31.5.10

Recife Diaries, Churrasco

No Sábado de noite fomos a Rec Antigo, estava diferente, meio vazio, mais polícia, mais moleques vendendo drogas e não tinha o já tradicional blues de calçada que sempre rolava num barzinho na esquina da rua da Moeda. Encontramos um pessoal, amigos do Igor e ficamos conversando até perto das duas quando rumamos para o ônibus.

Igor fez aniversário e tinhamos combinado de fazer um churrasco. O magro tá morando na cobertura aqui do prédio e, o termo cobertura é luxuoso demais pra descrever o lugar, mesmo assim tri massa. Acordei e tomei café perto das onze e depois do meio dia ele bateu aqui na porta avisando que estava tudo começando. Subi uma hora depois e levei a viola. Foi chegando um ou dois amigos e logo fizemos a vaca pra comprar uma carne depois de "criarmos" a churrasqueira. Esta, consistia de um vazo(sem as plantas óbvio) e uma grade de frigobar. Compraram fraldinha, salsichões(ou linguiça em pernambucanes). O fogo foi horrível de fazer, alcool batizado sei lá, sei que um pernambucano tomou conta do serviço e o fez bem. Perdi alguns pontos ali.

Até então estava servindo de assador, consultor técnico explicando alguns cortes e as carnes e o seu modo de fazer que modéstia a parte tive um bom professor, o seu Raulzito. Alem disso, churrasco consite ou em muita tecnica e cuidado ou experiência. Ficou ótimo com o teor da churrasqueira que usamos. Uma prima do Igor uma hora tirou uma com minha cara, falando que eu não tinha cortado a carne junto com as fibras dela e tal e dae eu apenas respondi ela que me desse uma churrasqueira, espetos, uma carne decente e ela ficou quieta. Óbvio que levei a viola e mesmo tocando boa parte coisas desconhecidas pra eles, adoraram. Fui obrigado a tocar uns trocentos Oasis que o pessoal gostou, uma 3 vezes com direito a um "De novo?". Apesar de ter sido tri o churras, a confraternização com o pessoal, deu merda e estou pagando por ela agora.

Vi também que aqui, Nenhum de Nós e Engenheiros do Hawai são reis. Rolou um Biquini Cavadão, Tédio e falei que eles, pernambucanos deveriam gostar é deste tipo de brega.

Na segunda a temporada de caça ao meu rabo continuou e corri muito, trabalhei pra caraleo e almocei depois das duas e meia da tarde, veja bem, eu acordo as cinco e vinte. Fiquei até as sete trabalhando exaustivamente e vim de taxi pra casa, cortesia do Lula e do Chavez talvez.

Agora, aguardo os últimos minutos, faço minhas retrospectivas da última noite com 36. Ano passado estava nos braços do meu nenê que tanto me faz falta hoje. No telefone hoje, me cantou parabéns e, me falou que estava aprendendo os números e foi a vez que ele mais falou comigo no telefone de todas as vezes que ligou. Já decorou o dia que chego e para mim, tudo é um sinal de alegria nesta distancia infernal que me encontro dele. Tudo isto é por ele mas dói muito.

Nos 36 eu "me soltei, suas amarras eu cortei com um punhal que achei no chão de sua casa"(não vou fazer a citação do auto porque é óbvia), resolvi algumas coisas que me afetaram por muito tempo e o melhor de tudo é manter na cabeça as lições que tive. Posso dizer que foi o ano de minha vida que menos odiei e isto procuro há muito tempo. Vi florecer a felicidade na forma de noites inspiradíssimas tocando coisas desconhecidas num bar de gente inteligente acompanhado de muita cerveja, de risos e da companhia de amigos. Conheci um grande amor, amei, lutei e me entreguei e tive um presente que achei q nunca mais o Sedex iria me encontrar pra me entregar por mérito. Mais do que o amor que achei e da raiva que tirei de meu coração, fui respeitado, bem tratado e admirado pelos bons, o time dos saucerers do bem e isto fica aqui no coração pra sempre. Quando não tiver o coração e a memória pra lembrar, ainda assim terei eles todos perto de mim, a companhia dos amigos, o amor de meu filho e de minha família e o amor da mulher que eu amo e respeito e quero pra sempre ao meu lado, me xingando, me abraçando ou usando o nosso tempo da forma como preferir.

