não merece o mundo que tu ganhou de mão beijada ou não. Não se engane, toda onda de violência, latrocínios, assassinatos e tudo mais acontece hoje em dia por causa da desigualdade.

Até quando você vai negar que no Brasil ainda existe o racismo, o preconceito social e sexual e todas outras formas ou codinomes para burrice. Olhe para o lado, para dentro de sua empresa e conte, quantos diretores tua empresa tem que são negros, mulheres? E coordenadores, gerentes? E colegas negros, quantos você tem?


O mundo e principalmente o Brasil tem me enojado ultimamente e pergunto, até quando?

22.1.14

Major Key Recordings

Em Dezembro iniciamos as gravações de nosso primeiro registro. Registro é um nome feio (ao menos pra mim) mas ainda não sabemos como lançaremos estas músicas e a única coisa que é certa neste sentido é que serão disponibilizadas na internet. Podemos lançar um EP, com as quatro músicas que estamos produzindo, podemos gravar outras músicas e lançar um disco cheio, enfim, são muitas possibilidades.

O trabalho iniciou na casa/estúdio dos irmãos Hoolligan onde fizemos a captação da bateria. A captação foi excelente, a sala é ótima e o nosso som lá dentro ficou mais que massa, deu até vontade de gravar todo mundo junto mas este tipo de gravação é sempre mais complicada em virtude dos vazamentos nos microfones e principalmente, se alguém erra, todos param e iniciam de novo e isto muitas vezes demora um tempo fenomenal.

No fim de semana passada, começamos a gravar o baixo do Aquiles e tudo transcorreu muito bem, conseguimos captar duas músicas e gostamos muito dos timbres e a execução. Baixo, de todos os instrumentos que toquei ou gravei sempre foi o mais fácil de captar, monitorar e timbrar. Utilizamos dois pedais, um para dar um boost no sinal e outro propriamente para distorcer o som, tudo isto plugado na interface da M-Audio Fast Track Pro.


Acredito que estamos com o tempo a nosso favor, no próximo fim de semana iremos gravar o baixo de outras duas músicas e provavelmente iniciaremos o trabalho de guitarras que, ao contrário do baixo é bem mais complicado de captar, timbrar e monitorar.

14.1.14

Movies

Tenho 3 dicas quentinhas de filmes para a geração torrent/USB porque provavelmente eles já foram pro cinema, locadoras e talvez não seja nenhuma novidade. Todos eles tem aquele cheiro de Nescau assistindo a sessão da tarde, roteiro alterado pro patrocinador pagar, filme editado pra passar em Hollywood e claro, mudar aquele fato para uma mentirinha pra trama ficar mais atraente. Um hora vou falar sobre os documentários e de minha frustração e com a incapacidade de entender porque, mentir num documentário.

CBGB, conta um pouco da história do bar novaiorquino onde diversas bandas iniciaram, onde diversas permaneceram e diversas foram catapultadas para o sucesso. O filme é permeado de momentos interessantes com as bandas ainda iniciantes como Television, Dead Boys, Ramones, Blondie, Talking Heads, Patty Smith e muitas outras tocando e frequentando o bar. O filme mostra Hilly Cristal como um cara muito legal, um exemplo de ética, um cara que ajudou muitos mendigos da região e principalmente ajudou e, muito as bandas tanto de Nova York quanto estados vizinhos que iam lá tocar. O bar teve problemas de dinheiro durante toda sua existência e durou tanto tempo graças a família Kristal. Neste assunto tive uma identificação e confesso que até me emocionei bastante com este fato porque boa parte dos bares que toquei, desde os anos 90 sempre tinham problemas de dinheiro. Muitas vezes um bar aparecia e desaparecia meses depois em virtude do barulho, falta de dinheiro. Garagem Hermética, Cave, Paidéia, Espaço 711 e a lista só aumenta.

Rush também é baseado em fatos reais mais precisamente o automobilismo e a rivalidade entre Nikki Lauda e James Hunt. Várias coisas no filme não condizem muito com a realidade. Achei que o Emerson Fittipaldi deveria ter aparecido no filme e provavelmente em virtude dos patrocinadores deve ter sido excluído, a única menção a ele foi com desafeto mas mesmo assim é um filme emocionante. O filme é emocionante tanto pelas corridas, quanto a rivalidade de ambos e principalmente a parte do acidente de Nikki Lauda.

