Não posso precisar a idade mas, vem da minha infância a admiração que tenho por David Jones. No início eram algumas músicas e simplesmente achava ele um cara legal mas depois fui vendo a sua genialidade na música, sua atuação em filmes e também seus trabalhos comunitários como produzir um disco para o Lou Reed, pro Iggy Pop e etc. Nos anos 80 a música mais tri que achava do Bauhaus era Ziggy Stardust, na época não tinha internet mas um tempo depois fui descobrir que além da música ser de Bowie, tinha toda uma estória por tras dela. Lembro das propagandas da Pepsi ou de cigarros com Modern Love e ele de terno dançando com Tina Turner, a parceria excelente com o Queen com Under Pressure enfim, um monte de coisas incríves de que ele fez parte.
O livro me trouxe momentos ótimos e cheguei a ficar triste ontem quando terminei. Minha admiração triplicou e pude ver que mesmo sendo um gênio, um cara que ditou os rumos da música, moda, artes em geral era também uma pessoa muito humana. Mesmo sendo admirado, copiado por muitos também admirava outras pessoas(Iggy Pop, Lou Reed) ajudando elas e lidando com elas com se fosse um mero mortal, um fã tão histérico quanto seus próprios fãs.
Além de ter sido um dos precursores do glam, coisa que muita gente aderiu pra fazer sucesso, Bowie praticamente criou. Antes disso ainda tinha sido um hippie a me pareceu muito que tudo que seria moda em dois anos ele já estava ligado muito antes. Enquanto as pessoas ainda estavam tentando jogar com uma fórmula que era sucesso, ele já estava partindo pra outra coisa diferente, inovando. Várias situações eram familiares pra mim guardadas as suas proporções, claro. Analisando friamente suas composições detectei uma estrutura melódica que nunca antes tinha visto, é incrível a criatividade dele e suas letras, depois que você começa a entender o que determinadas frases dizem, a quem se referem fica melhor ainda. Continuo achando as coisas antigas, anos 70 e principalmente as primeiras coisas que ele lançou muito melhores que nos anos 80 que foi o ano de maior sucesso comercial dele.
Outra coisa que ele sempre fez foi se juntar a pessoas pra se inspirar, buscar motivação. Sempre que via shows, teatros ficava atento e tinha idéias e tudo isto foi incorporado a obra dele durante os anos. Nem preciso ressaltar também que, muitos artistas que surgiram nos anos 80, 90 e ainda hoje, nasceram por causa de Bowie e se o Velvet and Nico motivou muita gente a formarem bandas, Bowie motivou grandes artistas como Madona, Kiss e etc a fazerem shows mais teatrais e realmente grandes espetáculos e não simplesmente subir no palco e tocar.
Andei dando uma rebuscada em toda a cultura glam e me deliciei e vi muita criatividade numa época onde os sintetizadores estavam começando a engatinhar. Pra mim, o rei não é Elvis mas, Bowie.
Quando ao escritor, fez um ótimo trabalho. Deu opiniões próprias e fugiu do politicamente correto dando opiniões próprias grifadas durante os capítulos e uma coisa bem de fã mesmo nos comentários mas totalmente imparcial no decorrer do livro. Trabalhou na Spin por muito tempo e assistiu a muitos shows de Bowie durante sua vida e falou com muita propriedade tanto da música de Bowie quanto as drogas.
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