14.4.11

Diário de uma ilusão - Phillip Roth



Já faz alguns meses que comprei este livro e só agora fui ler. Na verdade é bem possível que eu o tenha lido há 10 ou 15 anos atrás, muita coisa do que li não parecia novidade. Outro sentimento de que nem tudo era novo deve-se ao fato de o último livro que li de Roth "O fantasma sai de cena"(Exit Ghost) citava muitas passagens que aconteceram em O Diário. Cronologicamente, o Diário retrata uma parte da vida de Nathan Zuckerman, seu alter ego no início de sua carreira enquanto que em "O fantasma..." trata-se de um Zuckerman já velho, idoso e com problemas de saúde, muito provavelmente os mesmos enfrentados por Roth. Mas o diário não se trata apenas disso e só ontem fui entender o porquê do título do livro.

Até hoje, em todos os livros que li de Roth todos eles me fizeram pensar muito sobre diversas questões de minha própria vida. Poderia dizer que em nenhum momento eu sai ileso de seus livros e é por isto que ele é um dos maiores escritores que já li. Apesar de todas as questões e palavras da cultura judaica citadas nos livros que fui entendendo aos poucos, acho ele um cara extraordinário. Vários diálogos do livro me lembram de minha própria criação, meu trato com meus pais e meus sonhos e esperanças.

O diário do título do livro é o Diário de Anne Frank e aqui uma ligação direta com outra obra muito presente em minha vida que é o "In the airplanes over the sea" o melhor disco do Neutral Milk Hotel. Ontem mesmo estava pensando que, se tivesse a mesma sorte que tive ao encontrar BP(Brian Poole, em 2010 no Planeta Terra), encontrasse com o Jeff Mangum, eu iria sugerir a ele que lesse este livro. Se o diário de Anne Frank inspirou Mangum, possivelmente o Diário de uma ilusão poderia inspirá-lo a compor outras músicas para um novo disco do NMH.

Ainda faltam algumas páginas pra terminar o livro mas possivelmente já automaticamente se movimenta para a minha lista dos melhores livros de 2011.

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