28.2.11

Filmes da semana passada

Trolljegeren / The Troll Hunter / O caçador de Trols (2010)



Summer já tinha me dado uma cochichada sobre este filme, dae estava lendo um texto e me deparei com algumas imagens e fiquei afim de assistir. Disparei o torrent a tarde, via Summer, que baixou até as legendas e na noite assistimos. Era pra ser algo tipo A bruxa de Blair com aquela camera esperta no ombro(Cloverfield, Quarentena, Bruxa de Blair) mas dei com os burros mais ou menos na água. Primeiro que transgrediu uma das regras básicas para filmes de terror e suspense, quanto mais tempo e foco você der no bicho/monstro pior vai ser e aqui o Troll só falta posar para fotografias ou fazer poses para aparecer bem na câmera. Outra, o filme começa com aquele velho textinho falando que, foram encontradas as fitas, as pessoas nunca foram encontradas, aquela balela toda pra fazer todo mundo acreditar que o filme é real. Neste caso, tudo é filmado em primeira pessoa e tal porém tem várias horas que o Troll sai atrás do cara e a filmagem é boa demais, resumindo, o cinegrafista foge do Troll está com medo de morrer porém filma tudo muito bem, se ratear rola até direção de fotografia. O roteiro não ajuda grande coisa também e eu praticamente fiquei com sono, fiquei esperando a hora de acabar e, eu já suspeitava que acabaria como uma novela e foi isto que aconteceu. O único ponto positivo do filme são as imagens, Noruega é lindo de morrer, me deu muita vontade de ir morar numa cabana nas cercanias de um Fiorde qualquer, lindo mesmo.


The Ladykillers / Matadores de velhinha (2004,Coen Bros)



Simplesmente tropecei neste filme dos irmãos Coen que por si só já é um convite para assistí-lo. Ao contrário do Bravura Indômita, o filme carrega todas as características de seus filmes que faz a mim e a sua multidão de fãs adorá-los. Cidadezinha pequena com todas as premissas que uma pequena cidade americana leva preconceitos, costumes toscos e etc. Personagens caricatos, cheios de peculiaridades, enfim, grande filme. Tom Hanks aparece num papel magnifico e sua risada é de se mijar de rir, seus colegas no assalto são também escolhidos a dedo, destaque para JK Simmons que mais uma vez faz um personagem marcante pra caramba, cheio de trejeitos, costumes e etc.

22.2.11

Medo e Delírio em Las Vegas - Hunter Thompson


Terminei ontem de ler o Medo.... Outra obra que fui conhecer tardiamente o que não tira em nada seu prazer, diria que muitas piadas só estaria pronto para conhecer hoje. Estou acostumado a rir com Bukowski, Vonnegut mas, neste aqui q quantidade de momentos hilários estravaza qualquer peça de humor que eu conhecia. O filme, que vi alguns anos atrás e re-assisti semana passada é fiel aos momentos do livro com algumas pequenas alterações que não influenciam muito o resultado final.

Este é outro que vai pra lista de melhores deste ano sem dúvida alguma.

Desejo e Reparação (2007, Joe Wright)


Ontem a noite assistimos, diria tardiamente este filme baseado na obra do grande Ian McEwan(Atonement). Não li o livro ainda mas o filme é um bom exemplo de adaptação, o filme te prende a tela e imagino que apesar do talento do escritor, suas coisas não ficariam bem no cinema por trazerem muitas descrições a seus personagens e o grande lance de seus livros serem exatamente isto.

O filme traz alguns destaques meio tristes como a época da guerra, o início e porque não dizer o final que apesar de carregar uma tristeza sem fim, é de uma beleza absurda. É engraçado isto mas, os dois grandes filmes que vimos este ano, nenhum deles foi criado em 2010 ou 2011. Continuo achando a Keira uma mulher sem graça e sem carisma algum. O que não posso dizer o mesmo da menina que interpretou Briony que apesar de ter um personagem que revolta qualquer um, foi de uma atuação tremendamente boa, assim como o escoces James McAvoy. Acredito também que no livro, a personagem Briony deve consumir 90% com sua culpa, que é o assunto principal assim como no filme. A cena em que os combatentes chegam a praia francesa é de uma beleza absurda.

