29.3.11

Ringo DeathStarr - Colour Trip 2011


E finalmente, vazou/saiu o aguardadíssimo segundo álbum do Ringo DeathStarr. Para viúvas como eu só tinhamos o single In Love/Summertime(2009) , o Ep Ringo DeathStarr (2007), o Sparkler (2009) foi uma excelente notícia. No player então é coisa de orgasmos múltiplos pela qualidade e pelos ecos excelentes da melhor banda shoegaze da estória e seu excelente Loveless. Os vocais femininos estão ainda melhores que qualquer similar e de dar inveja na dupla Bilinda/Shields. As guitarras, lindas por sinal(basta ver um video deles no youtube, pra babar muito) estão incriveis, um desfile de grandes efeitos e para amantes de Jaguar/Jazzmaster é prato cheio, tanto visualmente como sonoramente. A banda já foi apontada como uma das apostas de 2011 e acho q o anúncio veio muito tarde pois deste o primeiro EP já eram uma banda incrível. Os shows estão concorridíssimos e fico até pensando como não está o mundo todo falando deles. Pra quem acha que o Pains of being Pure At heart, Fleeting Joys(eu incluído) o Asobi e outras bandas emulam bem o MBV, escute Ringo.

Of Montreal - TheControllerSphere EP 2011


Sexta feira da semana passada finalmente encontrei o recém lançado mais novo EP da melhor banda de Athens, o Of Montreal. O EP foi todo gravado nas mesmas sessões de False Priest, de 2010.

A primeira faixa, Black Lion Massacre foi utilizado na introdução ao show no Planeta Terra eu já conhecia ela. Explosões, palhetadas nas afinações da guitarra para entrar os tambores num ritmo tribal e então a bateria entra e uma voz faz um pequeno discurso, não me pergunte o que diz, para mim é impossível traduzir. A bateria segue marcando o ritmo, com ruidos extras e muita produção no kit para então guitarras começarem a fazer barulhos, muitos barulhos que logo tomam conta da música que então termina. As outras faixas são cheias de efeitos e se parecem muito mais com o disco anterior Skeletal Lamping do que False Priest e a produção é impecável. Apesar de curto tem ótimas músicas carregando tanto as mesmas influências de R/B e 70´s soul music quanto as antigas coisas lembrando Kinks.

Aleatórias

Terminei ontem a tarde o livro do Kiss. Já havia falado nele por aqui, encontrei uma terceira parte falando sobre detalhes de gravação de cada disco e da composição de cada música. Informação sempre é bom porém no caso de um ídolo teu, de juventude as vezes pode foder tudo. Descobri que Michael Bolton ajudou a fazer Forever, uma das melhores baladas do Kiss. Descobri também que a banda gravava disco de 6 em 6 meses para manter seus álbuns em catálogo e muitas vezes não tinham músicas prontas e precisavam recorrer a parceiros para compor e tal, músicos de apoio para gravar alguns solos, resumindo chinelagem.

Hoje em dia é difícil entender este tipo de coisa ainda mais do viés de um "artista independente" que faz suas músicas(sejam elas pífias ou não, aliás, o Kiss tinha músicas pífias também), grava e trabalha de engenheiro de som e produtor, faz toda a publicidade para seus lançamentos, shows e etc, enfim, dificil de entender. Outra coisa que surpreende é discos vendendo e dando dinheiro a gravadoras, hoje em dia fico até surpreso se vejo um cd na prateleira de uma loja, naquela época, pelo menos nos primeiros 20 anos de banda não existia pirataria, no fim do livro já estava começando a surgir fábricas piratas. Falam também do jaba que existia, resumindo coisas meio chatas e o Kiss é uma banda de show, de entretenimento, de propaganda, de marketing e de venda de produtos, nunca se concentrou tanto em vendagens de discos e propriamente talento ou técnica. Continuo amando Lick it up, ainda acho Rock and roll all nite uma das múiscas mais emocionantes para a noite e o dia, Forever uma grande balada mas um pouco da beleza se perdeu. Lembro que na biografia do Clapton também fiquei achando chinelagem várias coisas. Acho que eu era um adolecente sonhador quando achava que as bandas faziam tudo sozinhas ou ao menos compor e gravar suas músicas como eu faço. Sim, eles são milionários e eu não.

Este fim de semana, no Domingo acabei indo pra praia, pela segunda vez em 1 ano de nordeste, isto aqui na Boa Viagem. Já tinha ido em Itamaracá e realmente uma grande praia e esclareço, quando vou a praia gosto de tomar banho de mar, cerveja caipira e etc e aqui na Boa Viagem é raso pra caramba mas, acabei tomando vários banhos, me queimei, bebi ceva e foi bom, foi diferente, geralmente fico em casa sempre fim de semana todo e acabou sendo divertido.

A semana começou pessimamente. Segunda tive que trabalhar em casa e a internet em casa estava horrivel, fechei os trabalhos 5 minutos antes de acabar os prazos. Está ficando cada vez mais difícil falar com o Heitor por telefone, no início já era e uma psicóloga até meu falou que isto é normal, telefone é muito diferente pra ele do contato presencial e tal e ele não gostava disso mesmo. Ainda assim falávamos, um minuto pelo menos. Ele parou de ir na casa dos meus pais também coisa que fez o ano passado inteiro, resumindo ele está independente demais e no mau sentido. Na páscoa, mesmo ele tendo 5 anos terei que ter uma conversa com ele pois isto é inaceitável. Se fosse apenas não falar comigo no telefone, falar de má vontade até entendo mas preciso resolver o problema dele com meus pais, se é que existe algum problema.

Pra completar as merdas da semana um conhecido meu de Esteio sofreu um acidente horrivel e está muito mal no hospital. Tem outra pessoa bem próxima que está para fazer exames e parece que está com um problema sério. Como disse minha mãe tem coisas que podemos contornar, outras apenas lamentar e aos católicos, rezarem.

23.3.11

Histórias Extraordinárias - Edgar Allan Poe (1968)


Terminei de assistir ontem ao último dos três curtas baseados em contos do mestre Edgar Allan Poe. Esta "fita" inclui diretores renomados e atores e atrizes europeus conhecidos na época fazendo suas releituras de grandes histórias.

