28.2.12

MediaLunas

Domingo tivemos um “Domingo diferente”. Primeiro que não fizemos o tão cultuado almoço das sete da noite, pós ressaca e para levitar defuntos mas sim uma comida leve pois teríamos que ir pra praça assistir alguns shows. Oportunidade rara de não ver apenas Skabout, Bleff, Caronna e as outras bandas pífias, de nossa humilde city. Era para ver o MediaLunas, claro uma grande banda, que era promessa até os 10 segundos da primeira faixa que liberaram ano passado, no segundo 11 já eram uma grande banda com duas pessoas queridíssimas da cena e deste que vos fala.

Conversamos bastante antes de começar o show, assim como quando ele terminou e foi um alívio quando se dirigiram pro palco para começar a barulheira. O jax e a tati foram e depois que o teatro acabou a banda começou o que viria a ser o show apoteótico que assistimos.

Nas guitarras e vocais o Andrio Maquenzie(ex-Superguidis) e a Liege Milk na bateria e vocais de apoio(Loomer, HangOvers) e a meu ver a banda iniciou suas atividades, pelo menos para o mundo em 2011. O som é uma mistura de várias coisas mas o que predominou na minha memória afetiva e sonora foram coisas grunge, stoner com leves pitadas de shoegaze graças a falta de alavanca e do peso da barriga da mão do Andrio que muitas vezes dava aquela pressionada e rolava aquele lance característico que deixou Kevin Shields famoso (famoso não, o que faliu a Kreation). As músicas são excelentes e mesmo com o fato de ter apenas uma guitarra o som ficou muito preenchido com o som distribuído nos amplificadores de baixo e guitarras ao mesmo tempo e o excelente pedal q Andrio usava que já tinha apostado, era coisa do Lucas, confirmada depois.

Obviamente que as duas que mais conhecia, as músicas que já tinha escutado foram as que melhores soaram aos meus ouvidos mas, o show foi de uma excelência inacreditável, uma banda que aparentemente tem menos de dois anos mas que sabe muito o que quer e o que fazer em cima do palco e já são “velhos” naquilo que se propõem. Deixo aqui dois adendos, falei antes que são amigos, conhecidos e gente que vale ouro nesta cena mas, não posso deixar de falar a competência da Liege nas baquetas, tudo seguro, tudo direitinho e o Andrio foi um espetáculo a parte e vi o guri muito mais feliz ali do que na época da Superguidis, parecia que tinha nascido para aquele som mesmo sabendo que nem diferia tanto.

No próximo findi tem show na Embaixada do Rock, assim como da nova banda do Cidade o que já garante um show a parte mesmo tendo show da Bleff na mesma noite.

24.2.12

1984 – George Orwell


Ontem a tarde terminei meu pesadelo lendo este livro, antes tarde do que nunca eu diria. Quando estava em Recife comprei um, capa linda porém em francês e só fui ver isto quando estava aqui no sul já. Desta vez o Alejandro me emprestou e foi mais um dos grandes livros que ele me emprestou.

Falei pesadelo antes porque pra mim foi como um filme de terror, dos bons. Me assustei deveras com muitas coisas que li e com as comparações com o mundo do futuro, o mundo do presente e porque não dizer o passado. Nos encaminhamos para aquela distopia? Não sei e espero estar morto quando chegarmos lá, a única coisa que sei é que o manual para isto já existe e há muito tempo.

Grande livro e grande cara o Orwell, sou meio avesso a distopias na literatura mas, o livro é tão simples e bem escrito que não tive problema algum em continuar e diria mais, adorei cada página.

Houston



Já faz alguns dias que ela se foi e fui assimilando aos poucos tudo isto. Nunca fui fã, de escutar sua música, na verdade não precisava ser fã para escutar sua música do início dos anos 80 ao início dos anos 2000, ela era onipresente. Mas sua morte me chocou muito.

Sábado passado comecei a assistir alguns vídeos dela e fiquei deveras emocionado e homenageei-a com lágrimas já que minha admiração ela já tinha, e muito. Ela foi a mulher que mais vendeu discos, que mais fez sucesso em toda a história.

Mesmo com toda pieguice, toda as milhões de execuções diárias de “I will always love you” se você escutar esta música, em qualquer versão cantada por Whitney você aprenderá muito ou ao menos verá o valor que sua voz tinha, sua emoção, sua técnica e todas as outras coisas que todas as cantoras que vieram depois tentaram imitar, sua técnica algumas talvez conseguiram chegar perto, seu carisma também mas sua interpretação emocional e todas estas características juntos era impossível. Alie isto ao fato que ela era de um tempo que não era necessário fazer um clipe posando de vagabunda (Rihanna, Britney, Lady Gaga, etc) para chamar atenção, não era necessário mostrar a bunda ou ser onipresente em todos os canais forçadamente utilizando de jabás e outras coisas. Semana passada me irritei muito com a Adele que nunca escutei, aos poucos é tão fácil chegar nos limites, nos coeficientes do sucesso mas, não sei, elas hoje em dia me parecem tão inferiores a Whitney que chega a dar um desanimo.

Ah, usava drogas? Casou/separou com/de um trombadinha e não cantava mais como antes? Who cares, aliás, muita gente se preocupa, eu não e pra mim ela será sempre um exemplo de grande mulher, musicalmente falando. Ela está bem acompanhada, se drogando ou cantando, no inferno ou no céu(para quem acredita em ambos) e se estes lugares existirem ficam cada vez mais divertidos e atrativos conforme os anos se passam.

Eu era tão fã dela que descobri hoje que “I will...” não era dela e sim da Dolly Parton e, preciso escutar a original hoje quando chegar em casa mas, sei que será decepcionante, se por acaso eu lembrar que Whitney realmente existiu. Não a toa um dos melhores livros que li foi escrito por um grande fã dela.

6.2.12

Encerrando o 711

Não sei se cheguei a comentar aqui mas a "temporada" no 711 foi finalizada na última Quarta Feira. Fechamos com chave de ouro, modéstia a parte. A proposta inicial quando conversamos com o pessoal do bar no longínquo Agosto do ano passado era trazer um público novo e diferente para o bar e isto foi cumprido. Na noite de Quarta haviam mais de 40 pessoas lá dentro. Logo no início sugeri que não fosse cobrado couvert e que o preço da cerveja baixasse um pouco pois custavam R$ 5,50 um valor um tanto pesado para uma quarta e deu resultado.Não posso desprezar o nosso repertório nem o fato de ter feito uma divulgação pesada no facebook e convidando amigos.

Um dos motivos para ter parado foi que a seven2nine pode voltar a ensaiar em breve, as férias do Jax, meus atrasos na empresa na Quinta (ehehe) e também um espisódio muito chato que aconteceu estes dias com uma suposta amiga nossa. Esta pessoa nos conhece e já viu a gente tocar mil vezes. Mesmo conhecendo, já tendo visto estes dias ela chegou lá e incomodou muito para tocarmos isto e aquilo, "música nacionalll" etc. A gente sempre aceita sugestões e muitas vezes toca algo, para outra pessoa mesmo não conhecendo ou gostando muito do que foi solicitado mas, neste dia nem tinhamos começado a tocar quando isto aconteceu. Cabe ressaltar que esta pessoa incomoda todo mundo que toca lá no bar. Resumindo um pouco a estória esta pessoa ficou 45 minutos incomodando, até música gauchesca ela nos pediu. Teve um determinado momento que o jax foi no banheiro e esta pessoa teve a petulancia de sentar no lugar do jax e....continuar incomodando. Uma hora eu falei, delicadamente que ela fosse se sentar no lugar dela e que em breve a gente tocaria o que ela tava pedindo, ela me perguntou se estava incomodando e fui sincero "óbvio que sim". Porra, 45 minutos pedindo coisas é muito pra minha cabeça. Ela acabou saindo chateada e se criou toda uma situação disso que eu tinha maltratado ela e sido grosso enfim. No mesmo dia abracei ela e pedi aquela desculpa sem sentir culpa alguma mas, pra tudo ficar bem. Mas não acabou, acabei ficando como ruim e até a Summer ficou culpada na coisa toda.

