7.5.07

Go Bankrupt

Mais uma vez estou a beira de um ataque de nervos pelos mesmos motivos. Parem o mundo que quero descer.

Little Miss Sunshine

Ontem à noite assistimos a este grande filme que, era ( e se mostrou justificada a expectativa) um dos grandes momentos do cinema via DVD lá em casa. Sempre que lia ou ouvia alguém falando sobre este filme eu ficava morrendo de medo que, por alguma razão ele não fosse para as prateleiras das locadoras de minha cidade.

É um daqueles filmes "drama" que correm lado a lado com vários outros bons "dramas" que assisti ultimamente como "A lula e a baleia", "O sol de cada manhã" e "Impulsividade". Acho que todo mundo já viu este filme nos cinemas mas, pra quem ainda não viu eu tento dar uma idéia da coisa toda sendo que, falar ou escrever sobre ele dificilmente serão justos sobre o resultado da obra.

Resumindo em poucas palavras uma família sai de viagem em uma Kombi para levar a caçula num concurso de beleza juvenil na Califórnia, o "Little Miss Sunshine". Os detalhes são que, o pai da família é um daqueles escritores frustrados de livros de auto ajuda e, cheio de artimanhas e conceitos sobre perdedor X vencedor. O filho mais velho não fala e, apenas escreve, quando acha necessário além de ser doente por Nietzsche e odiar toda sua família. Um tio homossexual, que recentemente tentou frustradamente se matar, a mãe da família(nada a declarar) e, o avô, cheirador de cocaína completamente tarado e cheio dos conselhos para todos "comerem todas que puderem". A kombi acaba tomando seu espaço também porque no meio da viagem ela estraga e, todos tem que empurrar ela para o motor dar partida e, trabalhar apenas em terceira e segunda.

Se o último parágrafo ainda não te deixou com vontade ainda eu relembro que falei que, seria injusto resumir em palavras este grande filme. Grandes momentos, uma beleza sem igual e, vários momentos a fotografia é belíssima. A trilha sonora também é grandiosa e, felizmente já baixei quase todo.

4.5.07

Fonte da Vida

Sou um grande admirador do cinema e, no caso tudo que envolve a sétima arte. Efeitos especiais, atores, atrizes, personagens enfim, gosto muito mesmo mas, a verdade é que pra quem gosta de cinema tem poucos momentos de felicidade. Isto deve-se pela raridade de grandes lançamentos, pelas locadoras que, dificilmente investem dinheiro em filmes realmente bons e, preferem comprar os blockbusters e, besteiróis de sucesso enfim, resumindo muito, diria que, de 6 em 6 meses eu vejo um grande filme que, ficará na minha memória e, me acompanhará por boa parte de minha vida. Seja nas lembranças a respeito de um personagem, das imagens ou mesmo das coisas que o filme me ensinou. E quando digo me ensinou eu digo exatamente o que eu aprendi olhando para dentro de mim mesmo quando pensei e, usei meus olhos para ter a visão do diretor e, dos personagens da trama.

Fonte da vida e, aqui eu extendo ao diretor Darren Aranofsky cabe neste contexto de grande filme e, uma experiência que me ensinou muito. Desde seu primeiro filme eu vi que, qualquer filme que eu visse e, tivesse sua assinatura eu iria gostar muito. O cara é muito talentoso e, pra mim o melhor de todos atualmente. O grande trunfo dele tanto na fonte quanto em Pi e, Requiem para um sonho é deixar os personagens totalmente nús emocionalmente dentro do contexto das histórias. Ele mostra os seus personagens de uma forma diferente falando diretamente com a câmera e, com o rosto mostrando claramente a carga emocional sobre o ombro de cada um. E em seus três filmes não havia nada de excepcional com roteiro ou estórias, casos comuns, problemas comuns e, mostrando personagens apaixonantes interagindo com seus problemas.

Se, em Pi o problema do cientista eram suas dores de cabeça constantes e, a procura pelo "x" da equação dos padrões da bolsa de valores, em Requiem o vício, a dependência em todas suas formas, em Fonte da Vida o grande lance é a aceitação da morte para o entendimento da vida e, o que o amor tem a ver com tudo isto. A direção de arte é impecável, muito pouco foi utilizado de CG e, a maioria dos efeitos eram feitos mecanicamente e, utilizando reações químicas filmadas e, fotografadas. Isto deixa o filme menos preso ao ano de 2005 quando foi filmado e, deixa o resultado muito melhor porque fica praticamente impossível dizer que, algo não estava condizente com o efeito.