O primeiro curta tem a direção de Roger Vadim e tem enfoque no primeiro conto publicado por Poe chamado Metzengerstein. Nele temos Jane Fonda e seu irmão Peter Fonda nos papeis principais e com certeza é o melhor deles. A história é um pouco diferente de sua forma literária mas tem um desfecho impressionante e vários atrativos. Jane Fonda faz o papel de uma mulher devassa(como esta dito no próprio filme) e entregue as suas fantasias e sua tirania. O filme é bem antigo, de 1968 e quando assistido hoje você vê varias coisas subliminares naquele tipo de produção. Existem momentos subliminares de lesbianismo, pedofilia e muitas outras coisas e estes momentos são de uma classe inacreditável. Em minhas conversas, comentamos que a tensão sexual é tremenda e é muito mais bonito e excitante como era naquela época do que é hoje. Infelizmente não temos Jane Fonda no auge da beleza e do charme para refazer o filme mas se fosse hoje, sem censura seria um filme altamente erótico e pornô e mesmo assim com uma história extraordinária de fundo. As roupas que Jane Fonda utilizam são de uma classe inacreditável lembrando bastante o figurino de Barbarella o filme que foi lançado no mesmo ano e com o mesmo diretor, que também era o marido de Fonda. Sem falar que as roupas são altamente modernas, diria que hoje em dia se fossem usadas, estariam lançando moda. Os olhares sedutores a cara de safada e os rumos ditados por Poe não poderia resultar em algo melhor e mais bonito.

O segundo filme é de Louis Malle desta vez com o conto William Wilson (que também é o nome de uma música do Smithereens). Se antes tinhamos a belíssima Jane Fonda e seu pai, na visão de Vadim, Malle traz Alain Delon e Brigitte Bardot. É outra história altamente interessante e assim como aconteceu com a obra "O médico e o monstro" virando uma citação constante para explicar personalidaes duplas, William Wilson é a citação do lado bom e o lado mau, na mesma pessoa e o peso de ambas que dá o resultado final. Como é sabido WW desde a infância comete maldades e atrocidades, trapaceia e maltrata outras pessoas e acaba sempre se confrontando com um sósia idêntico, com o mesmo nome porém bom. A direção de arte é ótima e talvez eu esteja tendo uma visão meio Voyeur destes filmes mas tem uma cena que Bardot é chicoteada e poderiamos citar S&M neste segundo filme mas talvez não tenha sido esta a visão do diretor.

O terceiro curta é de Federico Fellini e aborda o conto "Nunca aposte sua cabeça com o diabo" e o nome do curta é "A três passos do delírio" e este é o mais fraco de todos os três filmes porém tem uma atmosfera aburdamente lisérgica e tem momentos bem legais. A entrevista do ator inglês Toby Damnit num programa italiano são um dos pontos interessantes, o cara se comporta como Liam Galagher na entrevista, até pior. Em vários momentos ele conjura o demônio e em determinado momento da entrevista perguntam se ele acredita em Deus, não mas, no diabo acredita. Nas partes finais ele recebe a Ferrari, o pagamento pelo filme que iria fazer na Itália. Ele sai pelas ruas de Roma a toda velocidade e são momentos emocionantes. Apesar de ser a abordagem mais fraca, o próprio Fellini afirmou que tinha lido o conto um dia antes da filmagem, é o que mais se aproxima de Poe, em virtude da lisergia e alucinações do filme.

22.3.11

The Decemberists - The King Is Dead (2011)



King Is Dead é o sexto álbum de estúdio de uma banda que já tem 11 anos de estrada. A banda não mudou muita coisa desde os primeiros discos e a proposta foi sempre a mesma. Outra coisa que não mudou foi a qualidade de seus lançamentos.

Neste sexto álbum eles tiveram participações especiais de Gillian Welch e Peter Buck do R.E.M. entre outras pessoas mas, a assinatura do guitarrista do R.E.M é muito forte em algumas faixas. Não por acaso surgiu um cover da excelente Cuyahoga do Life´s Rich Paggeant por estes dias. O disco foi gravado num período de seis semanas em uma fazenda em Portland, Oregon e mesmo não sendo um trabalho dentro de um estúdio, o disco tem uma sonoridade excelente, foi-se o tempo que gravações alternativas comprometiam o som. Muito se fala que o disco é uma espécie de homenagem ao disco The Queen is dead dos Smiths mas a sonoridade lembra muito os discos do R.E.M. idéia que já foi até citada e admitida por Meloy, o lider da banda.

Inicia com Don´t Carry it all que é um dos destaques, bateria marcando o tempo, gaita de boca e o violão de Colin incrivelmente bem gravado, uma das melhores captações de violão da estória. Os backings vocais de Jenny Conlee são perfeitos. A construção das músicas é simples, a estrutura melódica mas a voz de Colin Meloy e os arranjos folk, steel guitar, violinos deixam tudo de uma beleza infinita. Calamity Song a segunda faixa é uma das que a guitarra de Buck se faz presente além da primeira e é completamente R.E.M. até os vocais do baixista são ouvidos como um fantasma na gravação. Ride to me é outra que Meloy brilha muito, uma faixa bem calminha onde a steel guitar se faz muito presente.

Down By The water a primeira música que foi disponibilizada pela banda antes do lançamento traz Gillian Welch nos vocais de apoio e gaita de boca. Grande amiga de Ryan Adams ela traz um gostinho do country music de raiz e além dela temos Peter Buck e outra vez as guitarras lembram muito R.E.M. o riff inclusive é The One I Love escrito. Faixa que foi para a primeira posição da Bilboard em Fevereiro é uma das faixas mais pops da banda, prontinha pra rádio. A gaita de boca é envolvente, os vocais, tudo, muito perfeita mesmo. Como falei antes, os discos da banda são sempre coesos e ótimos mas sempre temos duas ou três faixas que transcendem o som da banda e do próprio disco e é o caso de Down by the Water.

Decemberists x Airplane Over the Sea

Eu já encontrava algumas semelhanças mas aqui, Jesse Jarnow ilustra bem os pontos sobre tudo isto.


Mangum's absence has only made "Aeroplane" that much more untouchable. The night I received "Her Majesty," I ventured back into Manhattan from Brooklyn, where I live. I took the long way back to the subway as I listened to it, detouring down St. Mark's Place. There, sitting at an outdoor cafe, was Neutral Milk Hotel's Julian Koster, smiling broadly and enjoying the late summer evening. I quickly pushed the headphones off my ears, stunned by the surreality of the moment and, again, with guilt. Of all the issues to be raised by pop music, guilt should not be one of them.