E, obrigado a todos vocês que lêem as minhas palavras mal acentuadas e pontuadas e muitas vezes imcompreensíveis.

29.5.10

Recife Diaries, 24 dias

Foto0170

Acordei as oito e pouco, a cama me segurou mais um pouco e me levantei as 10:45. Fui na padaria, sem um livro. Tomei banho e peguei um ônibus com destino a Rua Marques de Recife, concentração dos sebos de livros, cd´s, dvds e etc.

Encontrei várias coisas boas, ótimas a preços muito acessíveis. Sai de lá com "O messias de Duna", de Frank Herbert, "Madame Bovary" de Gustave Flaubert, "Nada de novo no front" de Erich M. Remarque e "Paris do século XX" de Júlio Verne. Fugi de lá para evitar mais gastos mas adianto que não paguei mais de R$ 5 reais cada um.

Atravessei a ponte Maurício de Nassau para ir nas lojas de instrumentos comprar o cabo para o violão e tropecei em outra banquinha com livros. George Orwell, 1984 me olhava e parei. O dono da banca era instruído e lia pra caralho. Levei o 1984 e perguntei de Ulysses e ele me falou q, o tomo estava em casa. Disse que sempre lia antes de vender, fiquei maravilhado. Combinamos de ele terminar até sábado que vem.

Confrariadospoetas

Depois fui na confraria dos poetas e parei para almoçar e tomar cervejas. Bati um longo papo sobre política, futebol, convivências e mais um monte de coisas com o Luís que estava ali sentado. Ele estava com uma camiseta do São Paulo e falei pra ele que eles tinham obrigação de ganhar do Inter e, o papo começou. Comi frango a passarinho com fritas e depois de 3 cervejas tomei o rumo da Boa Viagem novamente. Grande tarde.

25.5.10

The Cure / Trama

Esta banda foi uma das bandas mais influentes em minha adolescência e me acompanha até hoje. Soube que o Desintegration(que nem é meu predileto) será relançado e a banda criou um site que contém vídeos fotos e um trilhão de outras coisas.


Aqui

Outra coisa que perdi ou ganhei muito tempo ontem foi os novos sites da Trama. O site todo foi reformulado e tem muita coisa legal por lá. Aconselho uma passada no Tv Trama que possui várias entrevistas, shows, matérias e grandes bandas tocando no estúdio.

Para os sites de bandas/autores aumentaram os recursos e ficou ainda mais fácil de disponibilizar material, ficou bom realmente. Digo e repito, obrigado Trama. Não ou um cara mal agradecido e achei muito legal o que foi feito.

Descobri também que no início deste ano muita gente andou baixando coisas da Seven2nine e até da Salão Fígaro.
Alterações de primeira ordem

Percebi nos últimos dias que a experiência do exílio tem me proporcionado mudanças e até este momento não posso dizer se elas são agradáveis, bem-vindas ou não. A vida como eu conhecia não existe mais, pelo menos temporariamente. Tenho tido contato com outras pessoas aqui, não estou completamente isolado. No trabalho, no lugar onde moro, mas mesmo assim todas elas têm algo em comum. São pessoas que conheço a menos de três meses e a partir disso muita coisa sai frustrada.



Sou uma pessoa um tanto intolerante com novas pessoas e não consigo me entregar completamente. Já era difícil conseguir mapear as pessoas no Sul, num habitat conhecido e aqui tem sido ainda mais difícil. Outro conflito que existe é que estou aqui de passagem. Não vim aqui para terminar minha vida apenas passear eu poderia dizer e isto faz com que eu não me entregue completamente as coisas. Muitas vezes eu penso que quanto mais AQUI estou, menos pertenço ao meu lugar.