21.2.11

Filmes da semana passada

Semana passada estive doente. Fiz um monte de exames e estava com suspeita de dengue e passei toda semana indo ao hospital, fazendo hemogramas e felizmente estou melhor agora. Nisso tudo o que ficou de bom foi ficar em casa, aos cuidados de Summer e todos os filmes que assistimos. Segue aqui meus comentários pertinentes.


Primeiro que assistimos foi "O vencedor"(The Fighter, 2010) de David O. Russel. Estrelado?!? por Mark Wahlberg e trazendo o excelente Christian Bale e na bagagem, algumas indicações ao Oscar que pra mim não é sinal de qualidade nem nada mas cabe ressaltar aqui que foi graças a isto e ao Bale que procurei assistí-lo. O filme é estrelado por Wahlberg mas, pra variar quem chama atenção não é ele e sim a meia dúzia de coadjuvantes que fizeram um trabalho muito melhor. Exigir algo dele é perder tempo. No caso de Bale, não é surpresa, um ator que está sempre impecável, utiliza sotaques difetentes em cada filme e tem sem uma atuação de personagem e não interpretando a si mesmo como é o caso do Wahlberg. Resumindo, Bale rouba o filme, de novo. No caso das outras coadjuvantes que foram indicadas eu não achei grande coisa, claro, nem concordo com o Oscar então, bem esperado isto de mim. O filme é muito bom, mostra bem como gente drogada faz papel de paspalho to tempo todo. Como é baseado em fatos reais o final é aquele feliz que todo mundo espera em Hollywood ou assistindo uma novela das oito. Outro ponto inerente a realidade da estória são os acordos que acontecem nas lutas e assistindo aquilo me lembrei muito de Wrestler e as lutas-livre onde o ganhador e o perdedor são escolhidos antes da luta iniciar. Um grande filme e vale muito pela atuação de Bale.

Outra grande pedida foi o 127 Hours de Danny Boyle, confesso que fiquei extremamente curioso quando vi os primeiros comentários sobre ele, até porque a história é mais que absurda e se trata também de fatos reais. Um alpinista, aventureiro fica preso em uma rocha, numa aventura sozinha e acaba tendo que cortar o próprio braço pra poder voltar pra casa. Fato que é o momento mais esperado no filme e me incluo na lista apesar de ser um filme muito bom, bem feito. Tem muita coisa rolando por fora, aquelas coisas que você só pensa quando realmente está fodido. Pedir desculpas aos pais, a namorada e aos amigos por cagadas no passado que, todos cometem, aliás cometer cagadas no passado e se arrepender é uma coisa bem humana, principalmente quando você acha que vai morrer. As imagens são emocionantes, cenários lindos e dá muita vontade de estar ali, escalar, andar de bicicleta, as imagens já valem o filme. Vale também ressaltar que, apesar de toda a bizarrice da estória, muitas lições ficam pra posteridade, a vida do cara depois, enfim, grande filme, com certeza não é melhor do Boyle mas é acima da média.

Bravura Indômita, o último dos irmãos Coen me pareceu supra estimado, falo isto em relação as indicações ao Oscar. Sim, falei que não me preocupo mas, acabo me preocupando um pouco porque quando algum filme recebe 2 indicações de coadjuvantes no mesmo filme ou 10 indicações, dae a coisa pega preço. A atuação do Jeff Bridges pra variar é um algo, ele e os irmãos Coen são imbatíveis juntos mas o filme tem muito pouco deles a meu ver e se parece muito com o filme original que, devo ter visto quando tinha algo em torno de uns 6 anos de idade pois vários enquadramentos, situações e cenas eu lembrava do original. Matt Damon está muito diferente, fui ver que era ele só agora. Resumindo, é um grande filme mas fraco se compararmos outros filmes do Coen.