21.3.11

O revoltante auxílio-reclusão : Comentário

Fazia muito tempo que não lia o Charles Pilger e como não achei uma forma de deixar o comentário por lá, nem como mandar mail vou dar a minha opinião sobre este post.

Eu concordo com o Charles e acredito eu com o resto do mundo que o preso precisa passar por um processo para evitar que ele saia da prisão pior do que entrou ou que tenha uma forma de procurar uma vida diferente pra não voltar a ser um assassino, bandido ou estuprador.

O Charles deu este exemplo :

"Vamos criar um caso hipotético para ilustrar: José é casado com a Maria e tem um filho de 12 anos, o João. Ele é um cara trabalhador, mas tem um defeito: é muito esquentado. E um dia ele brigou com o Pedro e… bem, matou o Pedro. Como o José é um cara esquentado, e não é a primeira vez que é preso, ele é encarcerrado, sem direito à esperar o julgamento em liberdade. E agora vem a pergunta: como ficam nessa história a Maria e o João? Pois é, a Maria até tem o seu emprego, mas se antes com o José trabalhando junto não dava para se manter direito imagine agora. E tanto a família do José como da Maria não são da cidade onde eles moram, de forma que não há familiar por perto para quem recorrer. Pois bem, é para a Maria e o João que existe o auxílio-reclusão. Enquanto o José estiver preso, sem poder prover o sustento da sua família, esta vai receber um auxílio da previdência."

Eu fiquei pensando no seguinte, mesmo que Maria e João, os "coitados" que moram com Pedro quando ele for preso, precisam sobreviver e tal e o auxilio serviria para este fim mas, fica aqui a pergunta : - E quanto as mães solteiras aquelas em que o pai da criança não assumiu o filho ou mesmo morreu, é justo que elas recebam apenas um salário mínimo trabalhando e a esposa e o filho de um assassino recebam uma ajuda de custo?

O exemplo que ele usou é bem pacifista, este tipo de crime acontece umas 3 vezes por dia aqui no Nordeste mas ainda assim acho uma "pura falta de sacanagem" receber o auxílio. E pergunto, e a família do Pedro como fica? Sabemos que a família do Pedro não tem mais o Pedro e nunca receberá auxílio algum.

Eu ainda acho chinelagem da boa.

Kiss - Por trás da máscara - Biografia Oficial autorizada

Estou quase terminando de ler este relato de uma das bandas mais roque da estória. Além de ser uma das bandas que mais admirei, eles certamente foram uma das bandas que mais cedo conheci e me acompanhou por quase todo este tempo. Lembro do show no Maracanazinho, quando ainda era um piá, no início dos anos 80 e rolando todo aquele teatro do rock. Rolava até aquele mito que eles davam nitroglicerina para pintinhos e o Simmons pisava neles com sua enorme bota para que explodissem.

Quando ao livro, é um apanhado, são quase dois em um. A primeira parte, escrita por David Leaf trata-se de uma sequencia de entrevistas com os membros da banda, ainda em sua formação original realizada em 1979. Nesta parte, tanto o escritor quanto os caras da banda parecem um tanto imaturos, parece coisa de criança mesmo. Um breve histórico sobre cada um deles e fiquei sabendo que Gene Simmons é Israelense, coisa que não sabia. Outra coisa legal que fiquei sabendo é que todos os membros da banda compõe, sendo que Ace Frehley é o que menos "trabalha" neste sentido mas mesmo assim, logo no início concordaram em dividir os royalities igualmente para que isto não forçasse uma briga de egos dentro da banda além de outras técnicas neste sentido.

Outra coisa que esta primeira parte mostra é que devemos confiar em nós mesmos, sempre. No momento que as entrevistas foram feitas eles já estavam milhonários e meio extasiados neste sentido. Mesmo assim passaram por vários momentos ruins neste sentido até que os quatro se uniram e finalmente conseguiram uma idéia, um conceito que os fez tornarem-se febre nos EUA e no resto do mundo posteriormente. Mesmo não sendo grandes músicos, o show do Kiss é uma coisa absurda. Assisti o Psycho Circus em Porto Alegre e foi um dos momentos mais emocionantes de minha vida, tanto por ver a formação original, os efeitos quanto pelo fato de ser uma banda que sempre curti, desde criança.

A segunda parte do livro escrita por Ken Sharp já é um pouco mais nova e tem vários trechos de entrevistas com o pessoal da banda, outros músicos que dividirão ou não os palcos com o Kiss. A parte sobre o merchandising da banda é incrível, coisa de um faturamente anual de mais de 100 milhões de dólares, onde eles sempre ganhavam um percentual fixo, se o produto vendesse eles ganhavam de forma proporcional.

Como falei, quando era piá assisti pela televisão o show no Maracanazinho. Anos depois, nos anos 90 eu diria eu virei doido por bandas de metau farofa (nem Cinderela, nem Poison fugiram do meu interesse) e comprei o Alive III um baita disco só com porradas e uma belissima gravação para mim que odeia discos ao vivo. Assisti ao show em Porto Alegre da turnê Psycho Circus mas o grande momento mesmo foi assistir ao Acústico MTV Kiss. Foi incrível e emoção de ver aqueles caras véios, os membros originais e os que tocavam na banda naquele momento enfim, emocionante. A emoção deles porra, foi do caraleo. Principalmente depois de ver que os membros que estavam na banda naquele momento inclusive incentivaram Gene Simons e Paul Stanley para realmente chamarem os membros originais para o show e que a banda tinha o dever de fazer um show para fãs e o que importavam não eram os membros da banda, muito massa mesmo. O resumo da estória foi que depois o Kiss voltou para uma turnê de despedida que duraria 5 anos e acabou durando dois e, os membros "emprestados" estavam fora da empreitada. Ano passado o Kiss lançou um disco maravilhoso, o filho da Tati que baixou e mostrou para mim e para o jax, li na internet que foi o disco de maior sucesso do Kiss. Foda.

E antes que alguém cante a pedra eu digo, "eu amo o Kiss".

Gonzo : The Life and Work of Dr. Hunter S. Thompson (2008)



Ontem a noite assisti a este ótimo documentário que mostra vários pontos importantes e interessantes na carreira do Dr Thompson. Narração de Johnny Depp e para quem assistiu Medo e Delírio em Las Vegas dava impressão que era o próprio Hunter que estava narrando.

