Semana passada tardiamente terminei de ler o “Extremamente
alto incrivelmente perto”`de Jonathan Safran Foer. Demorei 3 dias pra ler em virtude de estar
trabalhando e ter uma jornada dupla de
1:10 todos os dias até o trabalho, ida e volta. Na verdade este texto não é uma
resenha do livro e acho que nem me atreveria a escrever sobre ele agora pois os
seus efeitos ainda perdurarão por algum tempo aqui dentro.
Na verdade eu li um texto da Eliane Brum, uma pessoa que gosto muito de ler porque eu me identifico muito
com ela e como adoro ganhar ou simular que ganhei uma discussão eu gosto de ler
textos que me identifico com o autor e suas opiniões. O texto dela fala do
Holly Motors, filme de Leos Carax
e que teve em mim uma reação bem parecida com o livro do Foer, apesar de não
ter rido e chorado ao mesmo tempo eu fiquei chocado (com ambos).
No livro do Foer me encontrei várias vezes chorando e
fungando dentro do trem ou mesmo rindo e muitas vezes foi quase ao mesmo tempo.
Não vou entrar em detalhes sobre o livro mas é uma experiência bem forte
emocionalmente falando assim como o Holly Motors. E este é justamente o ponto deste texto pois
é o tipo de reação que espero na maioria das vezes que vou assistir um filme ou
ler um livro. Eu quero justamente é que um dos dois me chame de filhadaputa,
que me faça chorar, rir, que me ofenda e talvez eu esteja enganado mas, é este
o sentido da arte ou deveria ser.
Lógico que quando assisti Batman eu não estava esperando
isto, eu sabia o que iria encontrar e muito provavelmente não esperava chorar
ou fazer a cabeça pensar com este tipo de filme. Ali no texto da Eliane ela
fala de uma pessoa que estava na sala de cinema e começou a gritar, xingando o
critico de cinema que a encorajou, muito provavelmente através de um texto a
assistir o filme. Ora bolas, que culpa tem o crítico se vocë não gostou, não
entendeu (o mais provável) ou seja lá
porque não apreciou o filme? O fato de eu ter adorado o filme e o livro não
quer dizer que outras pessoas então se eu escrever sobre ele aqui e tu
assistir, ler, é risco teu.
Eu quero que o Safran continue escrevendo (não aquela bosta
vegetariana que ele escreveu e nem consegui continuar lendo), quero que o
Cronnenberg, o Trier e todos os outros gênios do cinema façam mais filmes e
quero que eles continuem me chamando de filhadaputa, quero que me ofendam, que
me façam chorar e pensar horas depois, que mudem meus pensamentos e ideias e
pra mim é esta a finalidade da arte, além de dar beleza ao mundo.
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