Crystal Fairie assistimos de última hora porque enquanto eu estava tentando me lembrar do que tinha visto pra não cometer uma injustiça nas minhas listas, vi este filme mencionado em várias delas. Michael Cera é aquele cara que interpreta a si mesmo (assim como o James Franco, o Seth Rogen e muitos outros) então, quando o vi pensei, ao menos vou rir da cara dele. Confesso que quando li a sinopse e dizia que ele ia para o Chile, a procura de um Cactus pra produzir mescalina e tomar junto com os amigos na beira de uma praia eu fiquei ainda mais afim de ver do que propriamente a presença dele. O filme é riquíssimo em momentos engraçadíssimos, Cera sem querer convida a tal Crystal para ir junto com eles, no outro dia ele nem lembrava mais disso e ela é a cereja do bolo do filme porque é a presença dela que faz a diferença. Num primeiro momento ela parece ser aquelas hippies malucas e místicas mas no decorrer do filme dá pra se ver que ela é, várias coisas ao mesmo tempo. 

10 Melhores filmes que assisti

10)    Only god forgives



9)      The Place Beyond the pines


8)      Beasts of the Southern Wild

7)      Man of steel


6)      Silver Linings Playbook


5)      Oblivion


4)      Elysium


3)      Stoker


2)      Jagten

1)      Dark Skies




Este ano tive que cavar na memória tudo que vi. Provavelmente este foi o ano que menos escrevi aqui desde que foi criado em 2002. Muito provavelmente, no exato momento que postar esta lista, lembrarei de algum que deveria ter ficado em terceiro ou quarto lugar ou que alguns, das últimas colocações nem deveriam estar ali. Me arrisco inclusive a dizer que os seis primeiros foram realmente escolhas, o resto eu apenas fechei os 10 porque apesar de terem sido filmes bons não foram tão legais assim. Cabe ressaltar que não vi Blue JasmineBefore Midnight, Amour, não terminei de ver Tabu nem Passion apesar de me parecerem grandes filmes. Searching for a SugarMan eu adorei, me comoveu muito mas não entrou na lista assim como Django, Argo etc. 


Oblivion, mesmo com toda espera e mesmo tendo Tom Cruise (odiado por muitos, não por mim) achei ótimo, me lembrou muito Phillip Dick. Jagten me chocou, me comoveu e provavelmente foi um dos melhores filmes que já assisti. O primeiro Dark Skies trouxe o mundo dos ufólogos sendo levado a sério e foi excelente. Park Chaan Wook apesar de não ter feito seu melhor filme ainda assim fez um filme infernal de bom, neste critério entrou o Elysium que apesar de estar a milhas de distancia do District 9 ainda assim é ótimo. Silver Linings poderia estar ai só pela atuação da Jennifer Lawrence que este ano entrou na minha lista das melhores 10 atrizes do mundo. Man of Steel foi outro caso de filme que levou um assunto mediano com muita seriedade e foi excelente. 

Meu destaque este ano foi me aprofundar ainda mais no cinema Coreano e, justiça seja feita, cinema Sul Coreano e de outros países asiáticos e cada vez gosto mais.

2.1.14

10 Melhores discos que ouvi em 2013

Este ano se destacou par mim as bandas com longas improvisações, psicodelias e vocais femininos. Fazia um bom tempo que bandas com vozes femininas não me chamavam tanto atenção, com pouquíssimas exceções. O fator improvisos e psicodelias me fizeram muito feliz e diria que a minha banda, Major Key seguiu bastante por este caminho. 

Fiquei muito surpreendido com o HangmanBeautifull Daughters, uma banda dos anos 80 que encontrei em uma coletânea de bandas inglesas dos anos 80/90. O Lola Colt e o Dark Horses foram as coisas que mais escutei este ano e que infelizmente não lançaram Lp´s este ano. O Dark Horses lançou um EP com extras mas o Lola ficou apenas nos singles. Mesmo assim foram surpresas excelentes. São bandas perfeitas para mim neste momento, palcos lindos, projeções, psicodelias, fotos preto e branco, reverbs no talo, improvisações, músicas longas, uma delicia de ver.

Para mim um dos maiores, senão o maior acontecimento do ano foi o lançamento do clipe da 7to9 que saiu quando a banda já tinha terminado mas, ficou um registro bem parecido do que éramos e foi demais.

 10)Porcelain Raft - Permanent Signal
 9) M.I.A. - Matangi


 8) DIIV – Oshin 

 
7) Elf Power – Sunlight on the moon

 
6) The Strokes - Comedown machine

 
5) My Bloody Valentine - MBV



4) Johnny Marr – The Messenger


3) Savages - Savages


2)Of Montreal - Lousy At the Silver Bryant 


 1)Black Rebel Motorcycle Club - Specter at their feast