"A vida marinha com Steve Sizou" , de Wes Anderson foi de todos estes o que mais me deixou emocionado. Demorei muito pra assistí-lo, ele está em meu HD há no mínimo uns 3 meses e valeu a pena esperar. Bill Murray é sempre garantia de qualidade. Owen Wilson fica muito bem com o Wes Anderson e além deles um exército de grandes atores como Angélica Houston, Cate Blanchet, Willem Dafoe, Jeff Godlblum(impagável) e a semi-atuação de Seu Jorge que embelezou ainda mais o filme com suas versões para grandes músicas da fase áurea do mestre David Bowie. Lógico que é covardia comparar as versões as originais, ainda mais em português mas, mesmo assim ficou legal. A trilha sonora é extraordinária. Como todos os filmes do Anderson que assisti, se foca em relações humanas(como se todos os outros filmes não tratassem disso também) e faz muito bem o papel. Muitas vezes parava o filme para poder rir tranquilamente e aconselho a todos que não viram, um espetáculo.

Além destes, assisti a primeira temporada do Big Bang Theory, tudo culpa de uma Oompa-Loompa da ciência hospedada em minha casa. Certamente apanharei em casa por usar uma piada do próprio seriado. Re-assisti também o "A hora da zona morta", filme de David Cronenberg baseado no primeiro livro de Stephen King. Ontem a noite assistimos o "império do besteirol contra-ataca" ou, o início do declínio de Kevin Smith apesar da cena com o Scooby Doo.

10.2.11

Summer em Recife

Ontem meu amor chegou. O clima aqui é de lua de mel, ninguém casou mas a emoção é quase a mesma. Ficamos por horas conversando, bebendo cerveja e é mais do que absurdo ter uma pessoa tão legal do meu lado, uma amiga, confidente, amante, um ombro e mais um monte de outras coisas. Nem sei se mereço tudo que ela me dá mas mesmo que não mereça, faço tudo pra que ela seja tão feliz comigo quanto eu estou com ela. Mesmo que mereça ou não ela, sei que dou muito amor, carinho e faço tudo que posso para ser uma companhia tão agradável pra ela quanto ela é para mim.

Há muito tempo que idealizava uma pessoa assim. Há muito tempo que esperava ter uma pessoa inteligente, carinhosa, atenciosa, independente, humilde, com gostos parecidos com o meu e principalmente que me dá valor e me respeita pelo que sou, reconhece minhas falhas mas, elogia meus acertos. Nunca se deve usar uma pessoa, num relacionamento como bengala mas, acho que digo isto na minha visão mas muito possivelmente ela pensa da mesma forma, nós dois estamos crescendo muito juntos e nossa união acaba nos ajudando para todas as outras coisas boas ou más, da vida que temos pela frente.

Solar - Ian McEwan


Terminei de ler ontem o Solar, de Ian McEwan. O livro, último do Ian traz a estória de um ganhador do premio Nobel de Física e sua altamente conturbada vida e principalmente seus esforços para criar uma nova forma de geração de energia limpa em virtude do aquecimento do planeta.

Michael Beard ganhou o prêmio Nobel em física ainda novo, mesmo assim já com o segundo casamento terminado. Depois disso ainda casou outras 3 vezes e o livro inicia exatamente quando o quinto casamento está prestes a acabar. Sua esposa descobriu que ele teve 11 casos em 5 anos de casamento e está fazendo sua vingança dando um jeito de se vingar na mesma moeda. Na verdade apesar de ser um cientista inteligente,renomado, sua vida é um caos. Fora de forma, comendo e bebendo tudo que aparece pela frente, sempre dando um jeito de conseguir amantes e vivendo sempre em absurda confusão. Mesmo tendo boas idéias e trabalhando para criar uma fonte de energia limpa, tudo isto pode ser ameaçado pelo comportamento do cientista.