Nos últimos dias tenho me sentido vazio e isto tem aumentado gradativamente. Fazem 3 semanas que não saio de casa com exceção de ir trabalhar. A casa é um quarto e um banheiro em qualidade um tanto duvidosa o que deixa o meu confinamento ainda mais sem graça. Nas últimas semanas de tanto sofrer por saudade mediquei-me para não sentir-me tão mal e isto acabou me deixando um tanto frio e ainda mais sem perspectiva. Me dá um desgosto muito grande me lembrar as vezes que o Heitor está lá no Sul brincando, aprendendo, sorrindo e crescendo e eu estou aqui preparando algo pra ele que ele só se dará conta no futuro e se vai aprovar o que fiz só ele sabe. Quase morro de saudades dele e se eu me entregar completamente a este sentimento, nada mais funciona, dentro e fora. No que se refere a Summer as emoções não são tão diferentes, ela por sua vez é adulta e até então, tem sido paciente com isto tudo. Sente saudade e está passando tudo isto como pode. É muito chato saber que procurei tanto, procuramos tanto e quando achamos nos afastamos ao menos fisicamente.



Fica aqui a pergunta se é melhor sofrer de saudade nas sextas feiras, na volta do Recife Antigo, quando falo com Heitor e com Summer ou se é melhor ser isto que me tornei.

22.5.10

Redd Kross



O Redd Kross é uma banda que conheci no fim dos anos 80, era uma coisa muito Beatles com um modernismo que não era datado tanto na época que conheci quanto hoje. Abaixo relacionarei algumas de minhas prediletas. A banda teve envolvimento com drogas, parou, voltou e sinceramente não sei em quantas andas mas se ligue, eles á tocavam em 1976, diria old school hoje em dia.

Aqui mais uma prova de que Jason Lee é um cara que sabe se relacionar e aparecer em clipes de boas músicas. 100% do Sonic Youth e agora com esta maravilhosa e infelizmente falecida banda :



A segunda é uma baladinha bem agradável e com a sua dose necessária de peso. Yesterday once more é o nome dela. Tente assistir ao clipe como se fosse uma crítica a Restart e outras bandas queridinhas do Acesso MTV. Chega a ser ridículo de tão massa este clipe, ele envolve Beatles, oitentismo, timbres atuais e muitas outras coisas.



Esta também era bem divertida. Todos este clipes, esta banda, era tudo perfeito. É tipo como se o Weezer fosse a fudê sempre. E tipo, uma festa com estes caras tocando seria incrível.





E por último a primeira música que escutei deles. Olha que maravilha,o nome é The Girl in the front row. No momento que vi isto pensei na hora que eles poderiam com certeza ser o som dos Beatles se tudo tivesse começado hoje. Muito Beatles.



Se você ainda não conhecia esta, sugiro uma boa pesquisada. Rock and Roll de extrema qualidade, fundamentalistas do Power Pop eu diria. Se precisar de outras fontes de respeito procure Sloan, Thee Michelle gun elephant e porque não dizer Weezer, ou duas bandas que poderiam definir o RK, Teenage Fanclub e Nirvana.

18.5.10

Perolas do nordeste

15.5.10

Entrevistas

Eu sou um cara que gosta muito de ler entrevistas. Nos anos 80 eu costumava ver mas principalmente ler as entrevistas da Playboy. Na época não entendia muito de jornalismo e pensava que os entrevistados ficavam tão felizes de dar entrevista para a revista que acabava ficando um papo massa e todo mundo era legal. Depois descobri que o principal é o entrevistador e ele que sabe que caminho deve dar e aproveitar para deixar o entrevistado á vontade e instigado a responder as coisas.


