18.6.13

Brasil em chamas

Fiquei extremamente revoltado ontem, hoje e todos os dias desde que começaram as manifestações do pessoal que está descontente com o governo, com o Brasil. Sim porque este pessoal que critica os manifestantes provavelmente nunca reclama do Brasil, das leis, das multas, dos impostos e tudo mais.

Vi duas amigas ontem, no facebook reclamando, dizendo eu o pessoal era baderneiro e etc. Uma delas era hippie quando conheci, a outra punk e skatista e pergunto, onde foi aquele sentimento de revolta, de não aceitação e luta por coisas melhores? Foi uma surpresa pra mim. Hoje de manhã vi um ex colega que considero uma suprema inteligência lendo o Reinaldo Azevedo, na veja e fazendo apologia a dois textos do cara, lamentável.

Vi gente falando também “Quem vocês acham que vai pagar a conta dos estragos?”. O povo? Sim e se as coisas continuarem péssimas como estão, quem vai pagar a conta? Mudou algo? Pra mim não. Eu acho que tem muita coisa incorreta acontecendo nas quebradeiras mas, é fato que protesto silencioso, sem nada quebrado ou queimado não leva a lugar algum e se você ainda insiste que estes protestos não vão levar a nada é melhor ler. Ler na mídia independente claro, não espere a verdade ou uma cobertura imparcial lendo a ZH, assistindo a Globo e por ai vai.


O meu único medo e receio nisso tudo é este movimento morrer, virar uma moda passageira, perder o seu foco ou ainda pior virar algo partidário. Já vi alguns políticos dizendo que tá bonito e tal, mentira, nenhum político gosta de público usando a democracia, eles querem povo que reclama na fila do pão mas que não coloca fogo na padaria. Não se engane, político é seu inimigo, ainda é, talvez isto mude, talvez eles tenham medo e melhor ainda que queimar tudo, quebrar tudo e ir para as ruas seria votar nulo, anular eleições até termos políticos decentes pra votar mas, como a eleição ainda vai demorar continuem quebrando. Várias capitais pelo Brasil já anunciaram que vão reduzir o valor das passagens e isto é uma prova de que a coisa está funcionando.

17.6.13

World we live ou DAORA viver hoje

Seguidamente ataco o mundo, o governo, o sistema e as pessoas. O mundo as vezes não parece ser o que eu imaginava quando era menor ou mesmo dois anos atrás. Algumas vezes é o politicamente correto extremista ou outras coisas extremistas que me incomodam mas, sobretudo a carga de impostos, o descaso do governo e seus políticos com o povo que votou nele e sobretudo a falta de respeito com os mais velhos, com as mulheres, com gays, travestis e todas as pessoas especiais, diferentes, enfim, falta de respeito não precisa ser explicada.

Mas é fato que as vezes acontecem coisas que me deixam feliz e é o que está acontecendo neste momento comigo. Queria agradecer do fundo do meu coração ao pessoal de Porto Alegre que protestou contra o preço das passagens e acabou motivando que o aumento não perdurasse. Mais ainda as pessoas que motivadas com este ato foram as ruas de SP para protestar e mais ainda, o fato dos protestos que antes eram dirigidos ao preço das passagens de ônibus e transporte público em geral ter motivado outras manifestação e estas são coisas que costumo criticar. Eu me achava órfão, reclamava de tudo e de todos e inclusive do fato de sermos passivos demais com o desrespeito do sistema e seus governantes com o povo.
Estou achando nossa época (desde o mês passado) uma beleza e finalmente ou muito provavelmente o mundo mudará depois disso ou, já mudou. A partir de agora, depois de toda preocupação que os partidos, os políticos e a polícia estão dando ao fato, é claro pra mim que a partir de agora nunca mais seremos passivos.

Mesmo assim ainda me irritam algumas coisas. A capa da ZH dominical por exemplo não falava nos protestos, contrariando o mundo inteiro. O fato dos jornalistas, eles que tem a pena nas mãos poderiam criticar mais o sistema, podiam denunciar mais, podiam fazer as pessoas serem ouvidas ainda não entenderam o movimento. O globais fazendo ensaios fashion com uma inspiração no movimento, extremamente equivocada. Mas ainda pior são alguns conhecidos e colegas que tenho chamando o pessoal ativo em vagabundos ou “20 centavos não é nada” ou tipo, “Eu não ando de ônibus” (esta mesma pessoa que reclama depois de ficar parado com o carro num engarrafamento como se a culpa do engarrafamento não fosse ele, como se ele não fosse o culpado mais direto), enfim, milhares de injustiças estão sendo cometidas aprovando ou não o movimento.

