12.1.12

The Devil and Daniel Johnston (2005)


"Eu conheço Deus e o Diabo mas só o Diabo sabe meu nome"

Com uma frase igual ou bem parecida com esta iniciamos o Domingo. Eu e Summer tomando café, deitados na cama, próximo das três da tarde. O que parecia ser algo inofensivo para nossa sorte, ou azar foi uma experiência incrivelmente emocional e eu já tinha lido sobre este fator, anos atrás quando o documentário foi lançado.
Não sabia muitas coisas sobre ele, apenas que era um cara tão talentoso quanto problemático (Syd Barret? Arnaldo Baptista? Alguém?). Boa parte do documentário foi feito com as próprias imagens que ele gravou em sua Super-8, arquivos da MTV e algumas entrevistas com pessoas que fizeram parte de sua tragetória artística.

Bem, é triste de doer fundo no coração (para aqueles que tem, claro), é sofrível em alguns pontos e 90% das pessoas que dão depoimentos, em algum determinado momento você fica com pena delas, principalmente Daniel. Um cara criativo pra caramba tão criativo quanto desajustado. Um cara que produzia muito. Eram músicas, filmagens, desenhos, escritos e etc e que tinha uma necessidade enorme de ser amado, aceito e ser famoso.

Felizmente ou infelizmente ele é mais uma (citei dois exemplos ali em cima) daquelas pessoas que nasceu com problemas psicológicos e que o LSD apenas reativou o lado problemático para nunca mais o deixar.

O que me chamou tremendamente a atenção e acho que seja o caso das pessoas que gostam de sua música e o admiram é a simplicidade de suas letras e como ele consegue repassar para as notas e as palavras as coisas que se passam dentro dele. Já faz alguns anos que estou escutando e gostando mais deste tipo de música, a folk e as coisas mais emocionais e muito admirei ele por isto. Jeff Mangum, Ryan Adams e o próprio Daniel são pessoas que compoem músicas com melodias simples mas, com muito sangue nas letras, muito sofrimento, muita felicidade um mixto de ambas e várias vezes peguei Summer chorando quando meus olhos mesmo já estavam tomados de lágrimas.

É uma estória triste mas muito bonita. O sobreviver atormentado e salvo pela arte ou, atormentado por ela (já que ele deixava de tomar seus remédios para se apresentar e pouco depois tinha surtos de violência). Verdade é que é um excelente documentário que venceu o Sundance, na época do lançamento e eu aconselho fortemente para os fortes e fracos de coração.

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