No momento estou lendo a excelente entrevista da Lulina e da Stela Campos no Scream e o Mac é cara que sabe entrevistar e escolher com quem será. Geralmente as pessoas tem muito a ver com ele ou com partes da vida dele e o papo acaba ficando hiper descontraído. Seguido leio coisas que eu lembro onde estava e o que fazia na época que tudo aconteceu.


Esta semana também li as entrevistas com Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante. Por mais que eu ache que ambos se preocupam em excesso com o que falam tornando muitas vezes as respostas não muito claras os dois são muito inteligentes e certos de si. Percebe-se que a união deles trouxe coisas importantes para as suas vidas muito mais do que o reconhecimento e o sucesso discreto que tiveram.

Gosto muito da Lulina pelo seu jeito e a música é bem interessante. No caso dos hermanos fiquei bem intrigado com coisas e respeitando a ambos, muito mais o Amarante que o Camelo e fiquei feliz que poderá ocorrer um show aqui em Recife nos próximos meses.
Polvo - In Prism


O Polvo amedrontou boa parte dos anos 90 com suas dissonâncias incríveis e a surpresa tanto em arranjos quanto partes melódicas de suas músicas. Suas músicas nunca foram algo dito Easy Listening mas tem uma tragetória completamente original nos anos que manteve-se na ativa.Foi responsável por vários petardos sonoros e sempre ouvi eles com sorriso na cara. Tem boa parte dos timbres e um grau de experimentalismo um pouco menor se comparando com Sonic Youth.

As boas notícias chegaram através do orkut, o jax me liberando o disco inteiro pra download. Desde 1997(Shapes) que não lançavam nada mas o disco da volta deles cumpre muito bem todos estes anos de silêncio.Faz mais ou menos 1 mês que ele não sai do winamp aqui.

O timbre da primeira faixa lembra muito o Murray St. e traz a banda em uma faixa bem acessível e diferente das habituais dissonâncias. Os vocais de Ash Bowie e Dave Brylawski continuam iguais. Na segunda faixa teclados e distorções na guitarra com uma bateria bem marcada e um estilo que acabou talvez influenciando muito o pessoal do Math Rock que surgiu anos depois que eles pararam de tocar.

Neste novo disco a banda parece um pouco mais contida com as extravagâncias melódicas e aposta muito mais na simplicidade. Boa parte das guitarras contagiam criado climas orientais com adições de cítaras e trechos eletrônicos que fazem das músicas viagens incríveis. Algumas acalmam no meio e voltam com força total lembrando uma grande jam e algumas coisas remetem um pouco a Fugazi também.

Duas músicas se destacam no disco. Lucia uma espécie de balada com a banda improvisando numa marcha lenta com algumas explosões de distorções para depois voltar a calmaria. A música tem mais de oito minutos e tem uma melodia incrível e arranjos nada modestos. Outra faixa incrivelmente foda é City Birds que traz as duas guitarras dialogando e criando camadas que confundem e ofendem a quem escuta. O refrão fica grudado na cabeça por muito tempo e acredito que nunca antes poderia escrever algo assim sobre eles.

O disco ainda tem Beggars Bowl e D.C. Trails para finalizar em grande estilo com Right the relation a música mais Shapes de todo disco. A música lembra bastante os outros discos anteriores e é uma das melhores. Muito possivelmente é um lembrete para os fãs que eles continuam a mesma banda experimental e constrangedora que perfurou tímpanos nos anos 90.