No fim do livro temos o discurso de entrega do prêmio Nobel que é mais do que genial e emocionante, tem também os agradecimentos de Beard. A estória não chega realmente a ter um fim mas, se fizermos um paralelo do ser humano e Beard e, acho que foi isto que o escritor queria fazer, veremos que temos todas as condições de diminuir as emissões de carbono, criar novas formas de energia mas por várias outras coisas inerentes do ser humano como a ganância, o egoísmo isto nunca acontecerá. Particularmente eu não vejo saída para a Terra, mesmo criando fontes de energias limpas, tendo mais de 7 bilhoes de pessoas morando neste mundo. O mundo e as cidades não comportam tanta gente assim. Mesmo que vencêssemos a ganância, o mundo, os governantes e países entrassem em acordo quanto ao combustível o que faríamos pra que nosso planeta pudesse comportar mais de 7 bilhões de pessoas?

9.2.11

Esteio Diaries 04/02 a 07/02

Na noite de quinta feira aconteceu algo estranho, faltou luz em Recife, em todo Nordeste disseram-me alguns. Arrumei o resto de minha mala a luz de velas, tomei meu banho e com muita sorte consegui arranjar um taxi até o aeroporto. Incrivel a ingenuidade de algumas pessoas falando que o Brasil todo estava parado em virtude da falta de energia, imagine um aeroporto, hospital parados por falta de energia. No fim acabei me infectando com isto e fiquei apreensivo mas o aeroporto estava funcionando e depois de minha ultima viagem em que não dormi no aeroporto de Curitiba fiquei com medo mas saiu tudo direitinho, pouco antes de pegar o avião a energia voltou. Foi a viagem mais rápida e tranquila de todas, dormi até Campinas e de Campinas a Porto Alegre coisa que raramente acontece, nada como tomar algumas cervejas e entrar meio com sono no avião.

No aeroporto Summer e minha mãe me esperavam, estava com uma saudade do cão. Ao meio dia matei a saudade do feijão do Aliança e depois de comprar o presente do Heitor fui para a escolinha onde seria a festa de aniversãrio dele. A festa estava divertida, o Heitor ficou hiper apreensivo e ficava apenas olhando pra decoração em estado meio catatônico, muito possivelmente vergonha. Brinquei bastante com as crianças. Jantamos uma lasanha excelente na casa da minha irmã e fomos pra casa. Começamos os três a assistir um filme que minha irmã emprestou e por engano era o último Shrek que eu nem tinha visto e acabei dormindo boa parte do filme em virtude do cansaço da viagem.

No Sábado tudo começou as oito da noite, ficamos conversando e bebendo eu e Summer e celebrando que estávamos juntos, namoro a distância é isto, tudo é importante, tudo é celebrado e era o momento. Mais tarde o jax e o Fabricio foram nos buscar, fizeram um churras na casa do jax. Foi ótimo rever os amigos conversar e prometi a todos que ainda este ano estaria de volta. Falei que eles não tinham idéia do quanto era importante pra mim aqueles momentos, o quanto coisas simples como aquelas eram marcantes pra mim agora que morava longe de todos. Depois voltamos pra casa e ficamos conversando até muito cedo da manhã sobre diversas coisas, estava e estou muito feliz, nunca estive tão certo em toda minha vida, nunca tive tantas coisas boas comigo. Janeiro eu tive problemas sérios, estive triste mas em Fevereiro tudo melhorou e estou muito feliz.

Domingo assistimos o Avatar, com o Heitor, ele curtiu muito e acho que até já tinha visto, adoro o visual daquele filme e nas cenas finais, mais uma vez me lembrei dos incas, astecas e maias, lembrei de apocalipto e lembrei também que não importa o quanto evoluimos, sempre seremos animais e faremos as coisas exatamente como aconteceu ali no filme. Lembrei também do comentário aquele do Stephen Hawking dizendo que se um dia nos deparássemos com alienígenas, o resultado seria o mesmo.

