19.1.11

50 anos a mil - Lobão


Segunda Feira terminei de ler a autobiografia do Lobão intitulada 50 anos a mil. Assim que fiquei sabendo do livro já fui pra internet procurar o preço mais barato. Mesmo não escutando mais o Lobão e muitas vezes ter achado ele um completo palhaço, não há dúvidas que ele é um cara muito inteligente com idéias novas e sua música nos anos 80 era bem legal disputando cabeça a cabeça com gente muito boa naquela época.

O livro como toda biografia começa morno, falando do nascimento, dos avós, dos pais do personagem principal. Antes ainda do início do livro tem um pequeno texto contando o episódio protagonizado por Lobão e Cazuza no funeral de Júlio Barroso, o figuraça que era lider da Gang 90, outra banda que fez um sucesso grande no início dos anos 80 porém teve carreira abreviada em virtude do acidente/suicídio que levou Júlio.

Quando a vida musical dele começa, a adolecencia o livro começa a aumentar o nível de adrenalina imposto ao leitor. Quando entra nos anos 80 começa a minha identificação, o momento onde o rock brasileiro começa realmente a existir e muitas bandas e momentos citados eram bem familiáres pra mim. Eu estava extremamente curioso com o episódio da briga dele com o H.Viana porque era um grande mistério pra mim, eu achava q ele tinha brigado com o mundo inteiro mas nunca tinha ficado sabendo desta rixa em especial.

Eu achei que as descrições dele a partir dos anos noventa começam a ficar escassas e as matérias de jornal(embuste?) começam a tomar proporções enormes se comparando com as coisas que o Lobão escreve. Até consigo imaginar que, nos anos 80 tinha muito mais coisas pra contar, prisões, sucesso, drogas e tal e os anos 90 parecem tão murrinha mas, lá no fundo me pareceu que não era bem isto. Parecia que o livro tinha sido terminado as pressas ou mesmo que o escritor se cansou um pouco de escrever.

Outra coisa que deu pra perceber são as contradições. Comparando as coisas que ele escreve com as matérias da imprensa até se entende porque muitas vezes as coisas são distorcidas ou mesmo não entendidas e quando vai pra revista ou pro jornal o resultado é distorcido mas, tinham momentos que existiam contradições no seu próprio registro dos fatos.

Lembrei também da biografia do Cazuza, escrito por sua mãe que li aos atrás e não me lembro do Lobão ter sido citado, aliás, biografia escrita pela mãe deve ser a coisa mais morna possível.

Mesmo com estes probleminhas é um livro excitante de ler, ao menos para mim. E mesmo com as contradições, com as posições estranhas, com as brigas ele é inteligente pra caramba e, tem um talento enorme, é impossível de desprezar muitas músicas que ele fez, mesmo soando datadas são grandes músicas.

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