10.5.10

Recife Diaries 07 e 08 de Maio

Na Sexta Feira como sempre acontece entrei na van as 16:30 profundamente abatido e triste. Quando cheguei em casa entrei na internet e mais uma vez constatei aquela minha teoria que tudo acontece ao mesmo tempo. Minha mãe não conseguiu habilitar a web cam dela e o Heitor me viu um pouco mas eu não consegui vê-lo. Meu pai me ligou e eu estava tão de cara que acabei sendo estúpido com ele quando ele quis tirar uma com a minha cara que eu não estava bem. Falei com o Heitor pouco menos de 30 segundos ao telefone e fiquei com mais saudade ainda. Depois surgiu o Jax, Summer, Vagner, todo mundo online ao mesmo tempo. Depois que conversei com Summer, em pouco tempo ela me deu um pouco de motivação, me falou coisas ótimas que me deixaram animado mas que mais tarde iam me deixar com mais saudade ainda.

Mais tarde eu, o Diogo(vulgo Cabo Zé) e o Igor fomos pra Recife Antigo. Inacreditavelmente perdi dinheiro no caminho, coisa que raramente acontece comigo. Chegando lá as mesmas coisas de sempre, muita gente fumando maconha, vendendo, gente na rua e, até loló o pessoal estava vendendo, sem falar em crack e outras coisas. Mais deprimente ainda foi ser abordado por um piá de 13 anos querendo me vender loló que aqui é conhecido como uéli. Logo na chegada tinha uma galera com vários tambores, caixas e etc tocando um maracatu muito pegado, que vontade de ter uma guitarra ali pra tocar junto, coisa do demo. Comi o pior cachorro quente de minha vida que me fez jogar ele no chão de tanto nojo que fiquei. Comi um espetinho depois pra tirar o gosto péssimo da boca. O Cabo Zé se perdeu e eu e Igor fomos sozinhos no bus. Quando cheguei no quarto quase morri chorando de saudade de casa.

Acordei no Sábado e tive que ir no shopping para ir nos correios. Andei mais de 5Km lá dentro a procura de um envelope grande para mandar os documentos. No almoço mais depressão, o maldito coentro e deu vontade de jogar o prato longe de tanta raiva que fiquei. Aproveitei um restaurante que podia estar livre desta maldição mas desta vez não tive sorte. Vi coisas lindas, roupas e fiquei babando. Voltei pela beira da praia, passei no supermercado e cheguei em casa, cansado, desmotivado e triste. Conversei com Summer de novo e eu tava triste novamente. Ela me animou um pouco e acabei dando uma saida com o Igor pra tirar as coisas ruins da cabeça. Mais uma vez fomos pro Recife Antigo e praticamente foi uma reprise da noite anterior. Desta vez tinha som em um bar, na calçada mesmo, Blues e foi muito estranho pra mim escutar isto aqui no Nordeste. Os cara tem o Mississipi nas veias e foi legal. Fui pra casa mais cedo que o habitual e desta vez sozinho. Cheguei pior do que na Sexta Feira e tentei ligar e pedir a salvação mas não consegui, escrevi um bilhete de despedida via SMS.

Acordei cedo no Domingo e falei com Summer, voltei a dormir e ao meio dia sai para almoçar. Comi em um lugar que já fui algumas vezes, tomei duas SKOLS, liguei pra mãe, li o livro do Leary e quando começou a dar Toy Story na televisão fiquei profundamente chateado, me lembrando do Heitor e do ano passado quando vi o filme com ele e ele viu pela primeira vez. Voltei pela beira da praia e me enfurnei em casa para esperar Summer aparecer. Ela apareceu e conversamos bastante. Descobri mais uma chinelagem de um conhecido meu e adicionei mais uns 3 quilos de decepção para a conta dele. Bem certo não me contar mas, contar pro mundo inteiro e me deixar de fora é bem chinelagem. E, se tem tempo pra falar besteira, fala da merda da tua vida né? ou tu tem vergonha de falar? Águas passadas. Houve tempo que eu esperava coisas mas, de muito não espero mais. O que vier agora não me surpreenderá de forma alguma. Fui tomar um café e voltei pra casa. Toquei umas músicas e vi o excelente vídeo da apresentação que o Jeff Mangum fez semana passada. Demorei pra dormir e Domingo é sempre complicado de pegar no sono. Acordei na Segunda com muito sono e dor nas costas já que meu colchão afunda e fico deitado meio na diagonal.



