12.9.11

My Bloody Valentine e Sonic Youth ou seriam Loomer e Mavka?

Eu e Summer nos encontramos no trem, na Terça Feira, passamos numa padaria e compramos pão e outras coisas para comermos antes de voltarmos para Porto Alegre e desta vez com um motivo muito melhor do que tinha sido pela manhã. Tomamos banho, comemos e, no meu caso tomei doses discretas de cerveja em casa antes de sair. Iria dirigir, até Porto e enquanto não estacionei o carro não fiquei tranquilo com medo de ser pego em uma blitze. Aliás, o medo era tanto que não precisava nem ter evitado de beber pra evitar a ansiedade.

Saimos de casa perto das dez da noite e pegamos a 116. Foi delicioso pegar o viaduto da Rodoviária de Porto Alegre e ver os prédios, o porto e tudo mais, fazia tempos que não fazia este caminho. Estacionei na frente do bufffet de cachorro quente ao lado do Garagem. Pelas redondezas um tanto vazio. Escutamos sons de dentro do garagem e achei ser a passagem de som e tentamos perguntar algo ali na frente mas não havia ninguém. Nos bandeamos para o Bambus e arranjamos uma mesa. Inacreditavelmente o preço da cerveja ali, naquele bar chinelo era R$ 5,50, caríssimo na nossa opinião. Ficamos um tempo ali, eu tentando encontrar alguém conhecido pois muito possivelmente teria reecontros com pessoas que há muito não vejo e isto se confirmou depois da melhor forma possível. Uma hora sai pra fumar e encontrei o Tito ali na frente, conversamos um tempo e dei uma olhada em como estava a entrada do Garagem e ainda estava vazio. Um pessoal subia a Barros Cassal e pude verificar que era o pessoal do Mavka, colei neles e perguntei que horas começariam os shows, não queria perder um segundo de qualquer um dos shows.

Voltei pra dentro do Bambus e tomamos mais algumas cervejas, a mordida que eu tinha dado na orelha do Avatar estava começando a se mostrar eficiente. Decidimos ir pra frente do Garagem pra falar com os índios e na porta do Bambus tive uma grande surpresa, Mauricio Renner e sua esposa, o Diego, o Morsa e o Marcos Ludwig estavam por lá. Muitos deles como o Maurício fazia séculos que não via assim como o Diego que, apesar de termos morado perto, ele em João Pessoa e eu em Recife e termos ido no Coquetel Molotov, não nos encontramos. Foi muito legal ficamos ali conversando e apresentei o Diego para coisas da nossa ex terra e nos mudamos para a frente do Garagem todos e ficamos um pouco ali na frente falando com os índios. Quando finalmente entramos no Garagem e Loomer estava no palco e o vento rolando.

O show foi impecável em vários sentidos. A escolha do repertório afinal, o Loveless não é o único disco então deu pra ouvir várias músicas que antecederam o Isn´t Anything, coisas dos primeiros discos e logo no início quando o Kevin Shields virou o vocalista da banda, coisas do Ecstasy and Wine e principalmente Feed me with your kiss executada a perfeição. Um vento sem fim de guitarras e alavancas sendo molestadas a todo momento. Only a Shallow que é complicadíssima de executar ao vivo também foi tocada e saiu muito massa. Foi delicioso poder ver este tipo de coisa, isto fazia muita falta em Recife. Fiquei com muita pena do jax que ficou em casa, teria chorado, se deitado no chão se tivesse ido no garagem aquele dia. Fomos nas escadarias fumar um cigarro e lembro que logo no início, quando entramos no bar ficamos preocupados com o preço da ceva que era de R$ 7,00, quase um bar Opinião. Summer inclusive comentou "bah, preço de bar Opinião" e eu retruquei "mas com som bem diferente" e mesmo que tenha retrucado desta forma, também não achei nenhum pouco legal os preços, tanto do Bambus quanto o Garagem.

No intervalo cumprimentamos também a Liege e dei uma chorada no ombro do Andrio comentando que tinha gostado muito da nova banda e que sentia saudade dos versos da Superguis. Lembro de estar na escada fumando e ver ele no andar de baixo e ficar me lembrando a todo momento de "Santa Monica é uma droga de bar mas bares são frequentemente usados". Conversamos também com o Guilherme, Stefano e a Giana que nos convidou para o show de Sexta e logo a Mavka estava no palco para tocar Sonic Youth. Começaram muito bem. Tocaram 100% e outras conhecidas mas diria que pra mim tinha muita coisa boa que ficou de fora e não é a toa pois eles tem mais de 10 discos e não deve ser fácil fazer um apanhado das músicas e não deixar nada de fora. O baterista tocava num estilo bem não convencional e era a grande estrela da banda junto com o guitarrista. Não consegui ouvir muito bem o teclado e mesmo o baixo e achei que elas não faziam grande diferença e quem carregava o piano realmente era o baterista e o outro guitarrista e isto não tem nada a ver com sexismo. Sem falar que tocar Sonic Youth com duas guitarras já é difícil (no disco tem muito mais de 3 e ultimamente os shows mesmo tem tido 3 guitarras) tanto pela técnica quanto pelos pedais e guitarras envolvidos e a banda ali além de ter apenas um guitarrista, o teclado ficaria completamente perdido no conjunto total, por isto ele me pareceu baixo pra caramba e isto foi um acerto. Mesmo com tudo isto foi um grande show e conversamos com eles depois da apresentação e pedimos que no show de Esteio eles tocassem músicas próprias também e talvez possamos conversar com eles melhor, no Sábado.

Foi uma grande noite. Antes de irmos embora batemos um papo rápido com o Guilherme que estava na frente do bar e com uma menina que me pareceu ser a Maria Elvira e logo o Richard chegou e tive a confirmação. Fomos embora não sei antes dar um susto em Summer no caminho de volta. Fui rápido pra chegar em casa mas, não o suficiente. Grande noite.

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