12.1.11

Lobão, rock nacional 80´ e eu

Na semana que precedeu minha visita aos MEUS eu tomei conhecimento que estava no mercado a Biografia do Lobão, "Cinquenta anos a mil" e nem pensei duas vezes, comprei. Nunca fui um fã fundamentalista de suas músicas mas é fato que eu admiro muito ele, por motivos errados ou não. Ele participou de muitas músicas e bandas que gostei e tocou com gente que admiro muito e suas estórias são de lascar. Tem outro lance de admiração que tenho por ele que é chegar em conclusões ou adendos muito interessantes em debates e conversas em geral talvez por ser um cara que lia muito e conhecia muito de muita coisa.

O livro é muito bom e tenho me maravilhado com várias estórias. Outro ponto interessante é que a ascensão dele foi numa época onde eu estava me ascendendo para a vida, criando asas e descobrindo coisas. As "discotecas" que eu ia e tocavam as músicas do Lobão, da Blitz, do Camisa de Venus, RPM e etc, toda aquele movimento que meio que acordou pessoas como eu e acordou o Brasil para o rock nacional, aquela chacoalhada dizendo "hey, existimos". Até aquele momento não existia Rock Nacional em rádios as raras bandas que existiam ficavam esquecidas tirando algumas rara exceções que foram os Mutantes, Secos e Molhados que no caso da segunda além do reconhecimento internacional, de crítica ainda vendeu pra caramba. Resumindo foi um marco, gente mais velha que eu talvez não concorde com tudo mas sabe que tem muito de verdade no que digo. Foi o começo da influência punk dos anos 70 nos jovens brasileiros que culminaram na tão falada cena de Brasilia, Porto Alegre e no eixo Rio-São Paulo que todas estas migravam assim que gravavam o primeiro compacto.

Uma coisa que foi surpresa pra mim foi o fato do Lobão ter tocado com Arnaldo Baptista, na verdade criaram um projeto que não passou dos ensaios porque primeiro o Lobão tentou suicídio e enquanto estava em coma no hospital, Arnaldo tambem foi internado e também tentou suicídio. Lulu Santos tocando roque progressivo com Ritchie e Lobão, o início da Blitz. Muitas emoções me aguardam. Não a toa que estou lendo este e outro do Bukowski(que tinha começado antes) ao mesmo tempo.

Gosto de ler biografias de músicos para descobrir exatamente onde errei em minha vida e para ouvir estórias escabrosas, estórias que geralmente se escuta na mesa de um bar.

Sem comentários: