Na Segunda acordamos cedo mas tinhamos um tempo bom pra descansar e nos preparar para a noite que viria, na Casa amarela e se na noite anterior tinhamos perdido a Nação Zumbi, desta vez o show não nos escaparia. Eles tocariam num local aparentemente mais tranquilo e menos cheio que o marco zero. Saimos de casa quando estava anoitecendo e pegamos o primeiro ônibus que passava pelo Derby, de lá pegariamos um taxi pra casa amarela, não é bom arriscar até porque nunca tinha ido para aqueles lados e não conhecia nada por ali. Quando desembarcamos no pátio da Feira de Casa Amarela já fiquei emocionado, não tinha tanto tumulto, pouca gente e fiquei impressionado com a distância que veria a melhor banda do Brasil em atividade, fiquei até com medo do som das alfaias de tão perto que estávamos da grade. No palco estava rolando o show da Orquestra Pernambucana de Frevo Universal, um show completamente regional, com direito a rabeca e etc. Depois veio o show de Ortinho e algumas participações especiais entre elas Jorge Du Peixe. O som dele não tinha nada de regional e nem agradou muito a mim e a Summer. Ficamos bebendo e conversando e tirando fotos psicodélicas com uns brinquedos que achamos por lá. O próximo show foi a Orquestra Comtemporânea de Olinda e foi muito legal, desta vez sim regionalismo e um show muito bom, muita percussão e sopros, coisa do demo mesmo mas naquele momento a ansidade pela Nação era mais que perturbadora. Quando terminou o show o público tinha aumentado bastante, já tinha chovido duas vezes e já estávamos em estado deplorável e sem nos preocupar nem um pouco com isto.
Quando começaram os tambores, a guitarra de Lúcio Mais, os efeitos da caixa de efeitos(não é um nome técnico, eu nem sei o nome daquilo mas é muito massa) do Jorge Du Peixe foi emocionante. O que se seguiu foi porrada em cima de porrada, desfilando as melhores coisas do Nação Zumbi, Futura, do Fome de tudo e pouca coisa da época do Chico(o que foi um grande acerto pois curto muito mais a fase nova) . Tocaram Quando a maré encher, de Eddie e o público pogueava na boa, uma hora deu até medo pois estava com Summer mas, não deu uma briga sequer, foi comoção geral. Lúcio Maia simplesmente destruiu, estava com uma Flying V com som muito bom e a cada guitarra que ele usa, toca de um jeito diferente, pra mim o melhor guitarrista do Brasil. Não é fácil numa banda extremamente percussiva o guitarrista se sobressair tanto mas, ele consegue. Quando o show terminou eu e summer com sorrisos nos olhos e naquele momento vi que a minha namorada seria muito mais amiga da cultura pernambucana que antes de ter vindo para esta visita.
Na Terça Feira saimos a tardinha de casa, depois de almoçarmos, descansar um pouco. Chegamos em Olinda pela praça do Carmo e subimos a Rua do Bonfim, a geralmente subo as sextas em dias normais e nunca tinha visto tanta gente em minha vida. Várias vezes subi aquela ladeira sozinho nas ruas e, na Terça lotadissimo, várias concentrações, blocos na rua, gente bebendo, se pegando, enfim. Chegamos no Gentileza e o lugar estava tomado de lixo, parecia que era o fim do carnaval, ficamos lá tomando ceva e pra variar pra Summer tudo uma boa, se divertindo junto, nunca fiquei com alguém tão parceria em toda minha vida, se já amava ela antes deste Fevereiro, agora posso dizer que meus sentimentos aumentaram exponencialmente. A luz tinha acabado no gentileza e as cevas não estavam muito geladas, dividi metade do Hoffman com Adriana e eu e Summer descemos a ladeira pra procurar algo pra Summer comer e, nos dirigirmos para o Fortim onde seria o show de Eddie e Orquestra Comtemporanea de Olinda.
Comemos alguma coisa, tentamos comprar cervejas mas naquele dia todas estavam quentes. Caminhamos no calçadão na beira da praia e o vento era incrível, estou pra ver uma cidade mais maravilhosa que Olinda, seus prédios antigos, sua gente amiga e o clima que nunca encontrei em toda minha vida. Fomos pra perto do palco pois o show de Eddie ia começar, entraram todos com roupas de marinheiro, camisetas azuis, chapéu de marinheiro e já começaram com Pode me levar. Naquele momento peguei Summer nos braços e dançamos o show inteiro que foi uma sequencia irresistível de hits, o show foi baseado no Olinda Original Style que pra mim é o melhor. Dava gosto de ver todo mundo cantando, dançando os casais todos dançando juntos coisa linda mesmo. Falei com os índios e depois fui passando ele pro resto dos vizinhos por ali, era grande demais até pra mim e achei bonito a confraternização. O show durou mais que uma hora e por todo momento me lembrava das bandas de pagode com letras ridiculas, musicas mal tocadas e todas estas porcarias que tocam na rádio e fazem sucesso neste país que não reconhece seus grandes talentos, Eddie existe a mais de vinte anos e a coisa é muito popular, as letras são incrivelmente bem feitas e, mesmo que não conheças Olinda serás contagiado com o que vai ouvir, grande banda. Quando o show infelizmente acabou fiquei pensando Eddie e Nação Zumbi, um show melhor do que o outro, impossível comparar mas são duas bandas que irei chorar quando acabarem e espero muito vê-los novamente, pra sempre terei no coração estes dois shows.
Encontramos os meus amigos Helder, Mago, Adriana e Cynthia pouco antes do show acabar e quando terminou fomos novamente pro calçadão. Tava um clima bom demais apesar do cansaço de todos, 4 dias dividindo as ladeiras com milhoes de pessoas, bebidas, excessos e tudo mais sem contar o extase de passar 4 dias de extrema felicidade. Voltamos pra perto do palco e vimos umas 5 músicas da Orquestra, já tinhamos visto na segunda e estávamos muito cansado mas, o show estava ótimo. Fomos pra beira da praia de novo e ficamos pegando um ventinho pra depois voltarmos pra triste Boa Viagem, a terra do sono.
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