Eu até acreditava que o advogado (Oscar Acosta) poderia muito bem nem existir e foi interessante ver a cara do infeliz e até entender um pouco das motivações dele e de seu comparsa, lógico que num documentário de alguém que já morreu principalmente, tudo fica com um sentido muito bonito. E mesmo na situação da frase anterior, um dos grandões da Rolling Stone falando bem de Thompson e no final quase chora. É engraçado isto porque na época que era vivo e fazia matérias pra revista ele sempre atrasava para entregar o trabalho e não devia ser uma pessoa muito fácil de lidar.

A parte falando sobre as questões políticas quando cobria as eleições são emocionantes, o discurso de Jimmy Carter, o ódio a Nixxon, os candidatos que apoiou ou se posicionou contra (todos?) sem falar em alguns textos sobre o 11 de Setembro de 2001 por exemplo foram momentos muito massa do filme. A abordagem em cima das drogas não foi muito grande e foi um acerto. Lógico que apareceu ele tomando metaanfetaminas, cheirando, fumando maconha mas a vida dele e sua relação com as drogas era ainda mais profunda que o retratado.

O sucesso que teva na época foi inversamente proporcional ao que aconteceu depois. Seu próprio sucesso destruiu Thompson no que se refere ao talento para escrever boas materias. A influência que ele teve nos escritores e jornalistas mundo afora é incrível, hoje em dia estamos acostumados já com esta escrita mas, pouca gente sabe que quem começou a escrever desta forma foi ele. Continuo um fã de carteirinha sob todos os aspectos, menos ao culto as armas. O próximo será "Where the buffalo Roam" com Bill Murray no papel principal.

16.3.11

Last Days

Ontem recebi a ligação do meu primo, enfartado, com apenas dois anos a mais que eu e não fumante, não usa drogas e bebe pouco. Fiquei feliz de ouvir a voz dele e saber que está bem, que vai iniciar um período de recuperação dos males que o fizeram ter o ataque. Quando pequenos, eramos unha e carne, sempre juntos e com a chegada da adolecencia, as nossas diferenças sociais acabamos aumentando um pouco a distância entre nós mas sempre mantivemos aquela ligação, quando nos encontrávamos pra conversar éramos confidentes e um entendia o outro apesar de nossas inúmeras diferenças. Fico feliz também que é uma das poucas pessoas que me liga pro meu celular pernambucano, já que meu celular gaucho Mó rreu ou está em coma até o fim desta semana.

O Heitor está(ou suponho que está) passando por vários exames. As vezes fico apreensivo por isto mas, eu sei que ele tem saúde pra dar e vender e espero que sejam apenas exames de praxe, que nada grave seja detectado. Estou morrendo de saudades e já fazem quase dois meses que não dou um apertão nas bochechas dele. Mais um problema que o coma de meu celular criou, estou sem ele e então não tenho como saber dele a menos que eu ligue.

Segunda feira foi o dia do banzé na internet com alguns conhecidos, próximos e até meus haters(correspondidos). Ontem a coisa tomou proporções ainda maiores muito por minha culpa. A verdade é que o mundo desmorona as vezes. Terça Feira passada estávamos eu e Summer dançando juntos ao som do Eddie e ontem foi um caos sobre humano tudo por culpa de inveja, carência e outras coisas.

A cada dia que passa penso mais em voltar pro Sul. Meu trabalho está insuportavel e tem horas que nem disfarço meu contentamento ou as coisas que estou fazendo em horário de trabalho. A verdade é que o "Animo acabou" como já diziam os paulistas do Hurtmold em sua fase áurea. E mais uma vez parafraseio eles dizendo que "eu sempre procuro alguem pra culpar mas admito que fui eu quem desanimou", versos de muita sabedoria. Comida, agilidade, saudade, falta de carinho, várias coisas me bombardeiam pra voltar urgentemente pra casa e voltar a vida real. Não tenho muito a reclamar da terra pernambucana, Olinda é um sonho, Recife é muito bom mas Esteio ou, meu filho, meu amor, minha família e amigos são ainda melhores e é deles que preciso agora, ontem e amanhã.

Para terminar o post eu deixo um pequeno poema da melhor banda da Escócia, do excelente Shadows :

"Well, the rolling stones wrote a song for me
It's a minor song in a major key
But the stars still shine, the museums free
No, I don't need much when I still have thee"

UPDATE : Quando escrevi isto nem sabia o que ainda estava por vir. Parte de mim morre neste momento, ou parte do que aprendi a ser nos últimos meses. Gostaria de ir para um hospital agora fazer um coma voluntário pra quando acordar daqui algumas semanas talvez ter um sol diferente, um ar diferente, um rosto diferente, uma cabeça melhor para enfrentar tudo isto com mais coragem.

Mp3Player


Warpaint é uma banda de Los Angeles e é formada por Emily Kokal (vocais, guitarra), Theresa Wayman (guitarras, vocais), Jenny Lee Lindberg (baixo, vocais), and Stella Mozgawa (bateria, teclados). O disco em questão é praticamente a estréia da banda e foi lançado em Outubro de 2010, antes eles tinham lançado apenas o EP Exquisite Corpse. Escutei algumas vezes o disquinho até que batesse o gosto e na primeira audição eu tinha curtido muito a última faixa chamada Lissie's Heart Murmur que é um petardo. A banda desfila boas influências, as baterias lembram muito o excelente Sigtryggur Baldursson do Sugarcubes, as vozes lembram Siouxsie e até Beth Gibbons do Portishead mas são apenas influências, é um trabalho bem bonito desta banda.


E os prediletos Asobi Seksu lançaram no mês passado, dia 14 o excelente Fluorescence o mais novo trabalho da banda que já começa chutando o balde na primeira música Coming Up. É uma banda aparentemente de estúdio, as coisas que escutei ao vivo achei a voz muito fraca, com um timbre bonito porém sem folego para a empreitada resumindo uma Fernanda Takai cantando. Apesar de baixar o nível na última frase, as faixas deles disponibilizadas no Daytrotter, apesar de serem ao vivo, ficaram ótimas.


Uma das outras prediletas da casa que é o Pains of Being Pure at heart vazou/lançará(no dia 29 de Março próximo) a belezura chamada Belong que segue os mesmos passos da estréia homônima de 2009. É outra banda muito boa em estúdio mas as apresentações ao vivo deles não me deixaram de pau duro mesmo assim é o mais próximo que se pode chegar to Teenage Fanclub atualmente. O disco ainda está sendo digerido e em primeira instância não bateu ainda o primeiro mas, chega bem perto.