O Heitor está cada vez mais querido, inteligente, brincalhao e cada vez vejo mais coisas minhas nele. É emocionante acordar ao lado dele e dar aquele abraço apertado. Nos despedimos depois do almoço e fomos pro aeroporto. Summer me acompanhou como sempre e mais uma vez foi aquela tarde com lágrimas de despedida. Nos vôos de volta tudo tranquilo mas não dormi nada, li quase todo o Solar, de Ian McEwan, mais outra maravilha de livro que em breve estarei comentando por aqui.

8.2.11

Black Swan - Darren Aronofski (2010)



Semanas atrás assisti ao último filme de meu diretor predileto ou, um deles. Não consigo mensurar muito bem se ele é melhor que o Richard Kelly, Sam Mendes, Paul Thomas Anderson, Chan-Wook Park, Stanley Kubrick etc e acho que ninguém pode, o que importa são as obras, os frutos destes gênios e o processo que envolve toda a criação de um filme possui variáveis demais e o próprio efeito que seus filmes podem produzir no expectador é muito difícil de ser medido. Fato que o Aronofski assim como o Kelly são dois caras que me deixam transtornado quando fico sabendo de algum projeto novo e a ansiedade que acompanha é algo sobre humano.

Esperei um bom tempo para conseguir uma cópia realmente de qualidade e demorei alguns dias para finalmente assistí-lo. Lembro que quando fiquei sabendo que ele trabalhava em Wrestler, achei um desperdício um cara como ele fazer algo, a primeira vista simples demais para seu talento e depois que assisti o lutador consegui colocar na minha cabeça que, para certos diretores, não importa tanto a estória mas a forma que eles contam estas estórias. Black Swan teve a mesma idéia em minha cabeça mesmo estando eu já vacinado a partir de lutador mas, desta vez eu já esperava muito mais.

Não posso dizer que é o melhor filme dele ao passo que meu predileto é Pi e reconhecer que gostei muito de A fonte da vida mas o impacto que ele teve em mim foi surpreendente. Ontem mesmo vi um comentário no facebook sobre quem realmente assistiu este filme, não pela cena lésbica. Se eu quisesse assistir uma cena lésbica teria assistido um dos vários filmes que a Belladona fez apenas com mulheres(mesmo preferindo seus filmes com Nacho Vidal ou Rocco). Outra coisa é que acho a Natalie Portman absurdamente sem graça e achei ela menos pior no Star Wars do que em Closer(joguem suas pedras). Sobre a "parceira" dela na cena então, Mila quem?

Achei o Cisne muito parecido com o Requiem, o primeiro filme dele que assisti. Climas tensos criados por relações tortuosas entre pais, filhos e amantes. Na verdade, o Cisne só lembra Requiem neste sentido em primeira análise pois o grande lance não é a relação de mãe e filha e sim a relação da bailarina Nina(Portman) com seu eu interior. Muito dos efeitos do filme e das partes ditas nervosas, que te causam apreensão e porque não dizer suspense estão justamente na forma como Nina vive a sua vida e enfrenta o seu eu interior. Apesar do filme inteiro tratar da preparação do espetáculo Cisne branco a coisa toda não se situa no espetáculo e sim na própria bailarina principal e a forma como ela irá sobrepujar todos seus medos, apreensões para se tornar a grande bailarina e aproveitar a chance que lhe foi dada, a chance que não foi dada a sua mãe por exemplo. No meu caso, preferi pensar que a mãe dela não existia, Lily e sua perseguição a Nina não existem e mesmo e principalmente, o "assédio" de Thomas Leroy(Vincent Cassel, sempre perfeito) não existem, vem tudo da cabeça de Nina.

A conclusão geral é mais uma grande obra de arte de Aronofski pela realização do filme e por algumas escolhas no elenco como a de Vincent Cassel. A preparação dos atores, o personagem de Winona Ryder no filme, a preparação de Natalie Portman para o papel e tudo mais. A maquiagem e os efeitos são incríveis, dá gosto de ver e a cena final, no espetáculo é mais que absurdo e vale por todo o filme.

