14.10.10

Recife Diaries - Olinda

Tudo começou dia 01 de Outubro quando Summer ainda estava aqui. Há muito tempo devia uma visita ao meu amigo de Olinda e naquela Sexta Feira eu e Summer comemorávamos uma data muito importante, o nosso primeiro beijo, o dia que nossa união iniciou. A partir deste dia a gente passou a sair juntos sempre, passamos a nos ver todos os dias praticamente, falar, etc e mesmo que a distância tenha nos separado, nosso amor ainda é muito forte.

Quando cheguei em casa eu e Summer fomos pra padaria comer algo pra não termos problema mais tarde. Depois fomos pra casa, falei com o Heitor, tomamos banho e iniciamos o aquecimento para a saída. Tivemos sorte porque mal chegamos na parada da igrejinha da Boa Viagem e o Piedade/Rio Doce, nosso ônibus chegou. Dentro do ônibus fomos conversando e tomando uma bebidinha de Tampico com Vodka e a viagem até que foi rápida. Logo que desci do ônibus tive que ir atrás de uma igreja do século XVII para aliviar a bexiga e quando em desescondi já vi umas luzes muito toscas apontadas pra gente e era a trupe de Olinda me esperando. Conhecemos a namorada e a irmã do nosso amigo, entramos no carro e nos dirigimos para os 4 Cantos.

Chegamos a Rua do Amparo e o clima tava ótimo. Ruazinha estreita lotado de mesas e pessoas nas calçadas. Demos uma caminhada por ali para conhecer alguns bares. Summer ficou com vontade de aliviar a bexiga também e entramos num buteco, mal ela me largou a mão pra entrar no banheiro, três meninas e um magrão me questionaram quem era ela. Ficaram apaixonadas por Summer, dae entendi que se tratavam de homosexuais. O magrão, me falou que Summer era linda e logo se explicou dizendo que era "frango"(veado em pernambucano) que eu não precisava me preocupar, falei pra ele que não estava preocupado. Quando Summer voltou apresentei para suas fãs e saimos dali. Fiquei emocionado com o ocorrido e me sentindo muito bem, nem sei explicar porque ou, não preciso explicar.

Dali fomos pro bar gentileza onde ocorreria um show de jazz. Chegando lá a banda estava tocando, uma inglesa de Leeds cantava e um caras estavam acompanhando, tinha sopros, bateria e piano. O repertório era muito legal e Summer comecou a pedir Billy Holiday e a loira cantou, pouco tempo depois estava uma fazendo coraçãozinho para a outra e eu lá sem entender nada. Tomamos uma bebida chamada Axé que era forte como um raio e era carregada no cravo. A meu ver uma coisa realmente pra chapar porque o gosto nao era grandes coisas. Tive que explicar para alguns pernambucanos que, a cidade onde temos os "frangos" lá no sul é Pelotas e não Passo Fundo, erro que vejo em 50% das gozações que sofro aqui por ser gaucho e por morar numa terra onde homem tem q dizer que é macho senão desacredita a si mesmo. Depois que o show terminou fomos para a rua 13 de Maio, num pequeno estabelecimento onde vendem coxinhas de frango e etc e cerveja, claro. Um pessoal da velha guarda tocava violões e ficamos por ali. Acabei conhecendo o sobrinho de Lúcio Maia ali pelas ruas, falamos com os índios. Em determinado momento Summer começou a passar mal, talvez pela emoção de nosso aniversário e de uma comemoração em uma das cidades mais lindas e divertidas do Brasil.

No Sábado fomos pro Recife Antigo e ficamos perambulando por lá e deu até uma tristeza de ver como é antigo é pequeno, perto de Olinda.

Summer foi embora mas no findi passado passei quase todas as noites em Olinda. Quando se desce do onibus já sente-se algo diferente no ar. O clima é muito bom as pessoas são gente fina pra caramba. Alternamos entre os 4 cantos e a praça do Carmo onde tem o Xim Xim da baiana, outro boteco diferenciado para as finaleiras onde rola som brasileiro em vinil. No Sábado, saimos do Gentileza com o violão, pandeiro e outros instrumentos e chegamos na tia da Coxinha vazia. Começamos a tocar e em alguns minutos tinha um mini carnaval rolando ali na nossa frente. Aos poucos iam trocando os violonistas e outros chegavam com pandeiros e cantando. As mulheres dançando e um carnaval instantâneo mesmo, coisa linda. Conheci outros amigos do meu amigo Helder e todos eles gente finíssima, apego imediato como se nos conhecessemos há anos.

Na segunda fizemos uma mini festa na casa do Ives, em Paulista e tava bem legal, mais roda de violão com direito a muito Ave Sangria, Zé Ramalho e outras coisas boas de pernambuco. Em todas as noites cheguei em casa com o dia claro já e muito bem consigo mesmo. A saudade do Heitor, de Summer, da família, amigos, os vinhos, um pouco do clima sulista e as ruas de Esteio são fortes em mim mas, cada vez que vou a Olinda me sinto bem, atenua um pouco a tristeza de se viver longe de tudo.

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