Mesmo depois de todo o acontecimento esta pessoa foi nas ultimas 4 de 5 vezes lá no bar nos assistir e tinha se mantido quieta em todos os dias mas, Quarta Feira, justo em nossa despedida ela acabou se esquecendo de todo episódio e foi lá nos incomodar. Pediu pra emprestarmos o violão para outra pessoa tocar. Porra nossa despedida. O magrão em questão tocaria no dia posterior e já estávamos saindo de lá nas Quartas pra pessoas como ela (que nunca iam no bar quando tocava musica nacional antes e o bar era vazio) ir e se divertirem. Resumindo de novo, o magrão foi lá e tocou, para as 40 pessoas que estavam lá pra ver eu e o jax. Acabou arrebentando duas cordas e dando fim ao show porque depois que aquilo novamente aconteceu eu perdi qualquer vontade de tocar. Chegou ao ponto do cara me pedir a guitarra depois pra tocar e eu disse que nela, só eu tocava. Aja saco. Uma hora darei uma passada por lá na quarta só pra ver como estão as coisas.

Mesmo assim foi legal, conheci duas amigas de Summer e elas todas se encontraram depois de muito tempo e acho que foi bem tri pra ela tudo isto. Muito legal também ver tanta gente por lá e tinha uma época onde tinhamos medo do bar fechar, por falta de arrecadação e acho que fiz minha parte para mudar isto, se é que mudou. Conheci gente nova, gente que realmente curte o que tocamos, gente legal mesmo que surgiu ali e foi muito tri. Pena é que tem gente que não se contenta em beber, ouvir música ou conversar com os amigos, ela precisa ir lá e fazer terrorismo quando as pessoas estão tocando. Pior, além de serem inconvenientes elas não assumem esta inconveniência e tu fica de mau na estória porque as pessoas ainda tem crises depois de te incomodarem ao extremo, esperam que tu vai ficar na tua. O jax é calmo e como ele se envolve apenas tocando ele não se preocupa muito se alguém vai estragar os instrumentos ou mesmo a noite que tu criou carinhosamente e com muito trabalho mas, no meu caso eu não sou assim. Resumindo esta pessoa fodeu algo legal e principalmente minha paciencia e boa parte do trabalho que tive este tempo todo, os atrasos no trabalho, a propaganda no facebook, o público que trouxe pro bar e etc.

Descendentes

Na noite de ontem assistimos a este filme de Alexander Payne que traz George Clooney, otima atuação neste drama/comédia familiar que vem arrancando elogios por onde passa. Clooney recebeu indicações ao Oscar como o filme, direção, montagem e roteiro adaptado, cinco, não é pouca coisa.

Se comparar com outro filme, do mesmo diretor que já assisti e neste caso trata-se do excelente Sideways claro que é uma covardia mas Descendentes é muito bom também. Em ambos os casos "tragédias" sentimentais dão espaço para risadas e momentos ora dramáticos são vistos com ironia, sorriso no rosto e momentos engraçados.

Não sei se seria uma exceção mas o filme tem aqueles toques de redenção do personagem principal. Clooney é um advogado meio relapso com a família, esposa e duas filhas e é parcialmente desprezado e odiado por eles mas um acidente coloca sua esposa em coma profundo e precisa fazer o papel dela além de fazer parte da venda de um lote enorme de terras da família onde é pressionado por todos os habitantes do arquipélago havaiano, uns(familiares) para que venda e o resto contra a venda do paraíso natural. Este é outro destaque do filme, imagens lindas do arquipelago. A fragilidade do ser humano e geralmente se apoia no masculino, em todos os filmes que vi de Payne as mulheres são incrivelmente superiores e seguras e não precisam da aprovação ou consentimento das outras pessoas em suas decisões. No caso dos homens, sempre caricatos.

Todos os atores foram indicados para prêmios por suas atuações, as duas meninas que fizeram os papéis das filhas tiveram atuação impecável assim como Beau Bridges, quase irreconhecível de cabelos compridos e Robert Foster (sogro) outro destaque no filme apesar de ambos terem participação muito curta.