31.1.11

Recife Last Diaries

Após o Natal, ano novo voltei pra cá pro Pernambuco e de todas as vezes que estive no Sul foi meu pior período. Não sei se foi o tempo que fiquei por lá, as emoções que vivi ou as entregas que fiz. A única coisa que sei foi que Janeiro foi ruim para mim, eu fui ruim pra Janeiro, vai saber. Tive momentos tristes, senti saudade, me senti um rato, me senti várias coisas, poucas lembravam coisas boas.

No início da semana passada comecei a melhorar novamente não por ter recebido a vacina mas por ter tentando esquecer da minha situação. Estou aqui há 10 meses e já passei por muitas fases. Quando cheguei a primeira adaptação, os momentos que não tinha comunicação nenhuma a não ser o celular, não tinha o notebook, internet. Não tinha som, apenas um mp3 player e meu violão. Tocava todos os dias, ouvindo no mp3 o Airplanes over the sea e o Love travels at illegal Speeds do Coxon e bebia minha cerveja. Foram momentos difíceis. Depois comecei a me habituar, descobri o Recife Antigo e fui criando amizades, as primeiras pessoas que conheci e que olhando hoje não me servem mais de forma alguma.

Summer veio aqui em Junho, sua primeira visita e ela mesmo fala que não foi tão bom como deveria, eu concordei mesmo sem saber muito as razões mas em Setembro foi ótimo. Fomos no coquetel molotov, vimos o Dinosaur Jr, conhecemos Olinda e mesmo os momentos que tivemos eu e ela sem shows e festas foi mais que absurdo de bom, como era quando estava no Sul. Quando ela foi embora fiquei destruido de saudades, ia pra Olinda pra amenizar um pouco estas coisas ruins.

Em Novembro fomos no planeta terra e, para ambos, foi um dos momentos auge de nossa relação. Houve uma entrega absurda, de ambos mas, acho q me entreguei muito mais. Quando voltei algumas coisas mudaram no meu trabalho e comecei a ficar irritado, os dias passavam mais devagar e, o que até então não me incomodava(o trabalho em si), começou a incomodar. E ai foi uma descendente, além da saudade, do trabalho ruim, as noites em Olinda começaram a não trazer mais as rodas de violão, as coisas mais legais e no outro dia sempre ficava em depressão.

Quando viajei, no dia 23 de Dezembro eu estava no auge da irritação. Quando voltei no dia 03 voltei triste, voltei com saudade de todos, principalmente de Summer e do Heitor. O mes de Janeiro foi duro, vários problemas, gastei um dinheiro com meu violão, para regulá-lo e ainda não ficou grande coisa, as condições do trabalho só pioraram, a saudade aumentou e, cada vez é mais difícil ficar longe do Heitor. Semana que vem vejo ele. Na outra semana Summer vem pra cá e terei uma trégua em Fevereiro mas tenho certeza que quando ela voltar, vou cair em desgraça de novo e vou ficar contando os dias pra terminar tudo aqui, arrumar a mochila e voltar.

Nos primeiros meses, teus amigos, família, conhecidos, namorada vão sofrendo. Te dão apoio e tentam se apoiar também mas o tempo vai passando e vai virando uma realidade, que você não está mais lá e principalmente o Heitor. Na última vez que fui embora recebi relatos que ele tinha ficado brabo comigo por eu estar aqui. Summer aprendeu a viver sem mim. Meus amigos também, eu estou cada vez desaprendendo ainda mais a ficar longe, a me aturar, aturar as coisas, e sobreviver com pouco carinho, com poucas pessoas sentindo minha falta.

Ainda não sei até que ponto vou chegar, aguentar mas aos poucos estõu destruindo tudo a minha volta.

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