15.3.11

Desgosto

Tenho certeza que não estava lá no monte das Oliveiras duas eras atrás mas, devo ter jogado pedras na cruz. A vida já nos traz inúmeras incertezas, dúvidas, problemas que temos que resolver e eu pergunto, porquê criar outros?
Me pergunto quando serei livre?
Quando poderei ter uma vida tranquila, será que as pessoas vão passar o resto de suas vidas se preocupando com a vida das outras, ofendendo, criticando, entrando em conflito e eu, quieto aqui no meu canto vou precisar sempre ficar me envolvendo em confusões?

14.3.11

Celular

Na Sexta Feira perdi meu celular dentro do Onibus da Empresa. Estou um tanto imcomunicável agora e preciso resolver este problema ainda esta semana. Não pude ligar pro Heitor, pra Summer, pra ninguém.

O pior não é o equipamento mas a agenda de contatos e principalmente os torpedos, as primeiras mensagens que troquei com Summer e que me traziam alegria intensa sempre que os relia, os perdi pra sempre.

Só Garotos - Patty Smith


Terminei ontem de ler o Só garotos e só posso concordar com tudo que já foi dito aqui. O livro discorre bastante sobre Nova York dos anos 60, 70 e toda cena cultural que se formava na cidade além de falar sobre grandes poetas(muitos deles nem li ainda mas acreditei em tudo que ouvi falar) e é claro, falar do amor de duas pessoas e, como este amor fez ambos crescerem como pessoa e sobretudo como artistas. A fidelidade e cumplicidade de ambos era tão intensa que tudo que ambos criaram artisticamente falando existia uma sombra, um fantasma do outro, é aquele velho pensamento de duas pessoas formando uma só e não se complementando.

Este foi um dia bem triste pra mim por alguns motivos e quando comecei as páginas finais comecei a chorar e muito possivelmente tenha sido influenciado pelo próprio estado emocional em que me encontrava mesmo assim, é um final triste, doloroso, um final que só seria possível nos anos 80/90 e não vou entrar mais em detalhes pra não estragar a possível surpresa de quem tem pretensões de ler esta obra. Nunca fui muito de escutar a Patty e acho ela feia de morrer mas, posso dizer que por dentro ela é uma pessoa bem mais bonita do que aparenta.

10.3.11

Carnaval Diaries pt 3

Nunca fui muito de carnaval e tenho poucas lembranças de minha juventude quando ainda ia em bailes de carnaval no falecido Aliança. Na verdade era mais pelo clima, vários dias de festa ininterrupta, aquele feriado todo e os amigos todos bebados, cada um queimava o filme num dia e tal, as primeiras meninas e sempre pintava algo legal no carnaval mas, como falei, nunca fui muito de marchinhas e etc. Teve uma época também, no fim dos anos 90 que eu ia pra Ferrugem e não ouvia marchinhas e apenas me contentava com a praia e com aquele clima não carnaval que aos poucos foi acabando porque em determinado momento até lá tinha carnaval. Depois desta época nunca mais fiz nada no carnaval, perdeu a graça completamente uma coisa que já não tinha graça.

Este ano eu sabia que seria diferente e tinha que ao menos ver o que era o carnaval pernambucano pra poder falar disso depois. Talvez não tenhamos aproveitado da forma que todos os pernambucanos fizeram, o pessoal aqui ama isto acho que no Rio e Salvador a coisa é bem parecida e é completamente diferente do resto do brasil e principalmente para gauchos, não se compara. Me lembro em 2004 que fizemos um show no Carnaval junto com os Honkers e a cidade baixa parecia uma cidade fantasma, duvido muito que hoje isto tenha mudado. Aqui o pessoal todo fica aguardando, não a toa que no inverno tem carnaval de inverno e no fim de Novembro começam a pipocar as prévias dos blocos carnavalescos, todos os domingos de Dezembro, em Olinda tinham prévias e a cidade já fica se preparando. E não é uma coisa de juventude, de trintões, gente velha vai nos desfiles, gente velha bebe, foge de casa pra pular carnaval e por ai vai. Muita gente fatura grana vendendo comida, cervejas e atendendo aos turistas e aos seus próprios conterrâneos. Outro destaque são as prefeituras de Recife, Olinda e Jaboatão e o governo estadual darem shows gratuitos e eventos para agitar ainda mais a coisa. As festas começam cedo da manhã(ou nem terminam, engatam no outro dia) e vão até muito tarde, as ruas lotadas de pessoas, gente fazendo festa, americanos, noruegueses, holandeses e alemães misturados com o povo que mais cultua sua própria cultura e contagia pela alegria.

Outra coisa mais que importante, não fiquei muito em recife mas, Olinda onde passamos a maioria dos dias não vi sequer uma briga ou assalto mesmo com 99% da população bebada, fumando maconha ou mesmo utilizando outras drogas. Geralmente todas estas coisas são geralmente citadas como razão para brigas, assassinatos e crimes e aqui está a prova mais lúcida que o que faz as pessoas brigarem não são as drogas mas outros fatores que nem discorrerei. Numa cidade com uma população quadruplicada como foi Olinda por estes dias, não ter visto uma briga, assalto com tanta gente maluca é uma coisa a se citar como um dos pontos altos. Não vi também coisas serem cobradas com ágio em virtude do carnaval, taxistas com bandeira 2 é mato e isto acontece o ano inteiro, aliás é raro encontrar algum taxista ético que não se aproveita de ti de alguma forma, contei nos dedos os bons que encontrei mas é exceção. Cerveja latão a 2,50, latas pequenas por 1,50 não tem nada de caro.

Some tudo isto com os meus amigos aqui que me acolheram e mesmo aqueles que não conheço, fiquei amigo por estarmos por perto e tal e conversam comigo e me tratam bem, assim como Summer, mais os excelentes shows que vimos e tudo mais foi o melhor Carnaval de minha vida mesmo não gostando do Carnaval. Posso dizer que foram os quatro dias mais intensos de minha pelos shows e pelos desfiles. Posso dizer também que encerraram as férias de Summer e foi o auge de nossa relação, foi mais uma afirmação de como tenho sorte nesta vida e mesmo que tenha trabalhado pra isto, ainda me considero com sorte por ter uma pessoa tão massa ao meu lado. Infelizmente ela está neste momento olhando Pernambuco do alto de um avião que me roubou ela levando embora pra nossa terra onde nascemos, a vida real nos aguarda mas posso dizer que, os próximos dias da minha vida e da dela também serão muito mais bonitos depois de tudo que passamos aqui neste Fevereiro iluminado.