O vídeo foi cortesia do Mathias.

9.5.10

Mp3Player

Fazia tempos que não fazia esta seção e tenho baixado e escutado algumas coisas boas e não é a falta de tempo que me impede de escrever. Esta noite encontrei-me com o Aquiles no Gtalk. Ele além de ser um amigo que tenho desde os 6 anos, algo tipo 30 anos atrás também me apresentou as mais belas coisas que já ouvi, insira na lista o Pixies tipo 2 dias depois do lançamento do Surfer Rosa.




A minha lista começa com Daniel Land and The Modern Painters que até então nunca tinha ouvido qualquer coisa. O disco se chama Love Songs for the chemical generation , belo título. A banda vem de Manchester na Inglaterra e o disco é seu debut, lançado no longínquo 2009. O som remete diretamente ao Cocteau Twins e mais uma penca de outras coisas boas como Aereogramme, as boas coisas do Spaceman 3 e Slowdive que pra mim são um tanto chatas e fracas, Sigur Rós etc. O som é bem viajante e aqueles de ficar olhando pasmo os caras em um show. Ecos, atmosferas, pesos especialmente sincronizados em determinadas partes do som, guitarras viajantes e barulhentas com paredes sonoras com camadas muito bem construídas. O disco se encontra aqui.



Folder foi outra sugestão. Banda de Gdansk na Polônia que estreiou em 2006 com o Ep Inside e em 2009 lançou o excelente Red Lof que é o disco que estou escutando neste momento. Vocais femininos de Joana Kuzma e Mariusz Kuzownik na guitarra, Jedrek Chrapek no baixo e Marcin Miskiewicz na bateria. O disco é de uma insiração inacreditavel e traz sorrisos no meu rosto a cada audição, muito bom mesmo. Talvez seja desnecessário dizer mas eles tem um pé nos anos 80. Muito possivelmente pelas influencias de cada membro da banda e muito menos como uma forçada de barra como outras bandas que surgiram na segunda metade da decada 00. Os vocais de Joana lembram muito Siouxsie e outras heroínas desta época e não deixam nada a desejar.


Aqui você encontra o disco. Grato ao Amor louco pelas informações e pelos discos do Folder e ao Shoegazer Alive pelo Daniel Land.

7.5.10

Recife Diaries 07.05.10

Esta semana foi mais uma semana marcada de saudade, incomodações, percalços. A sorte que o horário de trabalho começa cedo mas termina cedo também o que dá tempo de descansar a cabeça. Apesar de ter recebido esta semana, recebi bem menos do que esperava. Além disso, o maldito banco que abri a conta para receber o salário me deu um limite miserável e passei o dia inteiro tentando resolver o problema. Apesar de terem criado leis para evitar este tipo de "mania" de solicitação de abertura de conta para receber o salário, em prática isto ainda existe. Diríamos que a logística melhorou mas a saudade do Heitor, da Summer, amigos e família aumentou ainda mais. Resumindo bem, continuo sem grana pois tive que saldar dividas anteriores e a única coisa que o meio salário proporcionou foi a liberação para a compra das passagens para visitar os meus.

Na Quarta Feira ia dar uma volta para assistir o jogo do Grêmio, encontrei o pessoal do prédio e eles iriam ver a decisão do campeonato Pernambucano. Mais uma vez me senti um peixe fora d´água. Todos os bares lotados de gente olhando aquele futebolzinho pífio, algo como uma decisão de gauchão entre Aimoré e São José. Em determinado momento tive que desistir da companhia, tinha saído apenas pra jantar e na medida que os membros da trupe foram aumentando e foram surgindo pessoas de vinte e tantos que quando bebem se tornam adolecentes e principalmente o nível de violência por aqui preferi desapegar-me da trupe e consegui comer. Jantei um prato de comida com uma coca em garrafa por R$ 5,50, logo nas primeiras garfadas apesar de ser um prato muito bem feito, o cheiro de coentro me doeu por dentro. E é uma coisa que me dá muito desgosto, vou acabar desaparecendo.