A história ou, 3 histórias do filme ocorrem paralelamente e, se auto complementam. A primera delas, durante o séc. XVI a Espanha está prestes a ser tomada pelos inquisitores e a rainha Isabel(Rachel Weisz) pede ao seu grande conquistador(Hugh Jackman) que vá a América Central procurar a árvore da vida para salvar seu reino. O conquistador é apaixonado pela rainha e, o que dá a entender é que se trata de um amor impossível mas, antes dele partir rumo ao seu objetivo a Rainha diz que, se ele voltar com a árvore que, ela será sua Eva. A história do meio se passa no tempo presente e, desta vez Hugh Jackman é um cientista que trabalha incansavelmente para procurar a cura para o câncer de cérebro para salvar sua esposa Izzy. Ele trabalha tanto que muitas vezes deixa a esposa sozinha em seus últimos momentos para procurar a cura para salvá-la. O gancho com a estória anterior é que, ela escreve um romance(que se trata da primeira estória) e deixa para ele o último capítulo para que ele mesmo termine e encontre a sua própria salvação. A última estória acontece no futuro, século 26 e, é um astronauta numa nave circular com, a grande árvore dentro. A árvore contém dentro dela a sua esposa e, para re-encontrá-la ele precisa proteger a árvore. Incrivelmente, o personagem do futuro é o único que, evolui ou diria eu encontra o sentido e, aprende a aceitar a morte para viver plenamente e, fica subentendido que, o último capítulo do livro será escrito assim.

Fiquei sabendo que, seria Brad Pitt e Cate Blanchet para os papéis principais e, nada contra ela, contra ele talvez tudo pois já foi o tempo que, ele só participava de bons filmes. A verdade é que Rachel Weisz e, Hugh Jackman são ótimos atores e, é incrível o carisma de ambos no contexto da estória e, sobretudo se você olhar os extras do DVD verá que, Hugh é muito mais do que Wolverine e, grande filmes de ação. Ver o trabalho de Darren nas filmagens e, nas suas palestras para os atores dá pra ver q o cara é muito foda e, sabe exatamente onde quer chegar. Meu Deus, que venha o próximo.

Spanking a dead old dog

Algumas vezes meus colegas de serviço visitam estabelecimentos proibidos e, na verdade nem cobiçados por mim. A partir de minha condição de casado ficam fazendo troças por eu não poder participar destas aventuras deles e, sempre digo "vocês estão batendo em cachorro morto". Como já disse, nem me empolgo para estas coisas mas, chega a ser engraçado eles gozando da minha cara.

Ontem, em casa me veio a mesma expressão na cabeça.

Fiquei pensando na minha situação atual, semi mendigo, semi sem vida e, a cada dia dando um pouquinho mais de mim, do meu sangue pra finalmente encontrar a Árvore da vida ou a paz. A vida não é para muitos e, a responsabilidade da idade, da família e, outras mais é para poucos, poucos aguentam, alguns desistem outros desertam e, eu procuro acima de tudo não entrar em nenhum dos dois times. É por esta e por outras que muitas vezes me dobro em dois, quebro meus ossos ao meio e, de tudo isto sobra alguma coisa que, imediatamente dôo, por amor, por cumplicidade, por carinho a pessoa que mais amo nesta vida e, se tive alguma outra vida também a amei muito. Não só pelo amor mas, pelo desespero de ter tudo pronto e, tudo isto estar ruindo aos meus pés e, desabando sobre minha cabeça.

Outras vezes, faço o papel de pai, encaro a vida com realismo e, vejo que, determinados prazerem e, programas eu não posso participar porque, se eu participar, o teto desaba realmente e, os meus ficariam sem teto, sem comida e sem fralda, se é que você me entende. Mas, este realismo não é compartilhado e muitas vezes me vejo numa sala escura olhando para as paredes. Deixo de participar mesmo precisando desta fuga por não ter dinheiro e, ao mesmo tempo faço o mesmo aparecer na minha frente para dar para o meu amor para curar suas deficiências e tudo isto é visto como uma obrigação.

O mais incrível de tudo isto é que mesmo eu me doando e fazendo tudo por nós, ainda sou criticado e, causo medo nas pessoas como se elas fossem a causa dos problemas, como se elas fossem importantes ao ponto de nos fazerem brigar e, como se alguém precisasse fazer isto. Mesmo estando na defensiva, cuidando das coisas enquanto todo mundo se diverte, enquanto estou na labuta ainda existe uma conspiração como se eu fosse o maior malvado da face da terra.

A percepção da vida e, de tudo que nos rodeia pode ser facilmente adulterado e, fantasiado, nem tudo é o que parece.