Carnaval Diaries pt 2

Na Segunda acordamos cedo mas tinhamos um tempo bom pra descansar e nos preparar para a noite que viria, na Casa amarela e se na noite anterior tinhamos perdido a Nação Zumbi, desta vez o show não nos escaparia. Eles tocariam num local aparentemente mais tranquilo e menos cheio que o marco zero. Saimos de casa quando estava anoitecendo e pegamos o primeiro ônibus que passava pelo Derby, de lá pegariamos um taxi pra casa amarela, não é bom arriscar até porque nunca tinha ido para aqueles lados e não conhecia nada por ali. Quando desembarcamos no pátio da Feira de Casa Amarela já fiquei emocionado, não tinha tanto tumulto, pouca gente e fiquei impressionado com a distância que veria a melhor banda do Brasil em atividade, fiquei até com medo do som das alfaias de tão perto que estávamos da grade. No palco estava rolando o show da Orquestra Pernambucana de Frevo Universal, um show completamente regional, com direito a rabeca e etc. Depois veio o show de Ortinho e algumas participações especiais entre elas Jorge Du Peixe. O som dele não tinha nada de regional e nem agradou muito a mim e a Summer. Ficamos bebendo e conversando e tirando fotos psicodélicas com uns brinquedos que achamos por lá. O próximo show foi a Orquestra Comtemporânea de Olinda e foi muito legal, desta vez sim regionalismo e um show muito bom, muita percussão e sopros, coisa do demo mesmo mas naquele momento a ansidade pela Nação era mais que perturbadora. Quando terminou o show o público tinha aumentado bastante, já tinha chovido duas vezes e já estávamos em estado deplorável e sem nos preocupar nem um pouco com isto.

Quando começaram os tambores, a guitarra de Lúcio Mais, os efeitos da caixa de efeitos(não é um nome técnico, eu nem sei o nome daquilo mas é muito massa) do Jorge Du Peixe foi emocionante. O que se seguiu foi porrada em cima de porrada, desfilando as melhores coisas do Nação Zumbi, Futura, do Fome de tudo e pouca coisa da época do Chico(o que foi um grande acerto pois curto muito mais a fase nova) . Tocaram Quando a maré encher, de Eddie e o público pogueava na boa, uma hora deu até medo pois estava com Summer mas, não deu uma briga sequer, foi comoção geral. Lúcio Maia simplesmente destruiu, estava com uma Flying V com som muito bom e a cada guitarra que ele usa, toca de um jeito diferente, pra mim o melhor guitarrista do Brasil. Não é fácil numa banda extremamente percussiva o guitarrista se sobressair tanto mas, ele consegue. Quando o show terminou eu e summer com sorrisos nos olhos e naquele momento vi que a minha namorada seria muito mais amiga da cultura pernambucana que antes de ter vindo para esta visita.

Na Terça Feira saimos a tardinha de casa, depois de almoçarmos, descansar um pouco. Chegamos em Olinda pela praça do Carmo e subimos a Rua do Bonfim, a geralmente subo as sextas em dias normais e nunca tinha visto tanta gente em minha vida. Várias vezes subi aquela ladeira sozinho nas ruas e, na Terça lotadissimo, várias concentrações, blocos na rua, gente bebendo, se pegando, enfim. Chegamos no Gentileza e o lugar estava tomado de lixo, parecia que era o fim do carnaval, ficamos lá tomando ceva e pra variar pra Summer tudo uma boa, se divertindo junto, nunca fiquei com alguém tão parceria em toda minha vida, se já amava ela antes deste Fevereiro, agora posso dizer que meus sentimentos aumentaram exponencialmente. A luz tinha acabado no gentileza e as cevas não estavam muito geladas, dividi metade do Hoffman com Adriana e eu e Summer descemos a ladeira pra procurar algo pra Summer comer e, nos dirigirmos para o Fortim onde seria o show de Eddie e Orquestra Comtemporanea de Olinda.

Comemos alguma coisa, tentamos comprar cervejas mas naquele dia todas estavam quentes. Caminhamos no calçadão na beira da praia e o vento era incrível, estou pra ver uma cidade mais maravilhosa que Olinda, seus prédios antigos, sua gente amiga e o clima que nunca encontrei em toda minha vida. Fomos pra perto do palco pois o show de Eddie ia começar, entraram todos com roupas de marinheiro, camisetas azuis, chapéu de marinheiro e já começaram com Pode me levar. Naquele momento peguei Summer nos braços e dançamos o show inteiro que foi uma sequencia irresistível de hits, o show foi baseado no Olinda Original Style que pra mim é o melhor. Dava gosto de ver todo mundo cantando, dançando os casais todos dançando juntos coisa linda mesmo. Falei com os índios e depois fui passando ele pro resto dos vizinhos por ali, era grande demais até pra mim e achei bonito a confraternização. O show durou mais que uma hora e por todo momento me lembrava das bandas de pagode com letras ridiculas, musicas mal tocadas e todas estas porcarias que tocam na rádio e fazem sucesso neste país que não reconhece seus grandes talentos, Eddie existe a mais de vinte anos e a coisa é muito popular, as letras são incrivelmente bem feitas e, mesmo que não conheças Olinda serás contagiado com o que vai ouvir, grande banda. Quando o show infelizmente acabou fiquei pensando Eddie e Nação Zumbi, um show melhor do que o outro, impossível comparar mas são duas bandas que irei chorar quando acabarem e espero muito vê-los novamente, pra sempre terei no coração estes dois shows.

Encontramos os meus amigos Helder, Mago, Adriana e Cynthia pouco antes do show acabar e quando terminou fomos novamente pro calçadão. Tava um clima bom demais apesar do cansaço de todos, 4 dias dividindo as ladeiras com milhoes de pessoas, bebidas, excessos e tudo mais sem contar o extase de passar 4 dias de extrema felicidade. Voltamos pra perto do palco e vimos umas 5 músicas da Orquestra, já tinhamos visto na segunda e estávamos muito cansado mas, o show estava ótimo. Fomos pra beira da praia de novo e ficamos pegando um ventinho pra depois voltarmos pra triste Boa Viagem, a terra do sono.

