Este fim de semana foi o mais revelador desde que aterrisei aqui em Pernambuco. Aconteceram coisas além de minhas expectativas. Algumas coisas eu nunca esperava este tipo de reação, para as outras eu esperava de uma forma e aconteceram de outra forma mas mesmo assim foi um fim de semana ótimo com exceção do Domingo que tive emoções ruins que refletiram em muito nos dias seguintes.
Sai de casa no horário de sempre e peguei o ônibus vazio dava gosto de ver. Coloquei o doce e fui segurando ele a viagem toda. Cheguei em Olinda, na praça do Carmo no horário habitual mas o meu bar, aquele que chamo de casa ou embaixada esteiense em Olinda estava fechado e iniciando o processo de abertura. Acabei subindo a ladeira e indo para a bodega do véio, um lugar um pouco mais acima nos quatro cantos onde são vendidas diversidades diferentes de bebidas além daquela ceva mais gelada de todo pernambuco. Tomei uma lá ouvindo pessoas conversando em inglês e holandes. Quando o líquido acabou eu desci novamente a ladeira rumo ao Gentileza. Logo que cheguei encontrei meu amigo Marcelo Cavalcante, grande violeiro que tira tanto Chico quanto Radiohead na viola, falamos com os índios e conversamos sobre Beatles e outras coisas. A opinião deles sobre Beatles e outras coisas era algo impossível de concordar mas calei-me, era aquela velha estória de comparar caixa de fósforo com martelo. Quando terminamos convidei ele pra tocarmos ali no gentileza, já que ele estava com o violão mas, ele me disse que ia embora. Entrei no bar e já pedi as costumeiras cerveja e caipira e fiquei lá me deliciando. Na frente da mesa que estava sentado ficava olhando para um bar, com luz verde e logo ao lado uma escadaria com luz vermelha. Liguei pra Summer para trocar comentários, pelo jeito a estória seria diferente naquele dia, finalmente daria resultados e, deu.
Pouco depois decidi dar uma volta na tia da coxinha, na 13 de Maio pois o meu ermão de olinda ainda não tinha chego e poderia estar lá fazendo a maior sonzeira. Quando chego na frente da tia, meu amigo Marcelo estava lá com mais um pessoal detonando no violão. Xinguei ele por ele ter fugido pra ali e estar fazendo som sem me avisar. Ele tocou uma do Chico e umas minas que estavam por ali estavam cantando, foi muito massa. Depois ele me largou o violão pois logo iria embora. A primeira coisa que me veio a cabeça pra tocar na frente daquele monstro foi Dead Meat do Sean Lennon, uma música que tenho tocado atualmente e lembra muito música brasileira apesar de ter letra em inglês. Decidi colocar tudo de mim ali, aproveitando todas as ondas visuais, sentidos aguçados que já experimentava e cantei alto, olhos fechados como se fosse minha última opurtunidade. Funcionou, quando terminei um cara que tava do lado começou a me elogiar, dizer que eu tocava muito e tal e falando que nunca tinha visto algo assim e eu retribui dizendo que ele tinha que prestar mais atenção no pessoal que antigo que tocava por ali porque eles que realmente tocavam. O Marcelo foi embora, levou o violão mas em menos de cinco minutos alguém jogou um violão de cordas de nylon no meu colo para que eu continuasse. Dae comecei a tocar outras coisas, Oasis, Beatles, Neutral Milk Hotel, Los Hermanos e o pessoal que estava ali em volta, sobretudo os antigos, os anciões de Olinda que fazem serenata ali a noite começaram a prestar atenção. Mesmo cantando em inglês, coisa praticamente inadmissível ali eu acho que chamei atenção e me fez muito bem isto. Sempre ficava triste por gostar de tocar e por não poder fazer isto ali em virtude de minhas raizes inglesas, americanas e etc. Chegou ao ponto de um cara atravessar a rua e vir tocar comigo ali, muito bom mesmo.
O ermão foi chegar quase no fim de tudo com seu pandeiro, nem conseguimos tocar juntos quase. O pessoal dono da casa foi indo para casa e descemos a ladeira, de carro para ir para o xinxin da baiana onde tudo acabou.
No Sábado acordei tarde. Meio com ressaca e tal e sai para comer, perto das quatro da tarde. Depois passei no supermercado e comprei apenas porcarias. Falei com Summer no msn e as sete comecei a me preparar pra jornada do Sábado. Sai no mesmo horário e cheguei lá no mesmo horário. Desta vez a coisa foi mais absurda, pouco tempo que estava lá e o Mago chegou. Eu já tinha adocicado a vida em casa, ele fez ali na mesa do Gentileza e ficamos conversando. Fomos pra rua e uma galera foi chegando até que o Helder, Felipe e Yves chegaram com caras de cachorros, rabos abanando como se fossem adolecentes chegando em uma reunião dançante, logo vi que seria um noite notável. Todos tomaram. No meu caso não aproveitei tanto mas os meus amigos ficaram no auge. Helder q o diga. Paramos na tia da coxinha e começamos a tocar, rolou um clima incrivel, todo mundo se sentindo muito bem e desta vez o Helder estava com o pandeiro e conseguimos tocar os Neutral Milk que desta vez toquei cantando ainda mais alto como se estivesse rezando a última missa antes do mundo acabar. Foi muito massa. Nos mudamos para o Ernesto novamente e apareceu uma gordinha que pegou o violão e começou a tocar uns Hermanos e outras coisas. O bar estava fechando as portas e só ficaram a nossa roda de "samba" ali. Tava muito divertido mesmo. Depois, como de praxe, descemos a ladeira e fomos pro xinxin que teria um pocket show com o quarteto Olinda, mais cultura na veia. Bar lotado, todo mundo rindo e se divertindo. Quase no fim da festa Felipe me mostra a língua e me apavorei, tarde demais pra ele, duraria ainda longas horas até se desligar de tudo. Acabei dormindo em Olinda na casa do Mago e como dormi, praticamente entrei em estado de coma e fui acordar perto do meio dia. Dei tchau para meus anfitriões e desci a ladeira pra pegar o ônibus para voltar pra Boa Viagem. Mesmo com a canseira que estava, me deliciei com aquelas ruas e o clima da melhor cidade do Brasil.
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