Não existe processo silencioso ou pacífico que tenha conseguido alguma coisa. É claro que é lamentável ver patrimônio público sendo destruído, quebra quebras mas, pior ainda é ver pessoas morrendo em filas de hospital, nenês morrendo no colo de suas mães vítimas de balas perdidas, impunidade, assaltos, imposto de renda, polícia atirando no povo e tem um milhão de coisas piores que vidros quebrados, atente-se para o que é impostante neste momento porque agora é a hora de mudar algo, de se fazer ser ouvido.

Aqui  mais um excelente texto (ela sempre é) para tentar entender um pouco mais. Além disso, ver vídeos do pessoal que estava no movimento é uma grande oportunidade para ver que muitos veículos de comunicação estão tentando mascarar a verdade toda.

10.6.13

Findi

Sexta Feira eu e Summer nos encontramos com o filho e ficamos bebendo em casa, antes de irmos para o Havana. Quando era passadas meia noite pegamos o carro e fomos para o de dia restaurante Havana casa de meu amigo de longa data Alexandre Palma. Logo na entrada encontramos vários conhecidos, aquele povo que ia no Paidéia, depois no 711.

Antes disso ainda encontrei o Valdir,  pedindo esmola na frente e só no Domingo seguinte que fui entender do que se tratava a esmola. Lamentável o cara falar para alguém como eu que o dinheiro não era para as drogas mas sim devido ao fato dele ter batido na mulher dele, ter caído na Maria da Penha e achar que isto serviria de uma boa desculpa para ajudar ele. Usou a pior justificativa do mundo porque eu desprezo bastante quem bate em mulher, é um pouco maior do que o desprezo q sinto por uma pessoa batendo na outra.

Mas voltando a Sexta, o show da banda que tocaria covers de Legião Urbana era legal e fiquei comovido com o fato de finalmente termos outro lugar pra ir em Esteio, guardadas as proporções. O lugar tá bem legal e tal, público diferente e tinha bastante gente e isto é bom já que tudo fecha em Esteio.
Em determinado momentos algumas pessoas me encontraram, comentaram do clipe e comentaram mais ainda sobre o fato da 7to9 não existir mais. Falei que a banda tinha acabado mas que tínhamos 3 discos, todos disponíveis na internet se o fato de nos últimos 10 anos termos feito uns 10 shows, enfim, acabou amigos e não tem mais volta. E o mundo continuará e as pessoas continuarão, como falei, tem 3 discos para aqueles que sentem saudade.
Chegando em casa, abrimos o facebook e o diretor do nosso clipe tinha colocado um pequeno texto, pequeno em tamanho mas, carregado de emoções e com toda esta carga de coisas acabei ficando sentimental, foi uma dedicatória bonita e se não bastasse a emoção de ter um clipe feito pelo Daniel, fiquei ainda mais emocionado pelas palavras e por saber que ele gostava muito do nosso som e é um dos poucos que escuta o nosso Cd por estes dias. Eu mesmo fiquei mais de 6 meses sem escutar.

Dormimos boa parte de Sábado e minhas gravações foram pro espaço. Mas, deu tempo de assistir Stoker o novo filme do Park Chan Wook que é inferior aos anteriores, muito provavelmente pro ter atores americanos ao invés dos coreanos e por ter um dedo de outras pessoas nele. Mesmo assim um excelente filme, vejam bem, um cara como este faz um filme meia boca mas é um filme ótimo, foda ter uma boa filmografia para comparar.

No Domingo sim deu tempo de tomar café, jogar uma fazendinha e depois de comermos o resto da pizza do dia anterior comecei a gravar. Seria um processo de pré produção para os ensaios vindouros, decidi gravar de forma lo-fi as músicas que estamos tocando que ainda não tem letras e arranjos e colocando elas numa gravação fica mais fácil de fazer os arranjos e a letra. Gravei o final infinito e a Maurício Dark Horses. A primeira era o final da Sebadoh que acabou se tornando uma canção a parte com apenas uma parte que vai alterando apenas a dinâmica. A segunda eu e o Maurício tínhamos feito em nosso primeiro e único ensaio de cordas que fizemos na minha casa. É impressionante a qualidade daquela interface e graças a sei lá quem que comprei esta maravilha, assim como o microfone quando estava em Recife, uma das coisas mais certeiras que fiz com o dinheiro até hoje. Qualidade impressionante mesmo tendo gravado a guitarra baixinha, timbres ótimos sem nem ao menos timbrar. Ficou com cara de demo de luxo com execução fodida.


Na noite assistimos Spum, um filme bem  absurdo lembrando um vídeo clipe da MTV, não terminamos, não era tão bom assim.