Ainda não paguei as passagens mas, possivelmente dia 22 de Junho estarei desembarcando no paraíso para matar a saudades de todos que sinto falta.

Sexta-Feira é o dia mais terrível para mim aqui. Quando entro na van já começo a chorar e fico lembrando que o Heitor podia estar comigo falando e fazendo coisas que só uma criança sabe fazer. Com ele ou sem ele poderia estar com Summer também, com o jax, com a Tati e estaria vivendo um sonho, várias noites que no ano passado ficaram guardadas. Meu consolo foi que aproveitei tanto estes momentos bons que tive que não fico com remorso algum de ter desperdiçado estas situações. A cada dia que passa é mais trágico para mim saber que Summer fica cada vez mais a pessoa ideal e que me emociona, consola, ajuda, conversa, vive e outras mil situações. Por isto mesmo me sinto ainda mais culpado por estar aqui, me sinto mais triste por estar longe e não aproveitando destes momentos com ela e os momentos com o porquinho que está crescendo longe de mim, a pior maldição que um pai pode ter. As vezes penso q estou jogando fora meus dias, para dar melhores para ele e para mim num futuro próximo, espero que o mundo todo me espere parado para quando o pesadelo terminar.

Para finalizar um dos posts mais deprimentes disso aqui. Pensando bem ja escrevi coisas muito mais deprimentes. Mesmo assim deixo aqui uma pérola de uma das melhores bandas do mundo e esta letra maravilhosa e esta música impossível de tocar :

2.5.10

Sunday Bloody Sunday

Ontem á noite fiz minha primeira visita ao Recife Antigo para uma night. O lugar é incrível muitas mesas na rua, gente vendendo tudo que você imaginar e muitas festas diferentes, shows de tudo quanto é estilo e infelizmente fui enganado e entrei num lugar com uma banda tocando músicas péssimas. Todo momento minha cabeça estava na Rua Caxias em Esteio. Parei num bar de reggae onde confraternizei com outros pernambucanos e falamos com índios.

Perto das duas da manhã me vi com sono e com a saudade apertando demais o coração e procurei os pontos de ônibus, descobri o meu, sentei e fiquei chorando quieto num canto.

No Domingo não fui surpreendido pois já estava esperando, chantagens, desaforos e etc, será que algum dia terei paz? Será que algum dia conseguirás viver tua vida e esquecerás de mim? eu espero q sim. Enquanto tu fica mantendo o habitué de baixo nível, agressões e chantagens tu deixa de educar o teu filho e deixa de dar amor a ele que não tem a mínima culpa das escolhas que você tomou.

1.5.10

Maquinado



Eis que hoje me deparei com o segundo álbum "Mundialmente anônimo - O magnético sangramento da existência" de Maquinado projeto solo de Lúcio Maia mundialmente conhecido como guitarrista da Nação Zumbi a melhor banda brasileira.

Ao contrário do primeiro disco "Maquinado" em que Lúcio deixou as guitarras no fundo das mixagens e emprestou sua voz a poucas faixas neste segundo ele cantou praticamente todas as músicas e deixou as guitarras como porta de entrada e cortina para mais um excelente trabalho. Nas participações especiais que desta vez não tiveram influência alguma na composição das músicas Lourdez da Luz(Mamelo Sound System) empresta sua voz para Tropeços tropicais. Lembrando que Lourdez também cantou no disco dos 3 na Massa.

O site oficial é de uma beleza e bom gosto exuberantes e dá para escutar todas as musicas do disco e também baixar 3 faixas.



Maquinado toca em Recife no dia 24 de Junho. I´ll be there.

Pegue