16.5.11

O segundo encontro, a lua de mel e o Teenage Fanclub



Na Quarta-feira antes de pegar o ônibus pra ir embora pra casa dei um jeito de resolver uma coisa que estava me incomodando muito. Consegui finalmente falar com meu chefe e em breve a notícia ainda será mais pública que já é.

Arrumei as coisas na quarta denoite e forcei-me a dormir o mais cedo que consegui. O esforço foi eficiente e consegui acordar as cinco da matina na Quinta-Feira para pegar o vôo das seis e vinte com destino ao rio, aquela que dizem que é a cidade maravilhosa, eu chamo de Jerusalém mas como vocês vão ver minha opinião melhorou bastante. Cheguei no Galeão as nove e pouco e fui direto tomar o café da manhã e esperar Summer que chegaria pouco antes das onze. Grosso na cidade grande acontece isto, estávamos em terminais diferentes mas acabamos nos encontrando depois de alguns SMS trocados. Fomos para o ônibus que faz a tour Galeão - Santos Dumont, descemos no S.D. e pegamos um táxi até o hotel e foi uma mixaria, era muito perto. Largamos as malas dentro do quarto e matamos aquela saudade do melhor jeito possível.

Saímos pra procurar um restaurante pra almoçar e para minha sorte achamos um buffet maravilhoso na Visconde do Rio Branco. O lugar se chamava Espaço gourmet e aconselho muito, feijãozinho maravilhoso e um precinho todo especial e foi a pedida em todos os almoços em terra carioca. Depois do almoço compramos provisões e voltamos para o quarto do hotel para descansar um pouco. Cabe ressaltar que o hotel ficava em frente a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro e é uma igreja muito linda de se ver, principalmente à noite com luzes coloridas, uma ode a lisergia.

Descansamos um pouco ou Summer descansou, eu estava completamente ansioso, batimentos acelerados para o que me reservava a noite. Perto das sete saímos de casa e fomos até o Circo Voador, pouco mais de duas quadras de onde estávamos. Trocamos nossos ingressos e começamos a ouvir barulhos no palco do Circo e era a melhor banda da Escócia fazendo a passagem de som. Ficamos pela região bebendo, conversando com as pessoas e conhecendo um pouco mais. Fomos para a Mem de Sá, Riachuelo e fizemos uma tour pelos bares da região. Summer comeu um pouco e acabei filando a comida dela. Perto das dez da noite voltamos para a frente do Circo e decidimos entrar e tivemos uma excelente surpresa. Encontramos meus amigos da extinta Lagarto a Vapor Vinicius e Helena e foi lindo, muita saudade deles e encontros cada vez mais esparsos com eles que foram algumas das melhores pessoas que conheci na época da Salão Figaro. Conversamos por algum tempo, apresentei-os a Summer e decidimos entrar.

Cada pessoa que entrava recebia uma dose de Whisky de cortesia inclusive tentei pedir outras a mulher depois, novamente mas não rolou. Foi uma grande sorte não ter chovido na noite de Sexta Feira, o lugar tinha toldos e etc mas, se chovesse ia ficar estranho pra caramba. Era bem legal o Circo e lembrei de shows memoráveis que aconteceram por lá na década de oitenta. As reclamações iniciais era o preço abusivo de R$ 5 a lata de cerveja e também não tinha comida alguma por lá, nem iria comer mas é meio que ridículo não existir.

O palha do Lúcio Ribeiro estava colocando som. Pra ele, só pra ele mesmo. Não havia uma alma dançando na pista e ele insistiu em fazer aquele set modernoso pra caraleo com aquela banda dos subúrbios de Londres que ninguém conhece ou amigos de Pete Doherty enfim, lixao com poucas exceções. Se tivesse alguém dançando ou aparentemente curtindo nem falaria nada mas, a pista estava vazia. Sério, alguém me explica porque não colocar Suede, Flaming Lips, Pavemente, qualquer coisa pra pelo menos ficar mais divertido e tal? Ninguém estava lá pra ouvir uma coisa nova e maravilhosa até porque só rolou porcaria. Quem estava lá queria curtir o Teenage Fanclub e se aquecer para o show tomando um Whisky ou uma cerveja e ouvindo algo, decente ao menos. Merda por Merda poderia ter colocado o disco da Shakira no repeating.

Os amplificadores estavam todos ligados quando entramos mas em um momento começou a ter uma movimentação maior no palco quando finalmente acabou o set list do Lúcio e começamos a nos aproximar do palco, com copos devidamente preenchidos. Tinha um tiozinho todo estiloso nas roupas afinando guitarras e correndo pra lá e pra cá e logo percebi que era a figura mitológica citada na música do Dire Straits (Sultains of Swing) , Guitar George ou George Borowski.

A entrada deles não poderia ser melhor e a primeira música foi "Start Again", do "Sound of" uma música que escutei muito nos últimos dias. Tipo, aos 10 segundos de show já tinha gente chorando e neste momento que escrevo estou me segurando pra não acontecer novamente. Depois rolou "Sometimes I don´t need to believe in anything" do excelente Shadows, último disco lançado em 2010. Algumas músicas depois e eles estavam tocando "Don´t Look back" uma música particularmente especial para mim e para Summer. Fica complicado descrever o que é para mim e muito possivelmente para ela um show deles. Em Curitiba, 2004 já foi uma experiência incrivel e muito intensa para mim, vendo eles tocarem parece que eu estava lá quando fizeram as músicas, aquelas notas. As frases das músicas e etc falam tão diretamente para mim que fico emocionado demais quando nos encontramos nestas duas vezes.

Depois desta tocaram "Baby Lee", o primeiro single de Shadows e ai foi covardia "About you", "Star Sign", "I don´t want control of you" e fiquei muito feliz que rolou muita coisa do Bandwagon um disco especial por ser o primeiro vinyl deles que comprei. Ficamos bem na frente de Gerard Love ou seja, aos pés do amor e tipo o amor estava ali com a gente. Em alguns momentos eu e Summer nos beijávamos e abraçávamos, seria tão bom ter eles numa festa de casamento. Várias vezes pedi Sparky´s Dream e Concept e tocaram, muitas vezes Norman puxava alguma música que Love cantava e ele tinha que pular pro microfone, ele é meio envergonhado pelo jeito.

Falar que foi lindo, incrível ou tipo aquelas horas mágicas que ficarão pra sempre na memória seria redundância. No outro show de Curitiba ja tinha gostado muito mais do show deles que o do Pixies e se for comparar com os shows que vi de 2010 pra cá, posso dizer que este e o do Of Montreal foram sem dúvidas os que mais me tocaram. Este em especial tinha muitas coisas acontecendo ao mesmo, o namoro a distância, as perspectivas do exílio terminar, o amor aflorando, o maior amor da minha vida e com a trilha do Teenage Fanclub, como diria meu amigo Cabelo, é dose pra cardíaco.

Confira o setlist do show:

"Start again"

"Sometimes I don't need to believe in anything"

"The past"

"It's all in my mind"

"Don't look back"

"Baby Lee"

"About you"

"Star sign"

"I don't want control of you"

"I need direction"

"What you do to me"

"Alcoholiday"

"Your love is the place where I come from"

"Ain't that enough"

"When I still have thee"

"Sparky's dream"

"The concept"

"Today never ends"

"He'd be diamond"

"Radio"

"Everything flows"

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