Carnaval Diaries pt 1

Na Sexta Feira a muito custo decidimos ficar em casa eu e Summer. Passei na Piedade para visitar Yves doente e depois foi pra Boa Viagem. Eu e Summer fizemos o que pudemos para dormir cedo pois o Sábado seria muito cheio. Acordamos no Sábado as oito, tomamos um café reforçado, tomamos banho e tomamos o rumo norte afim de chegar em Olinda. O Piedade/Rio Doce, o ônibus oficial que geralmente nos leva a Olinda passou com gente caindo pelas janelas e acabamos pegando um ônibus até o Cais. Nenhum ônibus entrava ou passava perto do Carmo e tivemos que ir de taxi, do cais até o Mercado Eufrásio. Muitos carros, engarrafamento, blitz e tudo mais.

Descemos no Eufrásio e fomos subindo as ladeiras, gente, muita gente. Bonecos gigantes, fantasias, gente vendendo cigarros, cervejas e um calor incrível. Passamos pelo Mac, depois pela 13 de Maio reduto dos homosexuais no carnaval de Olinda e até aquele momento, na luz do dia estava uma situação tranquila. Passamos pelos quatro cantos e chegamos na Sé para nos encontrarmos com Helder, Adriana, Fifi e o resto dos amigos na concentração do Bloco "Esses boy tão muito doido" onde iriamos desfilar ou, descer junto as ladeiras de Olinda.

Mal chegamos e o bloco já estava saindo, muita gente com a camiseta oficial, muita gente maluca mesmo e aquele sol infernal. Fomos tomando água, jogando água na cabeça e foi incrivelmente divertido. Tinha horas que faltava espaço pra tanta gente e tal mas, foi muito legal. Demos uma parada para descansar, no bar Gentileza antes de irmos para o Mac, nos encontrarmos com a chegada do bloco. Quando chegamos no mac tinha um milhao de pessoas um terreno cheio de gente vendendo ou tomando ceva, fumando, conversando, lugar tranquilíssimo e era bonito de ver. A hidro pegou antes de irmos embora de novo pro gentileza e dali em diante tudo ficou diferente. A travessia de retorno, passando pela 13 de maio foi complicadíssimo, muita gente, pouco espaço, gente se pegando e etc mas chegamos lá.

Lá no Gentileza acabou se encontrando todo pessoal, inacreditavelmente nos cobraram 10 reais pra entrar o que não estragou a festa, apenas ficou estranho já que somos de casa. Alguns amigos foram indo embora e ficamos lá sentados bebendo e rindo muito por algum tempo. Anoiteceu e acabamos indo embora pra finalmente descansar pois estavamos mais que podres.

No Domingo acordamos tarde, saimos pra comer algo e no fim da tarde pegamos um onibus pra Olinda. Este onibus nos largou numa bocada muito perigosa, muita gente nas ruas festejando e é incrível o nro de pessoas que estava na cidade por estes dias, em todos os lugares tem gente com isopor vendendo cervejas, espetinhos. Aquelas casa que não são alugadas viram bares e vendem cerveja gelada, até whisky é possível encontrar. Geralmente encontramos lugares que vendem a estadia do carnaval todo por míseros 500 reais, míseros pois eles dão café da manha, almoço e janta e bebida liberada para todos os dias, além disso você fica exatamente no meio do furduncio, é uma grande pedida, não precisa se preocupar com nada. Sem falar que todos os lugares são pontos de blocos, de sambas de rua, de aglomeramento. Tivemos a sorte de conseguir um taxi que não nos levou para o Carmo mas, numa das ladeiras que subimos um pouco mais aliviados. Infelizmente tivemos que passar pela 13 de Maio, que é o reduto dos homosexuais do carnaval de Olinda. Tudo tranquilo, nada de preconceito o problema é que o lance é descarado demais, se procurássemos iriamos encontrar gente trepando nas calçadas e no meio de outras pessoas, ficava dificil passar por ali em virtude do acúmulo de gente e mais este lance, tu tá passando, indo atrás de uma pessoa e daqui um pouco ela para pra se agarrar com outra enfim, coisa foda mesmo sem falar na sujeira e o perigo que deve ser aquilo. Chegamos no Gentileza e o bar estava praticamente fechando. Iamos fazer um aquecimento ali pra depois irmos no marco zero em Recife para ver o show da Nação mas, ficamos com medo de ir, assaltos, arrastões enfim, os comentários eram os piores e, perto do que eu já tinha visto em minhas épocas de recife antigo, achamos melhor irmos direto pra casa.

2.3.11

Recife/Olinda/Jaboatão Diaries 04/02 a 27/02

No primeiro fim de semana de Summer em Recife, após nossas comemorações de sua chegada fomos na Sexta Feira seguinte pra Olinda. Antes de irmos passamos no aeroporto, pra esperar meu irmão Helder que chegaria do rio com algumas encomendas. Voltamos pra casa, comemos, tomamos banho, iniciamos o aquecimento e logo estávamos nos dirigindo pra Olinda. Paramos no Gentileza e pra mim foi surreal ter Summer ali junto comigo, acostumado a estar sempre sozinho esperando meus parceiros da clínica, aquele dia estava com ela. Bebemos ali, falamos com os índios, apresentei todo cast do bar para Summer inclusive o reverendo Ernesto. Quando Helder, Adriana e Cynthia chegaram ainda ficamos um pouco no bar para logo nos dirigirmos para o Mercado Eufrásio onde rolaria as prévias do bloco "Hoje a mangueira entra". Descemos por ruas até então desconhecidas por mim, bares legais e tal, no caminho eu e o Helder fomos conversando sobre o Dalai Lama. Na frente do Eufrásio muita gente. Pouco antes tinhamos conversado com Lidio, sobrinho do grande Lúcio Maia que nos cantou a pedra que o show dos Sebozos seria a partir da uma da manhã e chegamos lá pouco antes de começarem.

Falamos com os índios, o calor era insuportável e a ceva não tão gelada e em pouco tempo tudo bateu. Los Sebozos Postizos entraram no palco e destilaram Jorge Ben em releituras passando pelo Dub e outros ritmos de muita lisergia remetendo diretamente a Hendrix como se ele fosse carioca ou pernambucano. Foi um grande show. Summer pra variar em sua primeira noite curtiu mais que todos, só ela queria rir e se divertir e eu paralelamente acabei me divertindo muito e foi uma grande noite. O show terminou perto das três e fomos pra casa, continuar a festa, nossos amigos já tinham ido embora também. O Sábado seguinte foi de ressaca e no Domingo choveu e não fizemos muitas coisas além do habitual sono, as conversas dentro do ap e etc.

