Turista AcidentalO título do post não tem nada a ver com o grande filme, de mesmo nome, predileto meu e do Gustavo. Vim aqui pra falar de minha última visita a minha terra que ocorreu na última Sexta e se estendeu até a Terça Feira. Sai de Recife no fim da noite de Quinta e início da madrugada de Sexta sempre ouvindo no meu i-pod invisível aquela música da Elba Ramalho que dizia "trazendo na mala bastante saudade..." e é incrível o que acontece porque quando sai pra jantar na quinta tinha um rapaz tocando violão no restaurante e sem eu pedir, ele a tocou e durante o fim de semana ouvi alguém comentar sobre ela, estava realmente na atmosfera que me circundava.
O vôo foi mais ou menos, em virtude de ser uma passagem comprada em promoção tive alguns percalços como por exemplo sair daqui perto das onze e chegar as dez horas do outro dia, quase uma viagem pra Europa. Parei em Garulhos e fiquei por lá pegando um friozinho umas 3 horas e com o violão embaixo do braço. Tomei dois cafés e fumei alguns cigarros até entrar novamente no avião para finalmente chegar no destino desejado. Dormi muito pouco na viagem, quase 1 hora e, após o almoço fui obrigado a tirar uma soneca de uma hora pra tentar me restabelecer um pouco. Como sempre, o primeiro contato com o Heitor foi algo mágico, aquele sorriso, o primeiro abraço, foi muito emocionante. Infelizmente o tempo estava ruim e ficamos meio trancados dentro de casa. No sábado perto das cinco larguei ele na casa de sua mãe e partimos eu e Summer pra casa do jax para tirarmos a saudade de nossos violões juntos. Ensaiamos algumas coisas pra tocarmos a noite, rimos, bebemos e foi outro momento forte da visita. Perto das oito larguei Summer em casa para renovar seu estoque de roupas, tomar um banho para nos reencontrarmos mais tarde. Quando o jax me buscou finalmente encontrei a Tati, buscamos Summer e fomos pro Paidéia.
Capitulo a parte o bar que agora tem outros donos, e 30% deles petistas, comunistas, socialistas que já penduraram um retrato do assassino argentino Che na parede, me deu um desgosto muito grande. Não consigo conceber aqueles poemas nas paredes, as estantes com livros e um retrato dele na decoração. Certo que, este pessoal não conhece a história da revolução Russa, o Camboja, Laos e outras histórias que envolvem o socialismo e que geralmente não são tão populares, assim como os feitos sanguinários do Ernesto. Uma hora ia fazer uma declaração e tal sobre isto mas demorei pra fazer e depois, quando lembrei o bar estava lotado de vermelhos e achei melhor evitar uma discussão política em pleno sábado a noite. O bar mesmo vazio estava muito divertido, o Vagner chegou bem na hora que fui falar com os índios. O véio apareceu por lá e pegou meu violão pernambucano e começou a tocar Black Bird dos Beatles que acabei cantando ao microfone, com o que lembrava da letra e fiquei deveras emocionado de tocar com um dos meus idolos locais. Tocamos as mesmas coisas de sempre, o jax cantou mais que eu tambem eheh pra variar e foi ótimo, muito divertido. Em determinado momento entrou uma galera no bar, coisas estranhas mesmo, fomos fotografados, o Vagner entrevistado e ficou muito estranho a situação, ficou todo mundo se perguntando "que porra é esta" no melhor paulistês. Capítulo a parte para Summer que estava no ponto máximo de conjunção de sua estrutura molecular e as partículas de etanol em seu sangue, lindo, tive uma das melhores noites com ela até hoje neste Sábado, com a trilha sonora hihihi.
No Domingo acordamos com o telefone e logo o Heitor chegou e consegui consumir o churrasco em paz porque na outra visita eu estava me contorcendo de dores do rota virus. Assistimos o "Tá chovendo hamburguer" e acho que eu e Summer aproveitamos mais do que o Heitor, muito engraçado. A última noite no meu quarto e as últimas horas antes de voltar foram tristes. Desta vez senti muito mais vontade de ficar que a outra vez, fiquei repensando, fiquei triste mas tive que assumir o meu compromisso.