Na Praia - Ian McEwan



Na madrugada de Sexta Feira, esperando o meu vôo terminei de ler mais um grande livro do McEwan. Já tinha lido o "O jardim de cimento" que apesar de possuir alguns pontos bizarros e falo isto não como um problema para mim mas para algumas pessoas, é um livro excelente. As suas descrições de seus personagens e seus sentimentos, as situações nada peculiares em Na praia são ainda mais poderosas.

O livro conta a noite de núpcias do casal Florence e Edward e se passa em algumas horas após o casamento com alguns parênteses contando sobre a família de ambos, como funcionava( melhor dizer, não funcionava) o sexo naquela época. Nas últimas páginas, o desfecho de toda a coisa e como os dois viveram após o incidente. Muitas vezes percebi em minha vida que, quanto mais o tempo vai passando o assunto sexo vai sendo cada vez mais fácil, mais comum e desnecessário dizer que na minha época era difícil, hoje muito fácil, nos anos 60, na Inglaterra complicadíssimo. E o livro trata exatamente isto. Como os ingleses enfrentaram esta época, como se sentiam e a dificuldade que era para eles conversarem sobre sexo, tirarem suas dúvidas, um tabu enorme.

Mesmo pra mim tinham coisas que eram praticamente inacreditáveis. Tanto Edward como Florence tinham seus problemas, ele praticamente desesperado para ter sua primeira noite e mesmo amando profundamente sua noiva e querendo ter sua primeira noite, sabia muito pouco sobre sexo e até como lidar com as pessoas. Ele era do interior, pobre, cresceu com uma mãe inválida psicológicamente mas era um homem honrado apesar da simplicidade( como se não fosse possível ter honra e ser simples ao mesmo tempo). Ela, uma menina rica, de família abastada e normal porém com um medo terrível de sexo, sem informação alguma e mesmo assim sabendo que Edward era o homem de sua vida. Neste caso cabe meu parêntese, não sei até que ponto alguém pode ter certeza que uma pessoa é o homem ou mulher de sua vida ou mesmo saber que ama alguém conhecendo tão pouco da vida. Sem outros relacionamentos, sem experimentar o sexo e outras emoções. Mesmo assim é o que Mc Ewan quer deixar claro.

A coisa toda é absurda, o desfecho e tudo mais e mesmo se tratando de um livro de ficção ficamos surpreendidos com o desfecho mas, é uma coisa completamente aceitável depois de entedermos o casal. Uma lição que fica no livro, que Edward depois de velho se dá conta e que acontece com a gente muitas vezes no decorrer de nossas vidas é que tem coisas que em certos momentos nos parecem impossíveis, inaceitáveis mas, com o passar dos anos, com a maturidade, acabam tendo outro valor, começam a ser aceitáveis. O desfecho do livro me lembrou muito uma estória que aconteceu perto de mim o ano passado e não fui o personagem principal, fui o coadjuvante e por muito tempo fiquei pensando como as pessoas muitas vezes não sabem de si mesmas, o quanto elas dão pouco valor a momentos importantes de suas vidas ou dão importância demais a coisas simples resumindo, não sabem muito bem o que querem ou o que sentem por dentro.

2.2.11

Ian nunca me deixa na mão

Do alto dessa nova condição, eles podiam ver claro, mas não descrever um para o outro certos sentimentos contraditórios:separadamente, preocupavam-se com o momento, pouco depois do jantar, quando a nova maturidade seria testada, quando deitariam juntos na cama de dossel e se entregariam um ao outro. Por mais de um ano, Edward esteve enfeitiçado pela perspectiva de que numa determinada noite de Julho sua parte mais sensível habitaria, ainda que por um breve momento, uma cavidade naturalmente formada no interior dessa mulher bela, jovial e de uma tremenda inteligência. Como isso devia ser alcançado, sem maiores absurdos ou decepções, atormentava-o.
Ian Mc Ewan - Na praia

mestre!