Na semana que seguiu tive problemas de saúde, tive uma suspeita de dengue o que me obrigou a ficar a semana inteira em casa. Na segunda estava bem mas perdi o ônibus e fomos pra Recife Antigo levar minha guitarra pro conserto mas, na madrugada de Terça tive febres fortíssimas e durante o dia tive que ir ao médico e fazer hemogramas que se repetiram a semana toda. Felizmente a dengue não se confirmou, era uma virose normal mas, Summer também teve problemas na semana seguinte. Na Sexta feira eu estava curado e acabamos indo pra Olinda. A semana toda tinha sido apenas assistir filmes e ficarmos trancados dentro de casa sem vontade de comer e etc. A noite foi muito massa, conhecemos um pessoal novo e ficamos um bom tempo conversando, Summer se divertiu muito e no Sábado teriamos que acordar cedo para a prévia do bloco do pessoal, "Estes boys tão muito doido". No Sábado acordamos muito sequelados e acabamos perdendo as prévias e toda festa que rolou, ficamos sentidos mas, foi o prenúncio da doença que atacaria Summer na semana seguinte.

Durante a semana era vez de Summer ficar doente e eu infelizmente só pude usar meus dotes de enfermeiro quando chegava do trabalho. Assistimos muitos filmes que fui comentando nos posts anteriores. Quando chegou a Sexta ela melhorou, eu sai mais cedo da refinaria e tive meu único problema com minha conta no sicredi, uma coisa que só se resolverá a partir do dia 10 quando Summer voltar. Fizemos o aquecimento e fomos pra Olinda mas chegando lá a cerveja não desceu para Summer. Os nossos amigos tinham ido pra Jaboatão, praia de Piedade para o show do Jorge Benjor que, achei por bem não ir mas, eles passaram lá no Gentileza após o show. Sem cerveja para Summer logo ela estava com sono, vontade de ir pra casa e partimos pra Boa Viagem. Quase chegando em casa me estressei com o taxista e não é a primeira vez. O ser humano sempre tenta dar uma de esperto, se aproveitar das pessoas e, assim como existe algumas pessoas no Sul(São Paulo, Rio, Rio grande etc) preconceituosas(burras) falando coisas contra nordestinos existem também nordestinos(pernambucanos) que tem preconceito contra pessoas de fora e nos deparamos com isto várias vezes já. A burrice está em todo lugar e o preconceito é uma das piores demonstrações de burrice que o ser humano pode dar.

No Sábado acordamos e fomos para Piedade trocar nossos alimentos não perecíveis por 2 entradas para o show da noite que seria Mundo Livre e Móveis Coloniais de Acajú. Conseguimos trocar os ingressos e almoçamos no shopping Guararapes em Jaboatão. Fomos para a Boa Viagem e ficamos descansando e fazendo o aquecimento para os shows. Saímos de casa perto das sete e no caminho fui trapaceado novamente pelos taxistas. Chegamos na beira da praia da Piedade e o lugar estava vazio, entramos na "arena" e fomos colocar nossas pulseiras identificando que éramos maiores de idade e poderiamos consumir bebidas alcólicas. Os nossos amigos chegaram pouco antes do show. Atrás do palco e pouco antes de começarem os shows existia um sol artificial feito com hélio que ficava flutuando acima do palco para dar uma idéia de sol artificial. Lá no lugar o sol era bem ridículo mas as fotos ficaram tri massa e realmente pareceu um som.

Mundo livre entrou no palco e já estávamos toda trupe pra lá de Bagdá. Foi um show ótimo, curto mas com músicas escolhidas a dedo as melhores eu diria e teve uma que estará no próximo disco e é bem diferente dos trabalhos anteriores, achei muito boa a música. O percussionista do Mundo Livre roubou o show, o cara era muito foda, tocava muito bem e estava sempre dançando, parecia um trabalho em conjunto, a dança e os cutucos nos tambores e pratos de seu kit. Outro destaque foi a humildade de Fred 04 agradecendo a produção pela escolha de uma banda local, engraçado é que a humildade numa banda tem relação direta com a qualidade do som da banda. Quando terminaram o show eu poderia ter ido pra casa porque não vejo muita graça nos "Móveis.." e isto só se comprovou com o show. Fizeram um show longo e dava impressão que estava todos muito ligados no palco, ligadeira de anfetamina com todos pulando como malucos. Adoro instrumentos de sopro e tal mas infelizmente não gostei deles não. O destaque total da noite foi eu e Summer rindo o tempo todo, eu tava meio que um palhaço aquele dia e Summer predisposta a rir (hihihihi), ficávamos as vezes cinco minutos rindo de coisas estúpidas que eu mesmo fazia. Na volta pra casa não tinhamos carona e demos sorte de conseguir um taxi rapidinho, dentro do carro o cara escutava Spagheti Incident do Guns e bem a música que o Duff canta, uma das melhores do disco, muita sorte. Quando chegamos em casa ficamos assistindo vídeos de pessoas muito malucas em rave para continuarmos rindo ad infinitum, fomos dormir muito tarde da noite e foi uma grande noite, daquelas pra guardar pra sempre. Isto só renova ainda mais o amor que sinto, o prazer de ter Summer por aqui e uma confirmação de coisas que eu já sabia, que nascemos um para o outro. Eu te amo.

Benjamin - Chico Buarque



Esta semana terminei de ler o segundo romance do Chico Buarque, alguém que nunca tinha lido mas admiro muito seu trabalho musical. O livro narra a estória de duas paixões do protagonista Benjamin Zambraia e a consciencia do próprio relativo á morte da primeira, Castaña Beatriz.

De minha parte esperava bem menos mas, o livro não é ruim. O personagem é uma figura bem carismática e Chico descreve muito bem, seus relatos são ótimos mas, o livro trata muito de imagens, várias coisas ficam inexplicáveis no livro e não são aquelas coisas que o próprio leitor precisa construir com sua própria imaginação, muitas vezes coisas relevantes para a própria estória, enfim, achei um bom romance mas tiveram muitas coisas que me incomodaram.